domingo, 11 de setembro de 2022

Ir ao Festival de Bayreuth – uma experiência (2ª parte) / Going to the Bayreuth Festival – an experience (2nd part)


(text in English below)

Bayreuth – o Festival

Assistir a várias óperas do Festival foi o que me trouxe a Bayreuth. O Festspielhaus (o teatro) é imponente e, como tudo o resto, está perfeitamente enquadrado numa área arborizada e cheia de flores, sem outros edifícios à volta.






O interior é grande e austero.




O exterior está rodeado por locais onde, durante os intervalos de 1 hora, o público pode adquirir bebidas (desde água a champanhe) e alimentos, sobretudo as famosas salsichas no pão. Todos têm que sair do teatro e nos jardins circundantes há bancos.





Há também várias placas alusivas ao passado do Festival e seus intervenientes, e uma das muitas estátuas de Wagner da cidade.




Os nomes das ruas mais próximas do local (mas também um pouco por toda a cidade) são bem sugestivos da importância do festival para a cidade.







O público maioritariamente veste-se a rigor – os homens de smoking e as senhoras de vestido comprido e adereços vistosos. Também há quem se apresente de forma mais casual, mas são uma minoria. Dominam os mais idosos, vêem-se poucos jovens.



Antes de começar cada acto, uma fanfarra assinala por 3 vezes o tempo até ao início (15 minutos, 10 minutos, 5 minutos). A identificação de cada membro do público é rigorosamente verificada através da apresentação do bilhete e de um documento de identificação.



No interior do teatro, não se vê a orquestra, está totalmente sob o palco. Não há legendas (nem em alemão) e não há ar condicionado. O calor é, frequentemente, excessivo. A acústica é fabulosa!

Como é habitual na Alemanha, o público tem um comportamento exemplar durante o espectáculo. Não tocam telemóveis, não há outros ruídos e quase não há tosses. E é um público conhecedor, muito exuberante quer nos aplausos do que gosta, quer nas vaias do que não gosta. Assisti às duas situações e foi talvez neste teatro que ouvi quer os aplausos mais esfuziantes, quer os protestos mais ruidosos, dirigidos a maestros, cantores e, sobretudo, encenadores, o que não deixa de ser um sinal de qualidade.

Já anteriormente escrevi as minhas impressões sobre as 7 óperas que tive oportunidade de ver. Termino recordando que esta foi a minha primeira deslocação a Bayreuth. Deixo um apontamento final sobre os aspectos que considerei mais negativos e mais positivos:


Os mais negativos:
- Calor excessivo dentro do teatro.
- Falta de legendas (mesmo em alemão).
- Algum desconforto dos assentos.
- Preço elevado dos bilhetes (tendo em comparação a prática habitual na Alemanha).
- Algumas produções “desafiantes”.
- Viagem até Bayreuth e regresso.
 
Os mais positivos:
- Ouvir-se Wagner em todo o seu esplendor!
- Acústica fabulosa.
- Qualidade dos intérpretes (orquestra, maestro, coro, cantores).
- Comportamento do público, conhecedor e exigente.
- Mística do local e envolvência.
- Organização.
- Cidade jardim de uma beleza, asseio e segurança exemplares.
- Alimentação de qualidade e a bom preço.



Going to the Bayreuth Festival – an experience (2nd part)


Bayreuth – the Festival


Watching several Festival operas is what brought me to Bayreuth. The Festspielhaus (the theater) is imposing and, like everything else, is perfectly framed in a wooded area full of flowers, with no other buildings around.






The interior is large and austere.






The exterior is surrounded by places where, during the 1-hour intermissions, the public can purchase drinks (from water to champagne) and food, especially the famous sausages on bread. Everyone has to leave the theater and there are benches in the surrounding gardens.





There are also several plaques alluding to the Festival's past and its participants, and one of the city's many Wagner statues.




The names of the streets closest to the place (but also all over the city) are very suggestive of the importance of the festival for the city.








The public mostly dresses up – men in tuxedos and ladies in long dresses and flashy accessories. There are also those who present themselves more casually, but they are a minority. The elderly dominate, few young people are seen.




Before each act begins, a fanfare marks the time until the beginning (15 minutes, 10 minutes, 5 minutes) 3 times. The identification of each member of the public is rigorously verified through the presentation of the ticket and an identification document.




Inside the theater, you can't see the orchestra, it's completely under the stage. There are no subtitles (not even in German) and there is no air conditioning. Heat is often excessive. The acoustics are fabulous!


As usually in Germany, the public behaves in an exemplary fashion during the performances. No cell phones ring, no other noises and hardly any coughing. And it's a knowledgeable audience, very exuberant, whether in the applause of what they like, or in the boos of what they don't like. I watched both situations and it was perhaps in this theater that I heard both the loudest applause and the loudest protests, directed at conductors, singers and, above all, directors, which is a sign of quality.


I have previously written my impressions of the 7 operas I had the opportunity to see. I will end by reminding you that this was my first trip to Bayreuth. I leave a final note on the aspects that I considered the most negative and most positive:


The most negative:
- Excessive heat inside the theater.
- Lack of subtitles (even in German).
- Some discomfort from the seats.
- High ticket prices (compared to the usual practice in Germany).
- Some “challenging” productions.
- Travel to Bayreuth and back.
 
The most positive:
- Hear Wagner in all his splendor!
- Fabulous acoustics.
- Quality of the performers (orchestra, conductor, choir, singers).
- Public behavior, knowledgeable and demanding.
- Mystique of the place and surroundings.
- Organization.
- Garden city of exemplary beauty, cleanliness and safety.
- Quality food at a good price.

3 comentários:

  1. Também gostava de ir a Bayreuth um dia. Está nos meus planos e um dia será. Fala da viagem como sendo um motivo negativo. Porquê? Obrigado

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    1. Fazendo a opção pela via mais barata (e é de facto muito barato, 9 Euros para todos os comboios regionais e demais transportes públicos durante um mês!) e indo por Munique (que dista mais de 200 Km de Bayreuth), há que apanhar 3 comboios (ou similar), um do aeroporto à estação central de Munique, outro desta a Nuremberga e outro de Nuremberga a Bayreuth. Com bagagem e com calor, torna-se muito maçador.

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  2. Obrigado pela explicação que já havia dado mas que só depois li.

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