quarta-feira, 5 de outubro de 2022

MADAMA BUTTERFLY, Royal Opera House, Setembro / September 2022

(Review in English below)

Já várias vezes escrevi neste blogue sobre a Madama Butterfly, uma das minhas operas favoritas de Puccini. E algumas delas sobre a excelente produção, clássica, da Royal Opera House, que é frequentemente levada à cena nos últimos anos.

Ao contrário do que é a regra nesta excelente catedral da ópera, nos últimos anos os elencos escolhidos têm sido maus, o que não faz justiça à magnífica obra do compositor.

Infelizmente desta vez voltou a ser assim, exceptuando a interpretação da protagonista, que salvou a récita porque a ópera vive sobretudo dela.

O maestro Nicola Luisotti, com créditos afirmados, teve uma direcção nada empolgante ou emotiva.

O tenor Joshua Guerrero, de boa figura, foi vocalmente débil, deixou-se afogar frequentemente pela orquestra e cantou com idêntica expressão quer os momentos de felicidade, quer os de tristeza e remorso.


O barítono Carlos Alvarez parecia que estava a cantar em mono e a ensaiar. Mal se ouviu e também sem transparecer qualquer sensibilidade.



A mezzo Christine Rice cumpriu o papel de Suzuki sem deslumbrar, tal como Carlo Bosi como Goro. Em papéis curtos estiveram 2 artistas do Jette Parker, Josef Jeongmeen Ahn como Princepe Yamadori e Gabriele Kupsyte como Kate Pinkerton

 

 

A protagonista, soprano Maria Agresta não começou da melhor maneira mas, após o primeiro acto, teve uma interpretação magnífica, irrepreensível do ponto de vista vocal e em palco foi muito convincente, transbordando as emoções próprias de cada momento. É uma interpretação enorme e de grande exigência cénica e vocal e esteve à altura. Salvou a récita.






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MADAMA BUTTERFLY, Royal Opera House, September 2022

I have written several times on this blog about Madama Butterfly, one of my favorite operas by Puccini. And some of them about the excellent, classic production of the Royal Opera House, which has been frequently brought to the scene in recent years.

Contrary to what is the rule in this excellent cathedral of opera, in recent years the chosen casts have been bad, which does not do justice to the magnificent work of the composer.

Unfortunately this time it was like that again, with the exception of the protagonist's interpretation, who saved the performance because the opera lives mainly on her.

Conductor Nicola Luisotti, with his credits affirmed, had an unexciting or emotional direction.

Tenor Joshua Guerrero, of good figure, was vocally weak, often let himself be drowned by the orchestra and sang with the same expression both the moments of happiness and those of sadness and remorse.

Baritone Carlos Alvarez looked like he was singing in mono and rehearsing. He was barely heard and also without showing any emotions.

Mezzo Christine Rice sung the role of Suzuki without dazzling, as did Carlo Bosi as Goro. In short roles were 2 artists from Jette Parker, programme Josef Jeongmeen Ahn as Princepe Yamadori and Gabriele Kupsyte as Kate Pinkerton

The protagonist, soprano Maria Agresta, did not start off in the best way, but after the first act, she had a magnificent interpretation, irreproachable from a vocal point of view and on stage she was very convincing, overflowing with the emotions of each moment. It's a huge interpretation of great scenic and vocal demand and it lived up to it. She saved the performance.

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