quinta-feira, 11 de outubro de 2012

OPERA IN THE PARK, Golden Gate Park, San Francisco, Setembro 2012



Na minha recente estadia em San Francisco assisti a um concerto ao ar livre, Opera in the Park, gratuito e aberto a todos, no Golden Gate Park, num dia de sol radioso. Foi a primeira vez que tive a oportunidade de assistir, ao vivo, a um destes concertos nos Estados Unidos da América.


 A Orquestra da Ópera de San Francisco foi dirigida pelo maestro Nicola Luisotti. O programa foi composto por excertos muito populares de óperas bem conhecidas.

Incluiu árias, duetos e ensembles de La Traviata, I Lombardi, Rigoletto, Un Ballo in Maschera (Verdi), Manon Lescaut, Tosca  (Puccini), Norma, I Puritani (Bellini), Carmen (Bizet), Roméo et Juliette (Gounod), L’Elisir d’Amore (Donizetti), Il Barbiere di Siviglia (Rossini) e Rinaldo (Händel). A abertura da Norma e o intermezzo da Manon Lescaut foram as únicas intervenções apenas orquestrais.




 O nível qualitativo dos cantores foi de topo e incluiu:

Tenores: Saimir Pirgu, uma das vozes mais bonitas da actualidade, verdadeiramente notável em La mia letizia infondere de I Lombardi, Arturo Chacón-Cruz, Francesco Demuro, em luta com as notas agudas, e Brian Jagde.

Barítonos: Joo Won Kang e Zeljko Lucic.

Baixos: Eric Owens, marcante na ária Sibilar gli angui d’Aletto de Rinaldo e Andrea Silvestrelli.

Sopranos: Albina Shagimuratova, magnífica na ária Qui la voce de I Puritani, Nicole Cabell, Nadine Sierra, muito original na interpretação da ária Lascia ch’io pianga de Rinaldo, Aleksandra Kurzak e Marina Harris.

Mezzosopranos: Kendall Gladen, detentora de uma bela voz escura e luminosa, e Laura Krumm.


Um concerto ao ar livre tem, necessariamente, condicionalismos que seriam inaceitáveis dentro de um teatro de ópera. Entre outros, amplificação sonora potente (com distorção vocal), ruído ambiente constante, movimento regular de pessoas (e de cães).


 Nesta tarde houve ainda outros aspectos negativos. Foram constantes os que falavam em tom de voz normal durante o concerto (e pouco sensíveis aos schiiii dos vizinhos), outros trauteavam árias que julgavam conhecer, e muitos comiam com ruído alguns dos componentes do picnic que foram convidados a trazer.


 Mas o espírito aqui é outro, os aplausos foram longos e generosos, e todos devem ter gostado muito, sobretudo depois de “cantarem” com os artistas, no encerramento do concerto, o Libiamo de La Traviata.




OPERA IN THE PARK, Golden Gate Park, San Francisco, September 2012

In my recent stay in San Francisco I attended an outdoor concert, Opera in the Park, free of charge and open to all, in Golden Gate Park, on a day of bright sunshine. It was the first time I had the opportunity to see, live, one of these concerts in the United States.

San Francisco Opera Orchestra was conducted by Maestro Nicola Luisotti. The program consisted of well known excerpts from popular operas.

It included arias, duets and ensembles from La Traviata, I Lombardi, Rigoletto, Un Ballo in Maschera (Verdi), Manon Lescaut, Tosca (Puccini), Norma, I Puritani (Bellini), Carmen (Bizet), Roméo et Juliette (Gounod) , L'Elisir d'Amore (Donizetti), Il Barbiere di Siviglia (Rossini) and Rinaldo (Handel) The overture of Norma and the intermezzo from Manon Lescaut were the only orchestral interventions.


The qualitative level of the singers was top and included:

Tenors: Saimir Pirgu, one of the most beautiful voices of our time, truly remarkable in La mia letizia infondere from I Lombardi, Arturo Chacón-Cruz, Francesco Demuro, struggling with the high notes, and Brian Jagde.
Baritones: Joo Won Kang and Zeljko Lucic.

Bass: Eric Owens, striking in the aria Sibilar gli angui d'Aletto from Rinaldo and Andrea Silvestrelli.

Sopranos: Albina Shagimuratova, magnificent in the aria Qui la voce from I Puritani, Nicole Cabell, Nadine Sierra, very original interpretation of the aria Lascia ch'io pianga from Rinaldo, Aleksandra Kurzak and Marina Harris.

Mezzosopranos: Kendall Gladen, with a beautiful dark voice, and Laura Krumm.
An outdoor concert necessarily has constraints that would be unacceptable in an opera house. Among others, powerful sound amplification (with voices distorted), continuous noise, and regular movement of people (and dogs).
This afternoon there were still other negative aspects. Some people spoke in normal tone of voice during the concert (and were little sensitive to the neighbors schiiiiii), others sung arias that they thought they knew, and others ate with noise some components of the picnic that they were invited to bring.

But here the atmosphere is different, the applause was long and generous, and all must have enjoyed themselves a lot, especially after "singing" with the artists, at the close of the concert, the Libiamo of La Traviata.

4 comentários:

  1. Os americanos aproveitam muito o conceito de espectáculo no jardim, em que o piquenique é inevitável. No verão passado, assisti a uma peça de teatro ao ar livre e o palco era quase tão importante como a música de fundo no elevador. A ideia não deve ser bem a mesma, mas imagino que sejam ambas formas de os americanos verem os seus nomes bem divulgados nas listas de patrocinadores e agradar a população.

    ResponderEliminar
  2. Bem vindo de volta aos comentários, Plácido Zacarias.
    Concordo consigo, este tipo de espectáculos é muito comum nos EUA, embora não tenham o exclusivo. Neste caso foi mais um entretenimento no parque do que um espectáculo para ouvir ópera...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Deve ter sido um belo entretenimento. Eu teria ido de boa vontade, e teria levado o meu cão :-)
      Há nessa lista de cantores vários que teria gostado de ouvir.

      Eliminar
    2. Foi diferente, Gi. Uma atmosfera particular e peculiar, e o JR sentir-se-ia muito bem acompanhado porque estavam muitos muitos cães com os seus respectivos donos. Do elenco constam grandes cantores da actualidade, sem dúvida. Mas não é, de todo, a melhor experiência para ouvir ópera.

      Eliminar