(review in English below)
A produção da Royal Opera House de Don Giovanni de Mozart a cargo de Kasper Holten foi uma das últimas óperas a que assisti ao vivo antes do terrível período da pandemia. Tive a sorte de estar novamente em cena 3 anos depois, numa altura em que voltei a Londres por razões profissionais.
Como já referi, a encenação é moderna e sofisticada, muito bem conseguida. Um complexo cubo central está em permanente rotação no palco, sobre o qual se projectam diversas imagens e há aberturas constantes de múltiplas portas que dão acesso a diversas salas em dois andares, ligados por escadas interiores. Logo na abertura vão aparecendo projectados os milhares de nomes das conquistas do Don Giovanni, uma imagem que aparecerá frequentemente ao longo da récita em momentos adequados. A movimentação cénica dos cantores é também óptima.
A direcção musical de Constantin Trinks foi muito boa e respeitou os cantores.
Christopher Maltman que me habituei a ver como Don Giovanni, foi um Leoporello muito bom, com voz marcante, belo timbre e bem no desempenho cénico.
Don Giovanni foi Luca Micheletti, um excelente actor com boa figura, muito ágil em parco também graças à sua juventude. Mas o mais importante foi a interpretação vocal de qualidade superior, sempre afinado e bem audível.
A soprano Maria Bengtsson foi uma Donna Anna marcante, com óptima presença em palco e uma interpretação vocal superior, de grande emotividade.
Charles Castronovo foi fantástico como Dom Ottavio. O tenor tem um timbre bonito, bem audível e esteve sempre ao melhor nível na interpretação vocal e cénica.
A mezzo Paula Murrihy foi uma magnífica Dona Elvira na interpretação cénica como vocal.
O barítono Thomas Faulkner foi um Masetto notável e de voz segura e bem audível,
e Christina Gansch foi uma Zerlina atrevida, com voz excelente e óptima presença em palco.
O Comendador, Adam Palka, não destoou e contribuiu para este magnífico espectáculo de ópera.
Um excelente espectáculo!
*****
DON GIOVANNI, Royal Opera House, London, September 2022
The production of the Royal Opera House of Mozart´s Don Giovanni by Kasper Holten was one of the last operas I saw live before the terrible period of the pandemic. I was lucky enough to be back on the scene 3 years later, at a time when I returned to London for professional reasons.
As I mentioned, the staging is modern and sophisticated, very well done. A complex central cube is in permanent rotation on the stage, on which several images are projected and there are constant openings of multiple doors that give access to different rooms on two floors, connected by interior stairs. Right at the opening, thousands of names of Don Giovanni's conquests are projected, an image that will often appear throughout the performance at appropriate times. The scenic movement of the singers is also great.
Constantin Trinks' musical direction was very good and respected the singers.
Christopher Maltman, who I got used to seeing as Don Giovanni, was a very good Leoporello, with a remarkable voice, beautiful timbre and a good stage performance.
Don Giovanni was Luca Micheletti, an excellent actor with a good figure, very agile but also thanks to his youth. But the most important thing was the superior quality vocal interpretation, always in tune and very audible.
Soprano Maria Bengtsson was a remarkable Donna Anna, with great presence on stage and a superior vocal interpretation, with great emotion.
Charles Castronovo was fantastic as Dom Ottavio. The tenor has a beautiful timbre, very audible and has always been at the best level in vocal and scenic interpretation.
Mezzo Paula Murrihy was a magnificent Dona Elvira in the scenic interpretation as vocal.
Baritone Thomas Faulkner was a remarkable Masetto with a confident, well-audible voice, and Christina Gansch was a cheeky Zerlina, with an excellent voice and great stage presence.
The Comendatore Adam Palka, did not stand out and contributed to this magnificent opera presentation.
*****
Sem comentários:
Enviar um comentário