quinta-feira, 26 de março de 2020

A FLAUTA MÁGICA / DIE ZAUBERFLÖTE, Teatro Real, Madrid, Fevereiro / February 2020



(Review in English below)

(texto de wagner_fanatic e fanatico_um. Fotografias de wagner_fanatic)



Uma Flauta Mágica espectacular! Muito diferente do habitual, sempre especial. A encenação de Suzanne Andrade, Barrie Kosky presta uma homenagem ao cinema mudo do início do século passado e está muito bem conseguida. É verdadeiramente original, exige uma precisão enorme dos cantores para aparecerem nos momentos certos, a fazerem os gestos certos para que tudo o que é constantemente projectado se enquadre na perfeição, o que aconteceu. É um daqueles espectáculos que tem que ser visto, não se consegue descrever.



Assistimos a duas récitas com artistas diferentes.

O maestro Ivo Bolton na sua tradição e qualidade irrepreensível esteve muito bem numa das récitas e menos bem na outra, onde imprimiu um ritmo excessivamente lento na abertura. A Orquestra sublime ou nem tanto, numa das récitas com várias entradas tardias de vários instrumentos, sobretudo no início.



O Tamino foi excepcional nas duas récitas, interpretado por dois cantores diferentes.
Stanislas de Barbeyrac foi brutal! Paul Appleby foi excelente, dicção perfeita, voz muito bonita e um volume assinalável.




Andreas Wolf foi o Papageno nas 2 récitas. Foi excelente, mas com ligeiro vibrato.



A Raínha da Noite foi cantada de forma superior pelas duas intérpretes,
Aleksandra Olczyk com um vozeirão brutal e afinação sublime, e Rocío Pérez que, tenho mostrado alguma fragilidade na coloratujra da primeira intervenção, foi irrepreensível na sua áeria de referência.



A Pamina da Olga Peretyatko esteve fantástica, com os ataques agudos límpidos, e a da Anett Fritsch foi espectacular, de voz sempre afinada, timbre bonito e uma interpretação sólida, sempre sobre a orquestra.



O Monostatos do Mikeldi Atxalandabaso foi correcto e interessante nas duas récitas.



Foi na interpretaçãoo do Sarastro que as diferenças foram acentuadas. Um dos cantores (Andrea Mastroni) foi excelente, de voz cavernosa e bem audível, como se deseja neste papel, enquanto o outro (Rafal Siwek) foi fraco, com francas dificuldades no registo mais grave e uma voz frequentemente afogada pela orquestra.



Nos papéis secundários houve uniformidade na qualidade elevada de todos: Ruth Rosique como Papagena, 



Elena Copons, Gemma Coma-Alabert e Marie-Luise Dressen nas três damas, 



e os três rapazes (que eram raparigas).







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THE MAGIC FLUTE / DIE ZAUBERFLÖTE, Teatro Real, Madrid, February 2020

(text by wagner_fanatic and fanatic_um. Photographs by wagner_fanatic)

A spectacular Magic Flute! Very different from the usual, always special. The staging by Suzanne Andrade, Barrie Kosky pays homage to the silent cinema of the beginning of the last century and is very well. It is truly original, it requires an enormous precision of the singers to appear at the right moments, to make the right gestures so that everything that is constantly projected fits perfectly, what happened. It is one of those shows that has to be seen, it cannot be described.

We watched two performances with different artists.

Maestro Ivo Bolton in his tradition and impeccable quality did very well in one of the shlows and less well in the other, where he imposed an excessively slow pace in the opening. The Orchestra was sublime or not so, in one of the recitals with several late entries of various instruments, especially at the beginning.

Tamino was exceptional in both performances, performed by two different singers.
Stanislas de Barbeyrac was brutal! Paul Appleby was excellent, perfect diction, very beautiful voice and a remarkable volume.

Andreas Wolf was Papageno in the 2 performances. He was excellent, but with a slight vibrato.

The Queen of the Night was sung in a superior way by the two interpreters,
Aleksandra Olczyk with a brutal loud voice and sublime tuning, and Rocío Pérez who, after having shown some fragility in the coloratura on the first intervention, was irreproachable in her reference area.

Olga Peretyatko's Pamina was fantastic, with clear, high-pitched attacks, and Anett Fritsch was spectacular, her voice was always in tune, beautiful timbre and a solid interpretation, always over the orchestra.

Monostatos by Mikeldi Atxalandabaso was correct and interesting in both shows.

It was in the interpretation of Sarastro that the differences were accentuated. One of the singers (Andrea Mastroni) was excellent, with a cavernous and very audible, voice as is desired in this role, while the other (Rafal Siwek) was weak, with difficulties in the most low register and a voice often drowned by the orchestra.

In the supporting roles there was uniformity in the high quality of all: Ruth Rosique as Papagena, Elena Copons, Gemma Coma-Alabert and Marie-Luise Dressen in the three ladies, and the three boys (who were girls).

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