Depois da desilusão que foi o cancelamento da récita de Simão Boccanegra no Scala, chegou o ponto alto da minha Temporada operática 2009-2010: Carmen na Ópera Estatal de Viena, 9 de Maio.
Quando saiu o ano passado, por esta altura, a temporada da Ópera Estatal de Viena, o elenco da Carmen surgia como, sem margem para dúvidas, o melhor elenco de qualquer produção operática da Temporada 2009-2010 pelo menos na Europa e, acho que me atrevo a dizer, do Mundo.
Tinhamos reunidos nada mais, nada menos, que Rolando Villazon como Don José (antes da cirurgia e ainda com esperança da parte dos fanáticos da ópera que se mantivesse mais ou menos bem...), Elina Garanca como Carmen (talvez a maior referencia deste papel da actualidade - posso dizê-lo agora após tanto que fez durante a presente temporada), Anna Netrebko como Micaela (o que dizer? perfeita!) e Ildebrando D'Arcangelo como Toreador (igualmente uma referência no papel), conduzidos por Mariss Jansons. Os planos do Teatro, segundo soube recentemente, seria a gravação (pelo menos) em DVD da récita.
Villazon foi operado e saiu dos planos. Em troca entrou Massimo Giordano. Elina Garanca e Mariss Jansons sairam talvez cerca de 2 a 3 semanas antes (altura em que revi o elenco no site) e entraram Nadia Krasteva como Carmen e direcção por Andris Nelsons.
Mesmo com estas alterações prometia e devo dizer que esta foi a RÉCITA DA MINHA VIDA até agora (temo que até mesmo a coloque à frente de muitas com Domingo...).
Os lugares? Perfeitos: 2ª fila da plateia à direita, sem ninguém nos lugares da frente (talvez reservados para convidados de alguém e que não compareceram segundo um senhor japonês que estava sentado ao nosso lado... seriam para Villazon e Garanca?!...:)). Não posso deixar de frisar algo que me deixou impressionadíssimo. Não é só em Portugal que existem "Chicos espertos"... 3 pessoas, com lugares inferiores, vendo estes vagos na primeira fila, decidiram ocupar nos intervalos os mesmos, tendo sido educadamente corridos pela senhora dos programas. Fantástico!!! Primeira vez que assisti a tal e confirmou a regra que não há duas sem três.
A encenação foi clássica, transmitindo o ambiente ideal ao pormenor para esta ópera.
A Orquestra fenomenalmente dirigida e sem falhas conseguiu criar a tensão nos momentos-chave do drama de forma exímia.
Nadia Krasteva é uma Carmen que, na minha opinião, fisicamente se enquadra mais na personagem do que Elina Garanca. Vocalmente segura, timbre perfeito, uma boa actriz que foi crescendo ao longo da récita, sem um sequer gesto supérfulo ou mal equacionado; sedutora embora não sendo uma mulher tão atraente como Garanca (embora os gostos se discutam, certo?).
Quando saiu o ano passado, por esta altura, a temporada da Ópera Estatal de Viena, o elenco da Carmen surgia como, sem margem para dúvidas, o melhor elenco de qualquer produção operática da Temporada 2009-2010 pelo menos na Europa e, acho que me atrevo a dizer, do Mundo.
Tinhamos reunidos nada mais, nada menos, que Rolando Villazon como Don José (antes da cirurgia e ainda com esperança da parte dos fanáticos da ópera que se mantivesse mais ou menos bem...), Elina Garanca como Carmen (talvez a maior referencia deste papel da actualidade - posso dizê-lo agora após tanto que fez durante a presente temporada), Anna Netrebko como Micaela (o que dizer? perfeita!) e Ildebrando D'Arcangelo como Toreador (igualmente uma referência no papel), conduzidos por Mariss Jansons. Os planos do Teatro, segundo soube recentemente, seria a gravação (pelo menos) em DVD da récita.
Villazon foi operado e saiu dos planos. Em troca entrou Massimo Giordano. Elina Garanca e Mariss Jansons sairam talvez cerca de 2 a 3 semanas antes (altura em que revi o elenco no site) e entraram Nadia Krasteva como Carmen e direcção por Andris Nelsons.
Mesmo com estas alterações prometia e devo dizer que esta foi a RÉCITA DA MINHA VIDA até agora (temo que até mesmo a coloque à frente de muitas com Domingo...).
Os lugares? Perfeitos: 2ª fila da plateia à direita, sem ninguém nos lugares da frente (talvez reservados para convidados de alguém e que não compareceram segundo um senhor japonês que estava sentado ao nosso lado... seriam para Villazon e Garanca?!...:)). Não posso deixar de frisar algo que me deixou impressionadíssimo. Não é só em Portugal que existem "Chicos espertos"... 3 pessoas, com lugares inferiores, vendo estes vagos na primeira fila, decidiram ocupar nos intervalos os mesmos, tendo sido educadamente corridos pela senhora dos programas. Fantástico!!! Primeira vez que assisti a tal e confirmou a regra que não há duas sem três.
A encenação foi clássica, transmitindo o ambiente ideal ao pormenor para esta ópera.
A Orquestra fenomenalmente dirigida e sem falhas conseguiu criar a tensão nos momentos-chave do drama de forma exímia.
Nadia Krasteva é uma Carmen que, na minha opinião, fisicamente se enquadra mais na personagem do que Elina Garanca. Vocalmente segura, timbre perfeito, uma boa actriz que foi crescendo ao longo da récita, sem um sequer gesto supérfulo ou mal equacionado; sedutora embora não sendo uma mulher tão atraente como Garanca (embora os gostos se discutam, certo?).
Massimo Giordano foi um Don José muitos pontos acima do que assisti o ano passado em Berlim na Deutsche Oper em Março. Boa aparência, vocalmente em excelente forma, com agudos cristalinos e seguros, sem desafinar, com alma na voz em cada passagem; excelente actor soube transmitir com convicção toda a evolução da personagem desde o indiferente ao patologicamente apaixonado capaz de matar por ciúme. Se tivermos que apontar algo, a única coisa que posso dizer é que a sua pronuncia francesa, em algumas situações, não é perfeita mas isso são pormenores insignificantes face ao que de bom transmitiu.
Anna Netrebko é simplesmente fenomenal. Sendo apenas a 3ª vez que a vejo (previamente como Donna Anna no Don Giovanni e Adina do Elisir) é apaixonante. Vocalmente acho que não posso dizer mais nada a não ser que não falha... nunca! É impressionante! A beleza do timbre, a projecção, a alma com que canta... Não posso deixar de referir uma passagem que, para mim, foi do melhor que assisti em Ópera como forma de arte total: no dueto com Don José no primeiro acto, Micaela traz uma carta da mãe de José, algum dinheiro "et puis... et puis..." e quando canta isto tira timidamente uma maça da sacola que traz (alusão às oferendas clássicas de enamorados) que volta a colocar dentro rapidamente. Que momento não de teatro ou música, mas de ARTE!
Ildebrando D'Arcangelo esteve na melhor interpretação que lhe conheço. Nas últimas 3 vezes que o vi pareceu-me sempre estar a cantar em "mono". Aqui esteve pujante e com força (talvez esa ideia minha estja enviesada pelo facto dos lugares serem melhores do que os que habitualmente tenho), em perfeito "stereo". Sedutor, muito bom actor, perfeito!
Costumo ter formigueiros quando vejo algo que me surpreende e toca durante uma récita e nesta devo ter tido uns 1000 AITs sensitivos!!!
Tudo foi anormalmente perfeito!!!
Não costumo classificar as récitas numericamente mas se me pedirem para o fazer: 20 valores para tudo, incluíndo a senhora dos programas que expulsou os "penetras" da fila da frente...
Nos bastidores pareciam sardinhas pelos autografos e fotos. Eu, uma das sardinhas, consegui o programa assinado e algumas fotos que partilho aqui.
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