sexta-feira, 16 de abril de 2010

LA BOHÈME –Wiener Staatsoper, Viena, Abril de 2010

Mais uma oportunidade para ver La Bohème de G. Puccini, pouco tempo após a ter apreciado no MET. A produção em Viena é também de Franco Zeffirelli, apesar de diferente da de NY mas, como seria de esperar, é clássica, de bom gosto, eficaz e grandiosa!


No dia seguinte a um desastre aéreo em que morreu o presidente da Polónia e muitas outras entidades oficiais, no início apareceu em palco um senhor que pediu um minuto e silêncio pelas vítimas, dado o tenor principal ser polaco, o que foi um motivo de alívio pois pensei que ele não iria cantar.


Como Mimi tivemos Tamar Iveri, um soprano convencional, que fez a personagem mas não lhe imprimiu aquela emoção e qualidade interpretativa desejadas, sobretudo após ter visto há poucas semanas a Anna Netrebko neste papel (e ela é quem está a alternar com Iveri as récitas aqui em Viena mas, infelizmente, tocou-me esta). Cantou regularmente, mostrou um vibrato já considerável, foi pouco convincente no primeiro acto, um pouco melhor no terceiro e bem no último. Cenicamente regular.
No papel de Rodolfo esteve Piotr Beczala. Foi, de longe, o melhor em palco. Como referi quando o ouvi no mesmo papel há poucas semanas, é um tenor seguro, de invulgar beleza tímbrica, voz grande e consistente em todos os registos, particularmente notável nos agudos. E, em palco, está muito bem. Foi muito convincente e proporcionou momentos de grande intensidade lírica.
Anita Hartig encarnou uma Musetta notável, ao nível das boas cantoras deste papel. Os restantes estiveram bem, mas sem deslumbrarem. No compto final, um espectáculo muito bom.

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