Bertrand de Billy conduziu hoje, na Gulbenkian, a Nona de Beethoven com energia, rigor e mestria. Aponto-lhe apenas o ritmo demasiado rápido do 3º andamento que, embora tenha transmitido uma fluidez dançante, lhe retirou o sentimento do “pairar sobre as nuvens” habitual. Orquestra e Coro ao nível soberbo habitual. Solistas masculinos (Boaz Daniel e Charles Reid) excelentes, uma meio-soprano que praticamente não se ouviu (Adrineh Simonian) e uma soprano (Adina Aaron) que esteve mais contida e discreta (e ainda bem...) do que em “Ah! Perfido!” onde gritou, impondo o seu timbre algo rude e uma ausência de lirismo bonito, apesar de o tentar. A abertura da ópera Fidelio foi segura e eficaz, servindo de introdução a um concerto que valeu essencialmente pela Nona de Beethoven.
Beethoven's Ninth - Calouste Gulbenkian Foundation - 2 June 2011
Bertrand de Billy conducted today, at the Calouste Gulbenkian Foundation, Beethoven's Ninth with power, accuracy and mastery. I point you just the excessive fast pace for the 3rd movement that although it gave a smooth dance vision, it denyied the usual feeling of "hovering over the clouds" usual. The Orchestra and Choir were superb as usual. The male soloists (Boaz Daniel and Charles Reid) were excellent, the mezzo-soprano was hardly heard (Adrineh Simonian) and the soprano (Adina Aaron) was more restrained and discreet (thank God for that...) than in "Ah ! Perfido!" where she screamed, placing her somehow rude tone and the lack of beautiful lyricism. The ouverture of the opera Fidelio was safe and effective, serving as an introduction to a concert that worth mainly by Beethoven's Ninth.
Amanhã lá estarei.
ResponderEliminarComo referi, assisti hoje ao concerto.
ResponderEliminarGlobalmente ficou aquém das minhas expectativas.
Começou com a abertura do Fidelio. Os metais tiveram um início desastrado, totalmente desafinados (nem parecia a orquestra Gulbenkian). Mas depois, melhoraram.
No Ah! Pérfido! O soprano Adina Aaron foi muito aplaudida mas não me convenceu. O registo médio foi agreste e o agudo “gritado”, sem brilho.
Na 9ª, a orquestra esteve “empastelada”, não foi empolgante. Só no último andamento (e muito graças ao coro) se ouviram alguns momentos excitantes, mas foram poucos. Bertrand de Billy decepcionou-me.
Dos solistas, apenas o barítono Boaz Daniel impressionou positivamente. O soprano confirmou a impressão deixada anteriormente, o mezzo (Adrineh Simonian) foi inaudível e o tenor (Charles Reid) tinha uma voz pequena, frágil e sem qualquer beleza tímbrica.
Foi o meu último concerto nesta temporada. Apesar dos efusivos aplausos do público, de forma alguma poderei dizer que fechei a temporada da Gulbenkian com “chave de ouro”.
Como se tem visto, ao contrário do que se poderia esperar, o espectáculo não foi muito bom.
ResponderEliminarPara enriquecer, gostaria de dizer que o tal tempo mais acelerado do 3.º andamento não me pareceu mau de todo. O princípio, em si, não me parece impertinente; deu um significado diferente à música -- e, afinal, é destas ambivalências que vivem as obras intemporais como esta.