(review in english below)
Embora extremamente cansado por um dia de sábado cheio de trabalho, estive hoje presente na Fundação Calouste Gulbenkian para a 2ª metade deste fim-de-semana Schubert e Beethoveniano.
Impressão geral sublime!
Embora extremamente cansado por um dia de sábado cheio de trabalho, estive hoje presente na Fundação Calouste Gulbenkian para a 2ª metade deste fim-de-semana Schubert e Beethoveniano.
Impressão geral sublime!
O Quarteto Belcea presenteou-nos com os Quartetos de cordas nº 130 e 131, bem como, na companhia de Valentin Erben, com o Quinteto para Cordas de Schubert. A grande intimidade e química musical entre estes músicos só podia resultar em qualidade interpretativa elevada. Jovens, tecnicamente perfeitos, fizeram da cavatina do Quarteto nº 130 um momento extrasensorial. A quem conhece a obra, é clara a inspiração de Verdi neste quarteto, para o início do último acto da sua ópera Simão Boccanegra. O Quinteto para Cordas de Schubert, na minha opinião uma das mais fantásticas produções de câmara de sempre, foi o ponto alto da prestação desta formação e a melhor maneira para terminar este dia. Energia, precisão e emoção estiveram presentes a um nível difícil de superar. Fantástico!!!
A pianista Imogen Cooper ofereceu-nos a lindíssima sonata para piano D960 de Schubert. De um lirismo romântico construído de forma exímia principalmente nos dois primeiros andamentos, a precisão e alma na ponta dos seus dedos, juntamente com uma postura muito elegante tornam-na numa verdadeira “Senhora da Música”.
Ian Bostridge acompanhado por Julius Drake ao piano, levou ao palco do grande auditório, o Canto do Cisne de Schubert. Confirmou-se a sua clareza de timbre e potência vocal, com uma capacidade interpretativa do texto boa mas que não cativa particularmente face a uma certa frieza britânica (ou só Bostridgiana). Os seus sorrisos no final pareceram muito forçados... Não se sentiu a empatia público-cantor e cantor-público como no concerto de Thomas Hampson, por exemplo.
Não pude assistir ontem mas hoje a magia pairou sobre a Fundação Calouste Gulbenkian.
Weekend with Schubert & Beethoven - Belcea Quartet, Imogen Cooper, Ian Bostridge - May 15, 2011 - Calouste Gulbenkian Foundation
Although extremely tired due to a Saturday full of work, I went to the Calouste Gulbenkian Foundation today for the 2nd half of this Schubert and Beethoven weekend.
The general impression? Sublime!
The Belcea Quartet presented us with Beethoven String Quartets No. 130 and 131 and, in the company of Valentin Erben, with the Schubert String Quintet. The great intimacy and musical chemistry between these musicians could only result in high interpretative quality. Young, technically perfect, they made the cavatina of the Quartet No. 130 an extrasensory moment. Who knows the work sees the clear Verdi inspiration in this quartet for the beginning of the last act of his opera Simon Boccanegra. The String Quintet by Schubert, in my opinion one of the most amazing productions ever, was the highlight and the best way to end this day. Power, precision and emotion were present at a level difficult to overcome. Fantastic!
The pianist Imogen Cooper gave us the beautiful Schubert piano sonata D960. The romantic lyricism, constructed especially in the first two movements, and the precision and soul in her fingertips, along with a very elegant posture, made her a true "Lady of Music".
Ian Bostridge accompanied by Julius Drake on the piano, took to the great auditorium stage, the Schwanengesang by Schubert. His vocal clarity and power was confirmed, with a capacity of interpretive text good but not particularly captivating due to a certain British (or just Bostridgiana) coolness (even at the end his smiles seemed forced). We could not feel the public-singer and singer-public empathy as seen at the Thomas Hampson concert, for example.
I could not be present yesterday but today the magic hovered over the Calouste Gulbenkian Foundation.
Tenho pena de não ter podido assistir.
ResponderEliminarAprecio em particular a voz de Bostridge, mas sempre que o vi em concerto (várias vezes na Gulbenkian) achei que os seus gestos eram excessivos e exagerados, o que nos perturbava a concentração para a audição. Espero que já tenha ultrapassado essa característica desagradável.
Caro FanaticoUm,
ResponderEliminarNão ultrapassou, não. Desta vez, pelo menos, o que fez mais foi agarrar-se ao tampo do piano.