terça-feira, 21 de junho de 2022

DIE WALKÜRE / A VALQUÍRIA, Deutsche Oper am Rhein, June / Junho 2022

(Text in English below)

A encenação de Dietrich W Hilsdorf é, mais uma vez, um misto de realidade actual com elementos do passado. O ambiente é de Guerra, o cenário é semelhante nos 3 actos mas os símbolos principais da obra de R Wagner estão presentes – a espada Nothung cravada no freixo, a lança e uma abordagem convencional, num cenário diferente. 

(1º acto)


                                                     (2º acto)

Wotan é retratado como um ser algo frágil, pouco compatível com a sua condição de Deus. O 3º acto começa com a queda e destroços de um helicóptero, donde saem os heróis mortos com as feridas visíveis. As valquírias, vestidas de vermelho, oferecem-lhes vinho. Termina com a Brünhilde sentada numa cadeira e o fogo sagrado visível por uma janela. 


                                                      (3º acto)

A Düsseldorfer Symphoniker, orquestra pouco vagneriana, dirigida por Alex Kober, esteve hoje bem melhor que há dias no Ouro do Reno.


Os cantores solistas foram todos muito bons. O melhor foi o primeiro acto, com duas interpretações excelentes, a do tenor Michael Weinius de voz potente, viril e timbre muito bonito. Se tivesse menos 20kg seria um Siegmund ideal. 


A soprano Elisabet Strid fez uma Sieglinde perfeita na interpretação vocal e cénica. O timbre é claro, sempre afinada e sobre a orquestra. 



O Hunding do baixo-barítono Thorsen Grümbel não destoou e ajudou a compor um primeiro acto excelente.


No 2º acto também assistimos a boas interpretações. Katarzyna Knucio fez uma Fricka irrepreensível e tem uma figura excelente.

O Wotan de Simon Neal impôs-se pela qualidade vocal. Em cena representa um personagem excessivamente frágil para a sua condição de Deus.

Linda Watson cantou mais uma vez a Brünhilde, personagem que terá interpretado inúmeras vezes nesta companhia de ópera. Vai ser alvo de uma homenagem de fim de carreira dentro de poucos dias e apenas cantará mais duas vezes o papel. Apesar de a voz denotar desgaste, merece o nosso cumprimento pela longevidade e qualidade da carreira.


As valquírias foram Helmige (Anka Krabbe), Gerhilde (Luiza Fatyol), Ortlinde (Sylvia Hamvasi), Waltraute (Romana Noack), Siegrune (Anna Harvey), Rossweisse (Kimberley Boettger-Soller), Grimgerde (Carmen Artaza) e Schertleite (Susan Maclean).




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DIE WALKÜRE / THE VALKYRIA, Deutsche Oper am Rhein, June 2022

Dietrich W Hilsdorf's staging is, once again, a mixture of current reality with elements of the past. The atmosphere is from War, the setting is similar in the 3 acts but the main symbols of R Wagner's work are present – ​​the Nothung sword stuck in the ash tree, the spear and a conventional approach, in a different setting. Wotan is portrayed as a somewhat fragile being, little compatible with his condition of God. The 3rd act begins with the fall and wreckage of a helicopter, from which the dead heroes emerge with visible wounds. The Valkyries, dressed in red, offer them wine. It ends with Brünhilde sitting on a chair and the sacred fire visible through a window.

The Düsseldorfer Symphoniker, a slightly Vagnerian orchestra, conducted by Alex Kober, was much better today than it was in the Rhine Gold.

The soloist singers were all very good. The best was the first act, with two excellent interpretations, that of tenor Michael Weinius with a powerful, virile voice and a very beautiful timbre. If he were 20 kg less he would be an ideal Siegmund.

Soprano Elisabet Strid made a perfect Sieglinde in both vocal and scenic interpretation. The timbre is clear, always in tune and over the orchestra.

Bass-baritone Thorsen Grümbel's Hunding did not disappoint and helped to compose an excellent first act.

In the 2nd act we also witnessed good interpretations. Katarzyna Knucio did an irreproachable Fricka and has an excellent figure.

Simon Neal's Wotan stood out for its vocal quality. On stage, he represents a character that is excessively fragile for his condition of God.

Linda Watson once again sang Brünhilde, a character she will have played countless times in this opera company. She will be the subject of an end-of-career tribute in a few days and will only sing the role twice more. Although her voice denotes wear and tear, she deserves our compliments for the longevity and quality of her career.

The Valkyries were Helmige (Anka Krabbe), Gerhilde (Luiza Fatyol), Ortlinde (Sylvia Hamvasi), Waltraute (Romana Noack), Siegrune (Anna Harvey), Rossweisse (Kimberley Boettger-Soller), Grimgerde (Carmen Artaza) and Schertleite (Susan Maclean).

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