quarta-feira, 22 de agosto de 2012

As Estações / The Seasons, Haydn, Fundação Gulbenkian, Novembro de 2011



 As Estações (The Seasons) é uma das grandes oratórias de Joseph Haydn, com libretto de Gottfried van Swieten. Baseia-se em episódios da vida rural e é composta por quatro partes, correspondentes às estações do ano. A música é de uma beleza assinalável e, entre outros, os Adagios do Verão e do Inverno são belíssimos.

(programa de sala)

Na direcção musical esteve o conceituado maestro inglês Paul McCreesh que fez justiça à sua reputação e ofereceu-nos um excelente espectáculo. A Orquestra Gulbenkian esteve à altura do que lhe foi exigido.

(fotografias do programa de sala da Gulbenkian)

O Coro Gulbenkian (maestro do coro, Fernando Eldoro) teve um desempenho excepcional e, para mim, foi o responsável pelos momentos musicais mais empolgantes da tarde.

Os três solistas foram homogéneos e de elevada qualidade. A opção de os colocar à esquerda, na zona média do palco, mesmo ao lado das 4 trompas fez com que, frequentemente, tivessem que tapar os ouvidos para não ensurdecerem com o som, o que foi particularmente notório (e claramente evitável!) na segunda parte.

Andrew Foster-Williams, baixo-barítono inglês, tem uma voz bonita e cheia. A qualidade manteve-se ao longo de toda a récita, tanto nas árias como nos recitativos.


 O soprano sueco Miah Persson mostrou segurança e versatilidade na interpretação e esteve sempre ao mais alto nível. Canta aparentemente sem esforço e o timbre é muito agradável, sobretudo na interpretação das árias.


 O tenor inglês Robert Murray esteve muito melhor hoje do que na abertura da temporada, onde cantou “A Criação” também de Haydn. As suas intervenções foram seguras, a beleza tímbrica assinalável e foi sempre bem audível, mesmo quando usou, de forma notável, a mezza voce.


 Um dos melhores concertos da temporada da Gulbenkian que só agora é aqui comentado.

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The Seasons, Haydn, Gulbenkian Foundation, November 2011

The Seasons is one of the great oratorios of Joseph Haydn, with libretto by Gottfried van Swieten. It is based on episodes of rural life and is composed of four parts, corresponding to the seasons of the year. The music is beautiful and among others the Adagios of summer and winter are remarkable.

Musical director was the renowned British conductor Paul McCreesh. He did justice to his reputation and offered us a great performance. The Gulbenkian Orchestra was excellent, as required.

The Gulbenkian Choir (conductor of the choir, Fernando Eldoro) had an outstanding performance and, for me, it was responsible for the most exciting musical moments of the performance.

The three soloists were homogeneous and of high quality. The option of placing them on the left, at the middle zone of the stage, right next to the four tubes obliged them frequently to cover their ears from deafened with the sound, which was particularly evident (and clearly avoidable!) in the second part.

Andrew Foster-Williams, English bass-baritone, has a beautiful full voice. The vocal quality was maintained throughout the recital, both in the arias and in recitatives.

Swedish soprano Miah Persson has shown a sound and versatile interpretation and she was always at the top level. The singing seemed effortless and the vocal timbre was very nice, especially when singing the arias.

English tenor Robert Murray was much better today than in the season premiere, when he sang "The Creation" also by Haydn. His interventions were safe, the beauty and remarkable timbre of his voice were always noticeable, even when he sang, with great quality, in mezza voce.

It was one of the best concerts of the season at Gulbenkian Foundation that only now is reviewed here.

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