quinta-feira, 21 de julho de 2011

Bryn Terfel – Encontro inesperado com um Grande Artista


(text in English below)

Pela segunda vez em Londres tive a sorte de me cruzar na rua, inesperadamente, com um dos maiores cantores da actualidade.

No dia seguinte a ter assistido à melhor Tosca da minha vida, quando andava pela rua, cruzo-me subitamente com… Bryn Terfel. Voltei atrás e perguntei-lhe se poderia tirar uma fotografia com ele (já não volto a cometer o erro de não andar sempre com a máquina fotográfica!).. Disse imediatamente que sim e pediu à acompanhante, a sua agente, para nos fotografar.


Apresentei-me como português e fiz a pergunta habitual – Quando vai cantar a Portugal? Sugeriu-me que perguntasse à agente, o que fiz, falando-lhe na Gulbenkian. Penso que, por simpatia, ela referiu que já tinha ouvido falar da Fundação.



Terfel disse-me que já tinha cantado em Lisboa uma vez, há cerca de 20 anos, numa produção com John Eliot Gardiner. Confessei, embaraçado, que não sabia. Respondeu-me que era natural, pois tinha sido há muitos anos (como se tivéssemos em Portugal, anualmente, vários artistas do calibre de Terfel…).



Sinto-me sempre pequeno quando estou perto dos vultos maiores do canto lírico. Terfel é um homem grande e forte, ao lado do qual me senti ainda menor. A figura é ideal para o vilão Scarpia que cantara de forma soberba na véspera. Contudo, no trato, é de uma invulgar simpatia, afectuosidade e à vontade. Falou comigo como se nos conhecêssemos há muito. Vendo a fotografia, disse que tínhamos ficado os dois muito bem. Penso que, se insistisse, continuaríamos a falar por mais tempo. Mas não quis ser inconveniente, agradeci novamente e despedi-me. A sua última palavra depois de apertarmos as mãos foi… Obrigado (em português).



Bryn Terfel é mais um exemplo de um Grande Artista que, apesar de ocupar um lugar de topo na cena lírica internacional, é uma pessoa muito agradável, de contacto fácil e enorme simpatia, o que eleva a nossa admiração para um patamar ainda mais cimeiro.

Obrigado Bryn Terfel!


Bryn Terfel – An Unexpected Encounter with a Great Artist
For the second time in London I was lucky enough to meet on the street, unexpectedly, one of the greatest singers of our time.
 
The day after I had seen the best Tosca of my life, while walking down the street, I crossed myself suddenly with… Bryn Terfel. I asked him if I could take a picture with him. He immediately said yes and asked her agent to photograph us.
I introduced myself as a Portuguese and made the usual question - When will you sing in Portugal? He suggested to me to ask his agent, what I did, telling her about Gulbenkian. I think, for sympathy, she said that she had heard of the Foundation.

Terfel told me he had once sung in Lisbon, about 20 years ago, in a production with John Eliot Gardiner. Embarrassed, I confessed that I did not know that. He replied that it was natural, because it had been many years ago (an understandable answer if we had in Portugal, every year, several artists of the calibre of Terfel…).

I always feel small when I'm near the greatest interpreters of opera. Terfel is a big, strong man, beside which I felt even smaller. His figure is ideal for the villain Scarpia that he sang superbly the night before. However he is a person of an unusual friendliness, warmth and ease. He spoke to me as if we were friends for long ago. When he saw the photo, he said that the two of us were well in it. I think that if I insisted, we could continue to speak for longer. But I did not want to be inconvenient. I thanked him again and said goodbye. His last word after shaking hands was ... Obrigado. 

Bryn Terfel is one more example of a Great Artist who, despite occupying a top position in the international opera scene, is a very nice person, accessible and with enormous sympathy, which increases our admiration into an even higher level.
Thank you Bryn Terfel!

15 comentários:

  1. Eu vi-o, eu vi-o. Cantou o Figaro das "Bodas" com o Gardiner, em Lisboa e no Châtelet, com a mesma produção. A gravação de uma récita de Paris foi editada em DVD. Já lá vão quase vinte anos, sim.

    ResponderEliminar
  2. Me alegro FanaticoUm de este feliz encuentro!!! Ya por dos veces te encuentras en Londres dos grandes de los grandes actuales: Jonas Kaufmann y Bryn Terfel. Un verdadero lujo... pero es cuando menos te lo esperas que la suerte te regala estos momentos.
    Enhorabuena.

    Saludos,

    ResponderEliminar
  3. @ Paulo,
    Que sorte! Como referi, não só não vi como me escapou totalmente. (Uma vergonha!).
    Esperemos poder voltar a ter a sorte de o rever em Lisboa. É um daqueles cantores verdadeiramente carismáticos.

    @Brunilda,
    É verdade, Londres tem sido a minha cidade de luxo para encontros na rua com grandes artistas do mundo operático. E, desta vez, a coisa não ficou por aqui. Brevemente relatarei mais um outro encontro...

    ResponderEliminar
  4. Ai, ai, que inveja :))

    Eu vi o Terfel ao vivo em NYC há 3 anos, na Richard Tucker Gala e adorei.

    ResponderEliminar
  5. Já só falta encontra-se com a Gheorghiu...você tem cá uma sorte!

    Grande abraço e obrigado por um blog tão interessante.

    De um leitor cheio de inveja.

    ResponderEliminar
  6. @ Moura Aveirense,
    De facto o Terfel é cativante e carismático, para além de um excelente cantor!

    @ Alberto,
    Obrigado e cumprimentos.

    @ Anónimo,
    A inveja é feia... Vou partilhando estas experiências aqui, é o máximo que posso fazer.
    De facto não me encontrei com a Gheorghiu, mas vem aí brevemente outro encontro destes com outro grande nome da cena lírica mundial (sim, sotre!!).
    Cumprimentos

    ResponderEliminar
  7. Ahhh, Bryn ! Yo lo encontré también ! El domingo despues de la función, fuí a cenar con unas amigas en Floral Street y al salir de cenar mientras esperaba taxi para volver a mi hotel , Bryn Terfel salía del teatro por la puerta principal ;)) Solo que la única de mis amigas que llevaba camara de fotos ya se había ido asi que no tengo recuerdo fotografico. Pero pude cruzar unas palabras para decirle lo mucho que me gustó la función, ademas de un cantante extraordinario es un hombre muy simpatico y , porque no decirlo, muy atractivo ;)

    ResponderEliminar
  8. Parabéns, FanaticoUm, e bravo! por ter tido a coragem de voltar atrás e falar com ele, o que se calhar me apeteceria fazer e não ousaria :-)
    E obrigada por partilhar esta experiência encantadora.

    ResponderEliminar
  9. @ Gi,
    Nem imagina o que me custa! Considero-me uma pessoa algo retraída e estas incursões não são nada o meu estilo. Mas ao abrigo do anonimato e em grandes aglomerados fazemos coisas que noutras circunstâncias não ousaríamos.
    E a ideia de poder trocar umas palavras com os artistas que mais admiro e, simultaneamente, obter algo que possa ser partilhado neste espaço com quem o visita, fazem-me perder a vergonha e tentar a minha sorte, comportando-me como um adolescente, período que já passou por mim há uns tempitos!

    ResponderEliminar
  10. Fantástico FanaticoUm!!!

    Também já tive os meus encontros com Terfel na stage door da Royal Opera (nunca casualmente na rua) e realmente é uma pessoa de trato fácil e muito simpático. É isso, juntamente com a qualidade como cantor e actor, que o torna num verdadeiro artista.

    ResponderEliminar
  11. Envious!
    Why such luck doesn't happen to me?
    Beside this huge man I'll be much smaller than you, FanaticoUm. In the street I never wear 10cm high heel;-)

    ResponderEliminar
  12. Emocionante, a sua crónica e o seu encontro com Terfel! Muito obrigada por partilhar!

    ResponderEliminar
  13. Boa! Também não sei se teria a ousadia de abordar alguém que não conheço no meio da rua, e perguntar se posso tirar uma foto com o indivíduo. Obrigado pela interessante crónica, espero que se depare com mais felizes coincidências destas!
    Um conselho quanto à Gheorghiu - não se esqueça da parte do "sou de S. Sª. humilde servo, mtº atento e venerador", e essas coisas hahaha :-)

    ResponderEliminar
  14. @ wagner_fanatic,
    :-)

    @lotus-eater,
    Vielen Danke

    @Elsa,
    Eu é que agradeço o comentário

    @ Plácido,
    Com pena minha (e não estou a ser irónico), desta vez não encontrei a Sra. Gheorghiu. Mas a esperança é a última a morrer.

    ResponderEliminar