Tudo o que eu puder dizer, neste blog, sobre o concerto único que Patricia Petibon nos presenteou esta noite, nunca será completamente revelador da sua grandiosidade artística.
O que poderia parecer, à partida, um simples e sério concerto promocional do seu disco “Rosso”, o qual guardo na minha colecção há vários meses, transformou-se num verdadeiro hino à paixão pela música, pelo teatro, pela arte e pela vida. Uma ruiva de vermelho, confirmou a beleza da sua voz e a capacidade única que tem de a modular numa expressividade sublime. Afinação de arrepiar, projecção imensa e uma articulação doce e ondulada rendem-nos por completo, não podendo deixar de referir o modo perfeito com que, em determinadas passagens, opta pelo falar cantado para melhor exprimir os sentimentos.
De tudo o que pudemos ouvir, não posso deixar de realçar os meus favoritos. “Piangero la sorte mia”, ária de Cleópatra em Giulio Cesare in Egitto, é talvez a ária mais lírica e extrasensorial do programa. A ária “Tornami a vagheggiar” da Alcina de Haendel, encontrou numa encenação teatral em palco com actor masculino, um momento de puro deleite e comédia que não se consegue descrever em palavras (felizmente o concerto foi gravado em video... esperemos que, na melhor das hipóteses, seja editado em DVD). O seu “Lascia ch’io pianga” final, antes de envolver musicalmente o público num encore de “Quando voglio – Orfeu tu dormi” de Antonio Sartorio, foi capaz de levantar, de modo massivo, o público da Gulbenkian (e a mim pela segunda vez em todas as vezes que já me sentei naquelas cadeiras).
Andrea Marcon e a Venice Baroque Orchestra estiveram superlativamente fantásticos, intercalando com as árias de Petibon, obras orquestrais de Haendel, Vivaldi e Geminiani. Não posso deixar de referir que… “Adorei o percussionista, Joel Grare!”, ou como o bom português diria: “Adorei o senhor das pandeiretas e das castanholas” :)
PATRICIA PETIBON - A Redhead in Red - Calouste Gulbenkian Foundation - 3 December 2011
All I can say in this blog, about the single concert that Patricia Petibon gave us tonight, will never be quite revealing of its artistic greatness.
O que poderia parecer, à partida, um simples e sério concerto promocional do seu disco “Rosso”, o qual guardo na minha colecção há vários meses, transformou-se num verdadeiro hino à paixão pela música, pelo teatro, pela arte e pela vida. Uma ruiva de vermelho, confirmou a beleza da sua voz e a capacidade única que tem de a modular numa expressividade sublime. Afinação de arrepiar, projecção imensa e uma articulação doce e ondulada rendem-nos por completo, não podendo deixar de referir o modo perfeito com que, em determinadas passagens, opta pelo falar cantado para melhor exprimir os sentimentos.
De tudo o que pudemos ouvir, não posso deixar de realçar os meus favoritos. “Piangero la sorte mia”, ária de Cleópatra em Giulio Cesare in Egitto, é talvez a ária mais lírica e extrasensorial do programa. A ária “Tornami a vagheggiar” da Alcina de Haendel, encontrou numa encenação teatral em palco com actor masculino, um momento de puro deleite e comédia que não se consegue descrever em palavras (felizmente o concerto foi gravado em video... esperemos que, na melhor das hipóteses, seja editado em DVD). O seu “Lascia ch’io pianga” final, antes de envolver musicalmente o público num encore de “Quando voglio – Orfeu tu dormi” de Antonio Sartorio, foi capaz de levantar, de modo massivo, o público da Gulbenkian (e a mim pela segunda vez em todas as vezes que já me sentei naquelas cadeiras).
Andrea Marcon e a Venice Baroque Orchestra estiveram superlativamente fantásticos, intercalando com as árias de Petibon, obras orquestrais de Haendel, Vivaldi e Geminiani. Não posso deixar de referir que… “Adorei o percussionista, Joel Grare!”, ou como o bom português diria: “Adorei o senhor das pandeiretas e das castanholas” :)
PATRICIA PETIBON - A Redhead in Red - Calouste Gulbenkian Foundation - 3 December 2011
All I can say in this blog, about the single concert that Patricia Petibon gave us tonight, will never be quite revealing of its artistic greatness.
What might seem at the outset, a simple and serious concert promotional of her album "Rosso", which I keep in my collection for several months now, became a veritable ode to passion for music, theater, art and life . A redhead in red, confirmed the beauty of her voice and has the unique ability to modulate it to a sublime expressiveness. Excellent pitch, great projection and a sweet and wavy articulation easily surrenders us all. I cannot fail to mention the perfect way she opts to sung by speaking in some passages in order to better express the feelings.
From what we have heard, I must highlight my favorites. "Piangerò la sorte mia” aria of Cleopatra in Giulio Cesare in Egitto, is perhaps the most lyrical aria of the program. The aria "Tornami a vagheggiar" from Handel's Alcina, found in a theatrical performance on stage with a male actor, a moment of pure delight and fun that I cannot describe in words (the concerto was recorded in video so we can hope to see it in the future on a music channel or maybe a commercial DVD). Her "Laschia ch’io pianga” at the end, just before engaging the public in a musically encore of "Quando voglio – Orfeo, tu dormi" by Antonio Sartorio, was able to massively raise Gulbenkian's audience (and me for the second time in all the times I’ve sat in those chairs).Andrea Marcon and the Venice Baroque Orchestra were superlatively great, playing orchestral works of Handel, Vivaldi and Geminiani, between Petibon arias. I cannot fail to mention that ... "I loved the drummer, Joel Grare!", or as a good Portuguese would say: "I loved the man of the tambourines and the castanets" :)
Mais um que perdi e de que me arrependo, mas ainda não é possível estar em dois locais ao mesmo tempo!
ResponderEliminarAhh...Patricia Petibon! I was fortunate and blessed to hear her marvelous voice at the Theater an der Wien while I was living in Vienna years ago. She is alive and fun, fun, fun! Thank you for this post. I will follow her career more closely from this point forward.
ResponderEliminarMais um imperdível que perdi. Com muita pena mim. A Gulbenkain em grande, mais uma vez.
ResponderEliminarObrigado Wagner_fanatic
Tenho o disco, estive lá e subscrevo por completo o aqui dito sobre o concerto. O canto lirico não tem feito parte, de todo, das minhas preferências no universo da musica clássica mas reconheço que tem os seus encantos. A voz é um dos mais belos instrumentos musicais. Também amei o "manganão" da pandeireta.
ResponderEliminarUna suerte poder estar en el concierto. Patricia está en estos temas muy cómoda con unas versiones muy personales. Yo sólo lo he podido escuchar en disco, pero verla en directo debe ser impresionante. Patricia es la mejor.
ResponderEliminarEu estive presente e subscrevo cada palavra. Foi um concerto inesquecível!
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