quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Tristan und Isolde – Opernhaus Zϋrich – 10 de Outubro de 2010 – Peter Seiffert reinventa o papel de Tristão, cantando-o em disfonia progressiva…
(english version below)
Esta produção de Tristão e Isolda na Ópera de Zϋrich, que se estende durante este Outubro, prometia. Reuniam-se 4 colossos wagnerianos: Waltraud Meier, Peter Seiffert, Matti Salminen e Bernard Haitink.
Alguns dias antes da estreia a 5 de Outubro, Waltraud Meier abandonou a produção, alegadamente por divergências artísticas com Bernard Haitink, sendo substituída pela, para mim desconhecida, Barbara Schneider-Hofsteter.
Bilhetes comprados, que fazer? Ir, claro. De 4 passavamos a 3. No Domingo, quando antes do início da récita, alguém da casa vem ao palco, temi o pior: Salminen, que havia cantado na véspera a última récita do Der Fliegende Hollander em Paris (récita de 24/09 revista neste blog), não cantaria? Não, não era isso. Alívio. Peter Seiffert não se encontrava em boa forma vocal mas ia cantar mesmo assim. Todos aplaudiram. Eu estremeci por dentro! Em má forma vocal e aventurar-se no Tristão? Ia dar “buraco”, para não dizer outra coisa que a moderação deste blog não permite… Com lugar na primeira fila da plateia, assisti a um 1º acto onde Seiffert , embora chupando uns rebuçados (provavelmente de ervas suíças…), nos brindou com uma voz forte, sem vacilar muito, com um ou outro sinal discreto de quem padece de algo laríngeo, mas facilmente resolvido no curso do canto. O final do 1º acto foi bastante intenso musical e dramaticamente e, no geral, em conjunto com a abertura e os 2 monólogos do Rei Marke, o melhor da récita.
Se o 1º acto foi aceitável, o 2º foi um pesadelo! Logo desde o início do dueto de amor, a voz de Seiffert quebrou. O “fantasma” que assombrou a voz de Ben Heppner no Tristão de Londres em 2009 e a que os Fanáticos assistiram (revisto neste blog) voltava a atacar agora em Zϋrich. Períodos de instabilidade vocal caracterizados por sensação de catarro e “altos e baixos” tipo oscilação sobre a linha de base nas notas longas, entrecruzavam-se com alturas melhores em que, forçando ainda mais a voz, lá vinha um pouco do verdadeiro Seiffert que ainda existe de base e em excelente vivacidade vocal (não estamos a falar de um cantor que já não tem voz mas sim um cantor com a voz pontualmente doente). O resultado foi a completa quebra do ambiente dramático da ópera e o início da queda de uma récita que ainda podia vir a ser muito boa, aparte de tudo o que de menos bom havia tido até então. Além dos rebuçados, agora era a água e a imitação de vinho (adereços do cenário) que procuravam ajudar Seiffert. Quando no final do 2º acto se cumpre o ferir de Tristão, onde quer que Wagner esteja, deve ter sentido um grande alívio… era o que melhor se aplicava à voz de Seiffert naquele momento.
Se o 2º acto foi pesadelo, o 3º foi de Terror! Nunca tinha assistido a nada assim. Dois a três minutos foi o tempo necessário para Seiffert quebrar por completo a um nível deplorável. Desejo a todos que nunca tenham de passar por isto quando assistirem a uma ópera. Completamente disfónico, ao mais alto grau – houve alturas em que abriu a boca e o som simplesmente não saiu… nenhum som vocal… puramente silêncio… - afonia pura e dura! Nem rebuçados, nem água, nem nada!! A voz simplesmente não existia! Embora não sendo a sua área, acho que Villazon teria cantado melhor este Tristão… e DURANTE a sua própria cirurgia às cordas vocais (ironia…)!...
É justo colocar um cantor nesta situação, mesmo que Seiffert o queira ter feito?! Isto não deve acontecer numa casa de ópera desta dimensão! Relembro um episódio semelhante e não tão gravoso. Há 2 anos, ouvia eu pela Internet, a 2ª Valquíria dos últimos ciclos do Anel de Otto Schenk no Met. Um aviso inicial informava que Plácido Domingo estava indisposto mas que mesmo assim cantaria. No meio a ¾ do 1º acto, é feita a troca por Gary Lehman que termina o acto e a ópera. Mais palavras para quê?
Passemos então àquilo que posso dizer de melhor em relação à récita (depois disto, quase tudo pode parecer melhor…)
Começamos do menos bom para o melhor, deixando para o final a encenação.
A Brangäne de Michelle Breedt foi mediana. Dotada de figura e voz pouco potente, com timbre tímido em relação a outras cantoras que já interpretaram excelentemente este papel, mal se conseguiu ouvir no 2º aviso durante o dueto do 2º acto entre Tristão e Isolda.
Barbara Schneider-Hofsteter foi uma boa substituta de Waltraud Meier. Sinceramente acho que Meier já não consegue muitos dos agudos que o papel exige, embora o pudesse compensar com aspecto interpretativos. Mas agudos + interpretação estiveram presentes em Schneider-Hofsteter. Boa actriz, sem excessos, teve o seu pior momento interpretativo talvez na passagem após ambos os amantes beberem o filtro, não evidenciando um esperado transe clássico. Potência de voz aliada a agudos não gritados permitiram, por momentos, esquecer o horror de Seiffert. Tem, contudo, um defeito que, a mim, me faz confusão ao ver: quando canta as vogais abertas, principalmente com agudos, esboça um bocejo com a boca, cenicamente feio, embora vocalmente eficaz.
O Kurwenal de Martin Gantner foi excelente. Barítono fantástico com voz firme, deslumbrou no 3º acto, oposto a um Seiffert esgotado.
Matti Salminen é um colosso! Soberbo Rei Marke, em especial no 3º acto onde não teve de cantar maioritariamente sentado. Foi o melhor da noite, com graves que ainda ressoam por todo o teatro.
A Orquestra e a direcção de Bernard Haitink foram sublimes! O som que saiu do fosso foi rico, texturado, compreendendo-se claramente cada linha melódica de cada naipe; ataques síncronos (apenas com uma excepção com entrada precoce dos violinos) e dinâmica perfeita.
A encenação de Claus Guth é curiosamente inteligente e original. Transporta a acção para a casa de Otto Wesendonk, imprimindo o real do triângulo amoroso Richard – Mathilde – Otto para Tristão – Isolda – Marke, que está na génese desta ópera. Várias salas – quarto (em tons de vermelho), sala de jantar (em tons de azul e visível no vídeo em baixo), jardim (com vasos grandes de plantas) e parede com 3 portas em branco – vão rodando, maioritariamente no sentido dos ponteiros do relógio, com as personagens passando através de portas, de uma sala para a outra.
Curiosamente, o 2º acto que originalmente se passa no jardim do palácio de Marke, não encontra paralelo no jardim da casa desta encenação. Este serve de palco ao 1º encontro (1º acto) entre Tristão e Isolda.
Pormenor interessante é a abordagem dada ao aviso de Brangäne sobre Melot no início do 2º acto. Paredes rodam e vemos a sala de jantar com as personagens estáticas tal e qual figuras da Madame Tussauds, simulando a apresentação de Isolda por Tristão a Marke, com Melot vigil em cena. Brangäne move-se livremente enquanto Isolda vai dando e largando a mão de Tristão. O início do dueto do 2º acto é na mesma sala onde se simula do mesmo modo, um baile de boas vindas e onde Tristão e Isolda deambulam como que indiferentes a todos e a tudo o que os rodeia e que permanece estático, incluindo Melot observador a um canto da sala. O “O sink…” é já sob a parede com 3 portas em branco, onde se vai projectando sombras de folhas de árvore. No momento do interlúdio do dueto, o cenário move-se e revela Melot escutando por detrás de uma das portas… No geral é uma abordagem diferente, interessante e eficaz, pecando apenas na sua descontextualização relativa, quando se fazer referências a navio, quer no 1º quer no 3º acto.
O site da Opernhaus oferece algumas fotos da produção em http://opernhaus.ch/de/media_pr/fotodb/fotodb.php?prodID=94 que convido a visitar (não publicadas aqui por motivos de copyright)
A Opernhaus de Zϋrich mistura estilo clássico com moderno de forma harmoniosa. Achei particularmente interessante a existência de pequenos cestos de metal, patrocinados pela marca suíça Ricola, contendo os conhecidos rebuçados de ervas.
Uma hora antes do início da récita estavam todos assim:
No final do 1º acto – 1º intervalo estavam assim:
Talvez muitos deles no bolso de Peter Seiffert, não?
Deixo-vos com as habituais fotos e vídeo da chamada ao palco, chamando particular atenção para o gestual pedido de desculpa e agradecimento pela compreensão de Peter Seiffert, tendo como fundo aplausos, no meu ponto de vista, misericordiosos, de uma plateia que o conhece e acaricia muito.
Tristan und Isolde - Opernhaus Zϋrich - 10 October 2010 - Peter Seiffert reinvents the role of Tristan, singing it in progressive dysphonia ...
This production of Tristan and Isolde at the Zϋrich Opera House, which goes all along this October, was very promising. The presence of four Wagnerian giants: Waltraud Meier, Peter Seiffert, Matti Salminen and Bernard Haitink was a real treat.
A few days before the premiere, Waltraud Meier walked away, allegedly by artistic differences with Bernard Haitink. She was replaced by the unknown to me Barbara Schneider-Hofsteter.
What to do with the tickets in my hand? Use them, of course. From 4 we went to 3 giants… Last Sunday, when a person from the opera showed on stage to give an announcement, I feared the worst: Salminen, who had sung Der Fliegende Hollander in Paris (24/09 reviewed in this blog) will not be singing? No, it was not that. What a relief. Peter Seiffert was not in good vocal form, but he would sing anyway. Everyone applauded. I felt a cold sensation on my spine. In vocal bad condition he would adventure himself in the role of Tristan? This was not going to find a happy ending… With a first row place, I watched a 1st act where Seiffert, while sucking on a candy (probably herbal Swiss ...) offered us a strong voice, without much hesitation, with one or two discrete signals typical of those suffering from laryngeal problem, but easily solved. The end of the 1st act was pretty intense and, in general, along with the opening and the two monologues of King Marke, it was the best moment of the evening.
If the 1st act was acceptable, the 2nd was a nightmare! Right from the beginning of the love duet, his voice broke. The "ghost" that haunted the voice of Ben Heppner in the London Tristan in 2009 to which the Fanatics went (reviewed in this blog) was striking back, this time in Zurich. Periods of instability characterized by vocal sensation of phlegm and "boom and bust" type oscillation over the baseline in long notes, came along with better moments where, even forcing the voice, the true Seiffert showed himself (we're not talking about a singer who has no voice but a singer with the voice occasionally ill). The result was the complete breakdown of the dramatic setting of the opera and the beginning of the fall of an evening which could still prove to be very good, apart from everything that had been not so good so far. In addition to sweets, now it was the water and the fake wine who tried to help Seiffert.
If the 2nd act was nightmare, the 3rd was of Terror! I had never seen anything like that. Two to three minutes was all it took to Seiffert voice to enter a deplorable level. Fully dysphonic to the highest degree - there were times when he opened his mouth and the sound simply did not come out! No sweets could help, no water could help, nothing! The voice simply did not exist! Villazon, despite not being a role to him, he could have sung this part better ... and DURING his own vocal cord surgery…
It's fair to put a singer in this situation, even if Seiffert wanted to do it?! This should not happen in an opera house like this! I recall a similar episode and not so onerous. Two years ago, I heard over the Internet, the second Valkyrie in the last stages of the Ring at the Met by Otto Schenk. Placido Domingo was ill and not feeling well but he would still sing. He was replaced in the middle of the first act and exchanged places with Gary Lehman who ended the act and the opera. Need I say more?!...
Let us now turn to what of positive I can tell you about the evening.
Brangäne was performed by an average Michelle Breedt. Endowed with little figure and not so powerful voice we could barely hear second warning during the Act 2 duet between Tristan and Isolde.
Barbara Schneider-Hofsteter was a good substitute for Waltraud Meier. I honestly think that Meier´s voice has lost most of what it takes to play Isolde, although she could compensate it with interpretative abilities. But these were present in sharp Schneider-Hofsteter. A good actress, she had perhaps his worst moment in the interpretive passage after both lovers drink the filter. Power combined with an unshouted voice allowed, for a brief moment, to forget the horror of Seiffert. It has, however, a tick that I dislike: when she sings the open vowels, especially with sharp outlines, she makes a yawn with her mouth, scenically ugly, though vocally effective.
Kurwenal by Martin Gantner was excellent. Fantastic baritone. Firm voice, dazzled in the 3rd act, opposed to an exhausted Seiffert.
Matti Salminen is a colossus! A superb King Marke, especially in the 3rd act where he did not have to sing sitted. It was the best of the night with a bass voice that still resonates throughout the theater.
The Orchestra and Bernard Haitink were sublime! The sound that came out of the pit was rich, textured, allowing to understand clearly each melodic line of each group; synchronous attacks (with one exception with early entry of the violins) and perfect dynamics.
The production by Claus Guth is curiously clever and original. It transports the action to the home of Otto Wesendonk, printing the actual love triangle Richard - Mathilde - Otto for Tristan - Isolde - Marke, who is in the genesis of this opera. Several rooms - bedroom (in red), dining room (in shades of blue and visible in the video below), garden (with large pots of plants) and a wall with three doors in white - will run, mostly clockwise, with the characters going through doors from one room to another.
Interestingly, the Act 2 that originally takes place in the palace garden, has no parallel in the garden of this scenario. This serves as stage to the 1st meeting (1st act) between Tristan and Isolde. Interesting detail is the approach to the warning about Melot made by Brangäne, at the beginning of Act 2. Walls run and you see the dining room with the characters just like static figures of Madame Tussauds, simulating the arrival of Isolde with Tristan before Marke. Melot observes the scene. Brangäne moves freely while Isolde is giving and leaving the hand of Tristan. The beginning of the duet of Act 2 is in the same room. A ball of welcoming is in course but Tristan and Isolde wander as if they were the only ones in the room. All the other remain static, including the observer Melot. The "O sink ..." is already on the wall with three doors in white, were shadows of tree leaves are projected. At the time of the duet interlude, the scene moves and reveals Melot listening behind a door ... Overall this is a different approach, interesting and effective only less consistent in its decontextualization when making references to ships.
The website of the Opernhaus offers some photos of the production at http://opernhaus.ch/de/media_pr/fotodb/fotodb.php?prodID=94 which I invite you to see (unpublished here due to copyright).
The Opernhaus Zϋrich mixes classic with modern style smoothly. I found particularly interesting the fact they have small metal baskets, sponsored by Ricola Swiss brand, containing the famous herbs sweets.
An hour before the opera they all looked like this:
At the end of the 1st act - 1st interval, they were as follows:
Perhaps many of them in the pocket of Peter Seiffert, no?
I leave you with the usual photos and video of the curtain call. Please see how Seiffert gestures to the audience asking for apology and thanking for the understanding of the opera fans. The applause was a merciful one from an audience who knows and loves him.
Etiquetas:
Barbara Schneider-Hofsteter,
Bernard Haitink,
Martin Gantner,
Matti Salminen,
Michelle Breedt,
Opernhaus Zürich,
Peter Seiffert,
Tristan und Isolde,
Wagner
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Caro wagner_fanatic,
ResponderEliminarMais uma experiência nova, a juntar à sua colecção de incidentes que tem vindo a acumular desde que o blogue existe.
Se eu estivesse presente, imagino que a minha decepção seria de tal modo grande que ofuscaria qualquer possibilidade de apreciar as coisas boas que ainda viu.
Mas será que um teatro de ópera do nível deste não tem cantores substitutos? Aparentemente não...
Caro FanáticoUm,
ResponderEliminarA récita de ontem contou com Stig Andersen como Tristão... onde estava ele no Domingo?... Foi mau para quem viu e imagino como se terá sentido Seiffert durante. Ainda ter a capacidade de se apresentar em público no final... Eu não sei se não teria dito algumas palavras ao público. E a direcção do Teatro tinha de ter dito algo. Mas enfim... Pensamos mal de Portugal e, às vezes, nos outros sítios é igual ou pior...
Cumprimentos musicais.
Acho que a sua última observação é muito acertada. O que se diria por cá, nós incluídos (convém reconhecer a bem da verdade), se algo de semelhante se passasse no São Carlos ou na Gulbenkian...
ResponderEliminarTodos temos vivido experiências de muito bom e muito mau cá e fora. O que me entristece é que o muito bom cá é uma raridade e fora é frequente, ao passo que o muito mau tem sido, nos últimos anos, o contrário.
Há muitos anos (talvez mais de quinze) assisti a um "Don Carlo" na Ópera de Hamburgo, que não é propriamente um teatro de província, em que o Rodrigo não morreu. O cantor, de cujo nome não me lembro, foi perdendo a voz ao longo da récita. Antes do início do III acto, uma voz anunciou que o barítono russo não estava em condições de continuar a cantar, pelo que saltaríamos a cena da prisão e passaríamos ao IV acto. Entre os outros cantores estava Anna Tomowa-Sintow, Bruna Baglioni e Ferruccio Furlanetto (como Filipe II). Lamentavelmente também não recordo o nome do tenor.
ResponderEliminarEstas situações são mais frequentes do que se possa pensar, mas assistir a um Tristão assim é desesperante. Também tive um caso semelhante, em Barcelona. John Treleaven cantava com Deborah Polaski. Ao longo do II acto comecei a temer pelo III e de facto foi penoso. Ele foi cantando o seu Tristão mas sempre em dificuldades. A sua morte foi um alívio para todos.
Caro Paulo,
ResponderEliminarObrigado por partilhar a sua experiência.
Cumprimentos musicais.
Caro wagner_fanatic,
ResponderEliminarIsso dos rebuçados por um lado é bom: aguenta a tosse e o catarro xD
Por outro lado é mau: as velhinas não pararão de os dessembrulhar (como ontem na Gulbenkian).
Cumps
Caro Plácido,
ResponderEliminarAí é que está... o papel destes não faz barulho ao desembrulhar. Confesso que tirei um para mim mas não o comi durante a récita :). Se calhar deviam fazer o mesmo na Gulbenkian ( e noutros sítios...). Isso e muitas outras coisas que um dia destes vou colocar neste blog...
Curiosamente, o público de Zurich foi fantástico. Não se ouviu um único acesso de tosse. Talvez para compensar, o Seiffert acabou por fazer o que fez :)...
Cumprimentos musicais.
it's strange what you say about Meier. I heard her singing the Isolde this spring and it was superb! She still has everything is needed to sing an exceptionel Isolde - I see her still playing in another league. By the way: both - singing and acting - are inseparable in her case.
ResponderEliminarHi.
ResponderEliminarI adore Waltraud Meier and yes, I agree that she is a complete (acting and singing) artist.
I saw her in several produtions since 2005 but mainly as Sieglinde (Royal Opera in 2005, Barcelona 2008), twice as Kundry in Paris 2008 and Berlin 2009, and I hope to get tickets to Milano for the December Die Walkure. I only saw her Isolde once in Paris, I believe in 2008, and she was superb.
This year I heard her Ortrud and she was very good. I know it is not the same as Isolde but her high notes were not as beautiful as in the past productions. It sounded more shouted than ever, although superbly in a lower pitch and perfect as an actress.
I would have loved to see her in this Tristan und Isolde in Zurich... Maybe my comments were a kind of excuse for myself for not having the chance to hear her again, in order to feel myself less unhappy with that unlucky fate...
Thank you for your comments.
I love your candy pictures. I'm sure that Herr Seiffert put all the candies in his pocket!
ResponderEliminarI'd heard him as Max in "Der Freischütz" in Zürich. In my opinion he is not more than mediocre.
Frau Meier is wellknown for her Divalike attitude in Germany.
Dear lotus-eater,
ResponderEliminarI like Peter Seiffert a lot. I have only seen him twice and the first time as Tristan in Barcelona this February he was very good. He had a bad day in Zurich this time. I hope he does not repeat this next February in Tannhauser (Zurich) and in May in Der Freischutz (Barcelona)...
I did not have the idea that Meier had those diva-like attitudes. In every time I saw her she was always very professional.