terça-feira, 13 de junho de 2017

FIDELIO, METropolitan Opera, Março / March 2017

(review in English below)

Fidelio de Beethoven esteve em cena na Metropolitan Opera de Nova Iorque numa encenação vistosa de Jürgen Flimm. A acção passa-se algures numa cadeia do Sec. XX. 


No primeiro acto à direita do palco estão 3 andares de cárceres, à esquerda os aposentos de Rocco e Marzelline e no centro decorre grande parte da acção, por entre mesas, caixas de armas e vários outros objectos. O ambiente sombrio é bem conseguido desde o início. Os presos estão todos vestidos de branco o que faz um belo contraste visual com tudo o resto, sobretudo nos momentos corais em que saem das celas.
No segundo acto uma escada metálica central dá acesso às catacumbas ainda mais sombrias onde agoniza o Florestain. No final, depois da libertação dos prisioneiros, aparece uma estrutura no exterior, com um cavalo ao centro, à volta da qual todos se agrupam e festejam a liberdade.



A superior direcção musical foi do maestro Sebastian Weigle e, mais uma vez, ouvimos soberbas interpretações da Orquestra e do Coro da Metropolitan Opera.



O tenor David Portillo fez um Jaquino dinâmico de voz bonita e sempre bem colocada.



Também a Marzelline da soprano Hanna-Elisabeth Müller foi muito credível na interpretação. Excelente presença em palco e voz poderosa e melodiosa, sobre a orquestra.



Outro grande intérprete foi o baixo barítono Falk Struckmann como Rocco.



O Don Pizarro do baixo barítono Greer Grimsley foi malévolo em palco mas vocalmente, apesar de uma boa interpretação, deixou-se afogar pela orquestra aqui e acolá.



O baixo barítono James Morris foi um Don Fernando aceitável.



Klaus Florian Vogt como Florestain foi o melhor da noite. Tem uma voz magnífica que associa um timbre muito claro e límpido a uma superior capacidade de projecção, tendo oferecido uma interpretação emotiva e muito bela.



A Leonore da soprano Adrianne Pieczonka foi impressionante. Boa presença cénica e voz poderosíssima, sempre sobre a orquestra mas, ocasionalmente, rude.


Um bom espectáculo!








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FIDELIO, METropolitan Opera, March 2017

Beethoven's Fidelio was on stage at the Metropolitan Opera in New York in a showy staging of Jürgen Flimm. The action happens somewhere in a prision of Sec. XX. In the first act to the right of the stage are three floors of cells, to the left the rooms of Rocco and Marzelline and in the center much of the action takes place, between tables, boxes of arms and several other objects. The dark environment is well achieved from the start. The prisoners are all dressed in white, which makes a beautiful visual contrast to everything else, especially in the choral moments when they leave the cells.
In the second act a central metallic staircase gives access to the still darker catacombs where Florestain lies. In the end, after the release of the prisoners, a structure appears on the outside, with a horse in the center, around which all group and celebrate freedom.

The superior musical direction was by maestro Sebastian Weigle and, once again, we heard superb interpretations of the Orchestra and the Choir of the Metropolitan Opera.

Tenor David Portillo was a dynamic Jaquino of beautiful voice and always well tuned.

Also Marzelline by soprano Hanna-Elisabeth Müller was very credible in the interpretation. Excellent presence on stage and powerful and melodious voice, always over the orchestra.

Another great performer was bass baritone Falk Struckmann as Rocco.

Don Pizarro of bass baritone Greer Grimsley was malevolent on stage but vocally, despite a good performance, he was drowned by the orchestra here and there.

Bass baritone James Morris was an acceptable Don Fernando.

Klaus Florian Vogt as Florestain was the best of the night. He has a magnificent voice that associates a very clear tone to a superior capacity of projection, having offered an emotional and very beautiful interpretation.

Leonore by soprano Adrianne Pieczonka was impressive. Good stage presence and powerful voice, always over the orchestra but occasionally slightly rude.

A good performance.


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