quarta-feira, 28 de setembro de 2011

FAUST – Royal Opera House, Londres, Setembro de 2011

(in English below)

 Faust de Charles Gounod é uma ópera lírica em cinco actos com libretto de Jules Barbier e Michel Carré segundo a peça de Carré, Faust et Marguerite baseada no Faust de Goethe. Contudo, está muito distante da genial obra de Goethe e, nos países germânicos, para marcar a diferença, a ópera é referida como Margarethe.

Considerada uma evolução da Grand Opéra, mantém a estrutura em cinco actos, o bailado e os coros, mas centra-se mais na componente vocal, com grande ênfase nas personagens principais. A ópera tem tido grande sucesso desde que foi estreada e contém momentos musicais de apreciável riqueza melódica. Vocalmente é muito marcante, com árias imponentes de baixo (Le véu d’or de Méphistophélès é um bom exemplo), árias de tenor de grande doçura lírica (como é o caso da famosa ária de Faust Salut, demeure chaste et pure), árias de expressiva coloratura do soprano (Ah! Je ris de me voir de Marguerite), duetos de intensidade romântica assinalável, outros ensembles memoráveis e intervenções notáveis do coro (Glorie immortelle de nos aieux pelo coro dos soldados).


 O doutor Faust velho e cansado, pensa em suicidar-se, admitindo que Deus não lhe trará de volta a juventude e o amor. Invoca o diabo e aparece Méphistophélès que lhe oferece glória, riqueza e poder em troca da sua alma. Depois de ter uma visão de Marguerite, aceita o pacto. Valentin vai partir para a guerra e pede aos amigos que protejam a irmã Marguerite. Méphistophélès aparece, faz profecias, é reconhecido como o diabo e desarma-os. Faust tenta aproximar-se de Marguerite mas ela afasta-o. Faust sonha com o amor. Méphistophélès dá uma caixa de jóias a Marguerite. Ela fica encantada e acaba por aceitar o amor de Faust. Vai à igreja rezar por Faust e pelo filho que espera mas quem lhe aparece é Méphistophélès. Valentin regressa vitorioso da guerra e procura Faust para vingar a irmã, mas é ferido mortalmente por ele. Antes de morrer, renega e amaldiçoa a irmã. Marguerite é presa por matar o próprio filho. Faust, na prisão, declara-lhe novamente o seu amor e convence-a a fugirem juntos. Aparece Méphistophélès, Marguerite morre e Faust é levado por ele.

(fotografia de Catherine Ashmore / Royal Opera House)

A encenação de David McVicar é vistosa e rica, com cenários sombrios próprios do ambiente da ópera. A personagem tratada de forma mais sofisticada é Méphistophélès, que assume múltiplas personalidades, incluindo de mulher (e René Pape vestido de mulher é verdadeiramente o diabo de saias). A descida ao inferno, reino de Méphistophélès, é ao próprio teatro de ópera, outra imagem metafórica bem conseguida. As partes que menos gostei foram os bailados. Um, uma “pseudo Giselle” com as bailarinas descalças, uma delas grávida, que acaba a levar pontapés de todas as outras. O outro, perto do final, começa inocentemente e acaba numa cena origática de gosto duvidoso.

(fotografia de Catherine Ashmore / Royal Opera House)


 A Orquestra da Royal Opera foi dirigida pelo maestro Evelino Pidó. A direcção não foi feliz. Empastelada no início, melhorou depois, mas houve diversos desencontros, quer entre os instrumentistas, quer e entre estes e os cantores. Nada de grave, mas longe da perfeição habitual da orquestra. O Coro da Royal Opera, pelo contrário, foi magnífico.

O elenco dos cantores era verdadeiramente estrelar e não desiludiu:
Faust foi interpretado pelo jovem tenor italiano Vittorio Grigolo. Vi-o pela primeira vez ao vivo no ano passado, na Manon e logo fiquei muito bem impressionado. Desempenhou o papel com grande eficácia. A sua juventude, boa figura e grande agilidade ajudam muito. A energia é transbordante e a voz de tenor lírico é potente e viril. Sobe aos agudos com facilidade e mantém-nos com elevada qualidade. Conseguiu transmitir paixão nos duetos com Marguerite e desespero na cena final. Apesar de o francês não lhe sair com naturalidade, foi uma excelente interpretação, vocal e cénica. Na récita que assisti foi, dos cantores masculinos, o mais ovacionado.

(fotografia de Catherine Ashmore / Royal Opera House)


 René Pape, baixo alemão, foi um Méphistophélès notável. Voz cheia, grave, potentíssima e com subtis alterações cromáticas perfeitamente adaptadas ao que cantava. Foi verdadeiramente maléfico e cínico, uma criatura assustadora. A figura ajuda muito e a encenação também. Na ária Le véu d’or foi irrepreensível e, sempre que a sua presença nefasta surgia, fê-lo com insuperável mestria. Excelente.

(fotografia de Catherine Ashmore / Royal Opera House)



 Angela Gheorghiu, soprano romeno, foi uma Marguerite fantástica. A voz mantém um timbre belíssimo e aveludado. Sem nunca gritar, faz-se ouvir de forma impressionante quando canta em forte. Na ária Ah! Je ris de me voir, a célebre ária das jóias, apesar do virtuosismo, a coloratura não foi arrasadora, mas a suavidade da beleza vocal foi assinalável.
Seguramente que a cantou muito melhor que a Castafiore de Tintin (figura de Hergé em “As Jóias da Castafiore” inspirada nesta ária) e não partiria os vidros que estivessem por perto.
À medida que o espectáculo avançava, assim acontecia também com a qualidade do desempenho da Gheorghiu. A cena da loucura foi marcante e a cantora alcançou mais um êxito memorável. Fantástica. 

(fotografia de Catherine Ashmore / Royal Opera House)



 Valentin, o irmão de Marguerite, foi o barítono russo Dmitri Hvorostovsky. A qualidade interpretativa deste cantor, cénica e vocal, é fabulosa. A voz baritonal é de uma beleza invulgar, seguramente uma das melhores que se pode ouvir na actualidade. Possuidor de uma técnica exímia, consegue projectá-la com extraordinária eficácia, transmitindo sempre uma sensação de suavidade. Outro cantor que já ouvi várias vezes e nunca desilude. Para mim, a melhor voz masculina da noite.

(fotografia de Catherine Ashmore / Royal Opera House)



 Estou muito curioso em relação a esta ópera porque, se tudo correr como penso, vou poder assistir a 4 apresentações do Faust em locais distintos nos próximos 3 meses.




 Foi mais uma excelente ópera na Royal Opera House.
Começou de forma excelente a minha temporada de 2011-2012!

*****


 Faust - Royal Opera House, London, September 2011

Charles Gounod's Faust is a lyric opera in five acts with libretto by Jules Barbier and Michel Carré based on Carré’s Faust et Marguerite, based on Goethe's Faust. However, it is far from the brilliant work of Goethe, and in the Germanic countries, to highlight the difference, the opera is referred to as Margarethe.

Considered an evolution of the Grand Opéra it maintains the structure in five acts, ballet and chorus, but focuses more on the vocal part, with great emphasis on the main characters. The opera has had great success since it was premiered and contains musical moments of great melodic richness. Vocally it is very striking, with imposing arias of the bass (Le véu d'or by Méphistophélès is a good example), great tenor arias of lyrical sweetness (as in the case of the famous aria from Faust Salut, demeure chaste et pure), arias of expressive coloratura soprano (Ah! Je ris me voir by Marguerite), romantic duets of remarkable intensity, iand other memorable ensembles and great chorus moments (Glorie immortellede nos aieux by the soldiers choir).

Dr. Faust old and tired, thinks about suicide, admitting that God will not bring him back youth and love. He invokes the devil and Méphistophélès appears. He promises him glory, wealth and power in exchange for his soul. After having a vision of Marguerite, he accepts the pact. Valentin will go to war and asks his friends to protect his sister Marguerite. Méphistophélès appears, makes predictions, is recognized as the devil and disarms them. Faust tries to get closer to Marguerite but she repels him. Faust dreams of love. Méphistophélès gives Marguerite a jewelry box. She is delighted and ultimately accepts the love of Faust. She goes to church to pray for Faust and fo her son (she is pregnant) but Méphistophélès appears. Valentin returns victorious from war, and seeks Faust to avenge her sister, but he is mortally wounded by him. Before his death, he curses his sister. Marguerite is imprisoned for killing her own son. Faust, in prison, declares his love again and convinces her to run away together. Mephistopheles appears, Marguerite dies and  Faust and is taken by him.

The staging by David McVicar is flamboyant and rich, offering grim scenarios adequate to the opera's environment. The character dealt with more detail is Mephistopheles, who takes on multiple personalities, including a woman (and René Pape dressed as a woman is truly the devil in skirts). The descent into hell, the kingdom of Mephistopheles, is to the opera house itself, another good metaphorical image. The parts that I liked least were the ballets. One, a "pseudo Giselle" with barefoot dancers, one of them pregnant, ends with all others kicking her. The other, near the end, starts innocently and ends in an orgy scene of dubious interest.

The Royal Opera Orchestra was conducted by Maestro Evelino Pidó. His conducting was not perfect. Too slow at first, he later improved, but there were many small disencounters, both among the musicians, and between them and the singers. Nothing serious, but far from the usual perfection of this orchestra. The Royal Opera Chorus, however, was magnificent.

The star cast of singers did not disappoint:
Faust was interpreted by the young Italian tenor Vittorio Grigolo. I saw him live for the first time last year, in Manon, and I was very positively impressed. He interpreted the role with great effectiveness. His youth, good looks and great agility help much. The energy is overwhelming and his lyrical tenor voice is powerful and virile. He reaches the top notes with ease and keeps them with high quality. He was able to express passion in the duets with Marguerite and despair in the final scene. Although the French did not come out naturally, it was an excellent performance, vocal and artistic. He was the most applauded among male singers.

René Pape, German bass, was a remarkable Méphistophélès. He has a full bass voice, very powerful and with subtle color changes that are perfectly adapted to the role. He was truly evil and cynical, a frightening creature. His figure helps a lot and the staging too. In the aria Le véu d'or he was blameless and, whenever his malefic presence appeared, he did so with unsurpassed mastery. Excellent.

Romanian soprano Angela Gheorghiu was a fantastic Marguerite. Her voice keeps a beautiful velvety tone. She never screams and she makes herself heard impressively when she sings in forte. In the aria Ah! Je ris me voir, the famous aria of the jewels, despite the high quality of singing, the coloratura was not overwhelming, but the softness of vocal beauty was remarkable.
Surely she sang much better than Tintin´s Castafiore (Hergé figure in "The Jewels of Castafiore" inspired in this aria) and she would not break glasses that were around.
As the show progressed, so did also the quality of 
Gheorghiu's performanc . The mad scene was remarkable and the singer hit another memorable success. Fantastic.

Valentin, Marguerite's brother, was interpreted by  Russian baritone Dmitri Hvorostovsky. The interpretive quality of this singer, artistic and vocal, is fabulous. The baritonal voice is of an unusual beauty, surely one of the best that can be heard today. He has a fantastic technique and he is able to project his voice with remarkable efficiency, always conveying a sense of softness. He is another singer I've heard several times and he never disappoints. To me, he was the best male voice of the evening.

I am very curious about this opera because I expect to see four presentations of Faust in different places over the next three months.

It was another great opera at the Royal Opera House

*****

domingo, 25 de setembro de 2011

Balanço final da Temporada 2010-2011, por FanaticoUm

Após ter vivido mais uma excepcional temporada, gostaria de aqui referir, em jeito de balanço e tal como fiz na temporada passada, alguns dos pontos mais relevantes. A propósito de cada referência poderão facilmente localizar-se as apreciações e comentários feitos em tempo recorrendo ao "Pesquisar neste blogue




Acontecimento mais positivo em Portugal
Para mim, sem qualquer hesitação, foi a possibilidade que tivemos de assistir a muitas óperas de Nova Iorque, no Met Live em HD, graças à Fundação Calouste Gulbenkian (como sempre, cultura, música, excelência e Fundação Gulbenkian são sinónimos no nosso País). Transmissões idênticas estão garantidas para a próxima temporada e espero que assim seja nos anos vindouros.



Os Melhores espectáculos de Ópera
Foram muitos aqueles que me deixaram excelentes memórias. Saliento, de entre eles, os excepcionais:
Cosi fan Tutte na Fundação Gulbenkian, Tannhäuser, Tosca e Cendrillon na Royal Opera House (Londres), Anna Bolena. e Parsifal no Liceu (Barcelona), Lucia di Lammermoor e Die Walküre no Met (Nova Iorque), Lucrezia Borgia na Staatsoper (Munique) e Les Huguenots no La Monnaie (Bruxelas).

 Merece também relevo Ein Deutsches Requiem do concerto de solidariedade para com o povo japonês, na Frauenkirche de Munique
.
(Parsifal no Liceu de Barcelona, o melhor da temporada 2010-2011)

Os Superlativos 
No cômputo final e tendo em consideração a encenação, o maestro, a orquestra e os intérpretes, as óperas mais memoráveis foram:
Tannhäuser na Royal Opera, Londres,
Anna Bolena no Liceu de Barcelona,
Tosca na Royal Opera, Londres,
Die Walküre no Met de Nova Iorque e, sobretudo, 
Parsifal no Liceu de Barcelona  (a melhor da temporada)!





Os Cantores inesquecíveis
Johan Botha como Tannhäuser, Jonas Kaufmann como Maurizio (Adriana Lecouvreur), Siegmund (Die Walküre) e Cavaradossi (Tosca) e Joseph Calleja como Edgardo (Lucia di Lammermoor).

Christian Gerhaher como Wolfram (Tannhäuser), Zeljko Lucic como Rigoletto, Dmitri Hvorostovsky como Conde di Luna (Il Trovatore) e Bryn Terfel como Scarpia (Tosca).

Hans-Peter König como Gurnemanz (Parsifal), Alan Held como Amfortas (Parsifal) e Ante Jerkunica como Titurel (Parsifal).

Eva-Maria Westbroëk como Elisabeth (Tannhäuser) e Sieglinde (Die Walküre), Edita Gruberova como Anna Bolena e Lucrezia Borgia, Anja Kampe como Kundry (Parsifal), Natalie Dessay como Lucia, Nina Stemme como Leonora (Fidelio), Diana Damrau como Gilda (Rigoletto) e Angela Gheorghiu como Tosca.

Olga Borodina como Princesa de Bouillon (Adriana Lecouvreur); Michaela Süster como Vénus, Elina Garanca como Giovanna Seymour (Anna Bolena), Stephanie Blythe como Fricka (Die Walküre), Joyce DiDonato como Cendrillon e Ewa Podles como Madame de la Haltière (Cendrillon).



As Revelações
Para mim foram várias, das quais assinalo:
Johannes Weisser, jovem barítono norueguês como Guglielmo, Marie-Claude Chappuis, mezzo suiço como Dorabella, Sunhae Im, soprano ligeiro sul coreano como Despina  (Così fan Tutte)
Sonia Prina, contralto italiano, como Smeton (Anna Bolena)
Charles Castronovo, tenor norte-americano como Gennaro e Sílvia Tro Santafé  mezzo-soprano espanhol  como Maffio Orsini (Lucrezia Borgia).
Eri Nakamura (que já ouvira antes mas não me impressionara), soprano japonês, como Julieta (I Capuleti e i Montecchi)
Elizabeth Watts, soprano britânico, como Marzelline (Fidelio).
Jamie Barton, mezzo-soprano americano, como madre Marie (Dialogues des Carmélites)
Alice Coote, mezzo-soprano britânico, como príncipe Charmant (Cendrillon).



As grandes desilusões
Também foram algumas, entre espectáculos de ópera e cantores. Não merecem muita importância e assinalo apenas o que é para esquecer:
Cavalleria Rusticana no Teatro de São Carlos. Blue Monday e Gianni Schicchi no Teatro de São Carlos (o pior espectáculo da temporada), Quartett no Teatro Scala, Milão e a Aida na Royal Opera de Londres.
José Bros, tenor catalão, como Percy (Anna Bolena), Carlo Ventre tenor uruguaio, como Radamés (Aida), Endrik Wottrich, tenor alemão, como Florestan (Fidelio) e Giuseppe Filianoti, tenor italiano, como Duque de Mântua (Rigoletto).

Duas agradáveis surpresas
Destaco duas óperas, ambas no Teatro de São Carlos, que me surpreenderam muito positivamente: Banksters e O Chapéu de Palha de Itália.


E três presentes inesperados









Apesar de ter anotado alguns pontos menos positivos, o mais importante é que tive o privilégio de assistir a uma temporada superior, que me proporcionou grandes momentos de êxtase musical. Espero que, na temporada que agora começa, possamos todos desfrutar de espectáculos tão bons como os da temporada que acabo de rever e reviver.



Review of the 2010-2011 Season by FanaticoUm

After experiencing another exceptional season, I would like to mention here, as I did last season, some of the most relevant moments I lived. The reiiews and comments on each mentioned event can easily by find using the "Pesquisar neste blogue” tool.

Most positive event in Portugal
For me, without hesitation, it was the possibility that we had to attend many operas in New York at the Met Live in HD, thanks to the Calouste Gulbenkian Foundation (as always, culture, music, excellence and the Gulbenkian Foundation are synonymous in our country). Identical transmissions are guaranteed for this season and I hope it will be for years to come.
The Best Opera Performances
There were many who left me great memories. I stress, among them the exceptional ones:

Cosi fan Tutte at the Gulbenkian Foundation, Tannhäuser, Tosca, and Cendrillon at the Royal Opera House (London), Anna Bolena and Parsifal at the Liceu (Barcelona), Lucia di Lammermoor and Die Walküre at the Met (New York), Lucrezia Borgia at the Staatsoper (Munich) and Les Huguenots at La Monnaie (Brussels).

 I also want to mention Ein Deutsches Requiem, the concert of solidarity with the Japanese people, in Frauenkirche in Munich
.
The Superlatives
Globally, taking into consideration the performance, the conductor, the orchestra and the performers, the most memorable operas were:
Tannhäuser at the Royal Opera, London
Anna Bolena at the Liceu in Barcelona,
Tosca at the Royal Opera, London
Die Walküre at the Met in New York and, especially,
Parsifal at the Liceu in Barcelona (the best of the season)!
The Unforgettable singers:
Johan Botha as Tannhäuser, Jonas Kaufmann as Maurizio (Adriana Lecouvreur), Siegmund (Die Walküre) and Cavaradossi (Tosca) and Joseph Calleja as Edgardo (Lucia di Lammermoor).

Christian Gerhaher as Wolfram (Tannhäuser), Zeljko Lucic as Rigoletto, Dmitri Hvorostovsky as Count di Luna (Il Trovatore) and Bryn Terfel as Scarpia (Tosca).

Hans-Peter König and Gurnemanz (Parsifal), Alan Held as Amfortas (Parsifal) and Ante Jerkunica as Titurel (Parsifal).

Eva-Maria Westbroek as Elisabeth (Tannhäuser) and Sieglinde (Die Walküre), Edita Gruberova as Anna Bolena and Lucrezia Borgia, Anja Kampe as Kundry (Parsifal), Natalie Dessay as Lucia, Nina Stemme as Leonora (Fidelio), Diana Damrau as Gilda (Rigoletto) and Angela Gheorghiu as Tosca.

Olga Borodina as the Princess of Bouillon (Adriana Lecouvreur), Michaela Suster as Venus, Elina Garanca as Giovanna Seymour (Anna Bolena), Stephanie Blythe as Fricka (Die Walküre), Joyce DiDonato as Cendrillon and Ewa Podles as Madame de la Haltière (Cendrillon) .
The Revelations
To me there were several among which:
Johannes Weisser, baritone young Norwegian as Guglielmo, Marie-Claude Chappuis, Swiss mezzo as Dorabella, Sunhae Im, South Korean soprano slight as Despina (Così fan tutte)
Sonia Prina, contralto Italian, as Smetona (Anne Boleyn)
Charles Castronovo, tenor as the U.S. and Gennaro Silvia Tro Santafe Spanish mezzo-soprano as Maffio Orsini (Lucrezia Borgia).
Eri Nakamura (who had heard before but I am not impressed), Japanese soprano, as Juliet (I Capuleti ei Montecchi)
Elizabeth Watts, soprano British as Marzelline (Fidelio).
Jamie Barton, American mezzo-soprano, as Mother Marie (Dialogues des Carmelites)
Alice Coote, mezzo-soprano British Prince Charmant as (Cendrillon).

The big disappointments
There were also some disapointments among operas and singers. They do not deserve a lot of importance and I point out just what I eant to forget:
Cavalleria Rusticana at the Teatro de São Carlos. Blue Monday and Gianni Schicchi at the Teatro São Carlos (the worst performance I saw last season), Quartett in Scala, Milan and Aida at the Royal Opera in London.
José Bros, catalan tenor, as Percy (Anna Bolena), Uruguayan tenor Carlo Ventre as Radames (Aida), Endrik Wottrich, German tenor, as Florestan (Fidelio) and Giuseppe Filianoti, Italian tenor, as Duke of Mantua (Rigoletto).
Two pleasant surprises
I highlight two operas, both at the Teatro de São Carlos, which surprised me very positively: Banksters
and IlCappello di Paglia di Firenze.
And three unexpected presents
Chance meetings on the street with Jonas kaufmann, Bryn Terfel and Joyce DiDonato

Although I mentioned some less positive cases, the most important thing is that I had the privilege of attending a top quality season, which gave me great moments of musical ecstasy. I hope (now that the new season starts) that we can all enjoy as good performances as the ones of last season that I have just
revived and reviewed.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Bayerische Staatsoper, Munique - Temporada 2011-2012 / Bayerische Staatsoper, Munich, 2011-2012 Season

(text in English below)

A Bayerische Staatsoper em Munique tem sempre temporadas muito ricas, diversificadas e recheadas de espectáculos de elevada qualidade.  A próxima não é excepção. Este é também um dos teatros de ópera onde, num fim de semana mais ou menos alargado, se consegue frequentemente assistir a três óperas distintas. 

Deixo aqui um resumo da temporada 2011 - 2012 salientando as que, na minha opinião, poderão vir a ser récitas marcantes.

A temporada 2011-2012 em Munique (que é precedida por uma digressão ao Japão) conta com 36 óperas, para além de recitais e de representações de espectáculos para crianças. Inicia-se em 9 de Outubro de 2010 e termina no final de Julho de 2012. Como habitualmente, o último mês é dedicado ao Festival de Ópera de Munique (Opernfestspiele) , no qual se podem ver grande parte das óperas apresentadas durante a temporada.

- Carmen (Bizet) em Outubro (9, 12, 15,, 18 e 21) com Vesselina Kasarova, Brandon Jovanovich e Gerald Finley entre outros. Uma ópera excelente para iniciados, passada em Espanha, com os encontros e desencontros de uma mulher de convicções fortes e personalidade vincada com dois homens apaixonados que acaba em tragédia.

- Der Rosenkavalier - O Cavaleiro da Rosa (Strauss) em Outubro (23 e 29), Novembro (1) e Julho (28 e 31), uma das mais conhecidas óperas de Strauss, com Martina Serafin na protagonista.

- Tosca (Puccini) em Outubro (30), Novembro (2, 5, 8) e Julho (28 e 31), com Catherine Naglestad e Marco Berti nas primeiras récitas,  Takesha Meshé Kizart,
Massimo Giordano e Bryn Terfel em Julho. Um bom elenco para uma das melhores óperas de Puccini.

- Les Contes D’Hoffmann (Offenbach), produção nova, em Outubro (31), Novembro (4, 9, 12, 17, 21, 25) e Julho (19, 23) com Diana Damrau num pleno (Olympia / Giulietta / Antonia / Stella), Rolando Villazón (Hoffmann), Angela Brower (Nikolaus) e John Relyea entre outros. Um dos espectáculos da temporada que promete deixar boas memórias.

(As fotografias apresentadas são do site da Bayerisch Staatsoper. 
The photographs presented are the site of Bayerische Staatsoper) 

- L’Enfant et les Sortilèges (Ravel) / Der Zwerg (Zemlinsky) em Novembro (6, 11, 13, 18 e 20).

- Così fan tutte (Mozart) em Novembro (15 e 19) e Junho (17 e 24) com Miah Persson, Tara Erraught e Thomas Allen (Novembro) e  Maria Bengtsson, Angela Brower e Pietro Spagnoli (Junho) entre outros. É sempre bom ter oportunidade de rever uma das melhores óperas de Mozart.

- Fidelio (Beethoven) em Novembro (27) e Dezembro (1, 4 e 8). Apesar de ser uma produção de mau gosto (na minha opinião), é uma das óperas que mais aprecio. Conta com dois grandes cantores nos protagonistas, Anja Kampe e Peter Seiffert e vale sempre a pena recordar o final da ópera, um hino à liberdade e à justiça, que é um dos mais empolgantes alguma vez escritos

- Turandot (Puccini), uma produção nova, poderá ser vista em Dezembro (3, 7, 10, 14, 17 e 20), em Abril (11, 14, 18 e 21) e em Julho (26 e 29). Numa produção de
Carlus Padrissa – La Fura dels Baus (tenho sempre algumas reservas...) comta com Jennifer Wilson (Turandot), Marco Berti (Calaf), Ekaterina Scherbachenko (Liu) e Alexander Tsymbalyuk (Timur). Gosto muito desta obra de Puccini, mas é esperar para ver.

- La Bohème (Puccini) em Dezembro (18, 21 e 26) e Julho (17 e 20),  com Maija Kovalevska como Mimi e Wookyung Kim como Rodolfo em Dezembro e  Angela Gheorghiu e  Joseph Calleja em Julho. Dois excelentes elencos para outra ópera marcante de Puccini.


- Hänsel und Gretel (Humperdinck) em Dezembro (25 e 26), como habitualmente, para a época natalícia.

- Die Zauberflöte - A Flauta Mágica (Mozart) em Dezembro (27 e 29) e Janeiro (1) também para a época.

- L’Elisir d’Amore (Donizetti) em Dezembro (30) e Janeiro (3 e 7). Uma peça cómica que mostra como um elixir miraculoso vendido pelo também miraculoso Doutor Dulcamara consegue transformar Nemorino e as suas capacidades amorosas.

- Die Fledermaus (Johan Strauss), como habitualmente, a ópera escolhida para o último dia do ano, 31 de Dezembro de 2011.

- Der Fliegende Holländer (Wagner) em Janeiro (5, 8 e 11). Um elenco de primeira água com Alan Held (Holländer), Anja Kampe (Senta), Peter Rose (Daland) e Klaus Florian Vogt (Erik) entre outros. A não perder.


- Die Entführung aus dem Serail - O Rapto do Serralho (Mozart) em Janeiro (14, 18 e 21).

- Don Carlo (Verdi) será um dos momentos mais altos da temporada. Estará em cena em Janeiro (15, 19, 22, 26 e 29) e terá interpretações de René Pape (Filipe II), Jonas Kaufmann (Don Carlos), Mariusz Kwiecien (Rodrigo), Eric Halfvarson (O grande inquisidor), Anja Harteros (Elisabeth) e Anna Smirnova (Eboli). Uma das melhores óperas de Verdi, em que as fragilidades do enredo são totalmente suplantadas pela qualidade superlativa da música, é levada à cena com um elenco absolutamente excepcional. Penso que melhor seria impossível. Imperdível!


- Roberto Devereux (Donizetti) em Fevereiro (1, 5, 9 e 13). Uma ópera belcantista em que a presença de Edita Gruberova na protagonista garante uma interpretação memorável. Como Roberto Devereux estará o tenor Joseph Calleja, outro grande nome da cena lírica actual.


- Das Rheingold (O Ouro do Reno), em estreia, é a primeira ópera do Anel que se poderá ver nesta temporada. Estará em cena em Fevereiro (4, 8 e 12) e em Julho (3 e 10). O elenco é muito bom e integra, netre outros, Johan Reuter (Wotan), Wolfgang Koch (Alberich), Ulrich Ress (Mime), Sophie Koch (Fricka) e Eri Nakamura (Woglinde).
Para mim, o momento maior desta temporada será O Anel do Nibelungo completo, dirigido por Kent Nagano, numa produção de Andreas Kriegenburg. Obrigatório, se se conseguirem bilhetes!


- La Traviata (Verdi) em Fevereiro (14, 17 e 26) e Julho (27 e 30). É sempre um clássico muito agradável de ouvir. Nas récitas de Fevereiro o elenco não é muito do meu agrado, contando com Marina Poplavskaya (Violeta),  James Valenti (Alfredo) e, este sim, Leo Nucci (Giorgio). Em Julho outras vozes soarão, mas o elenco também tem, para mim, um elemento muito fraco -  Ramón Vargas (Alfredo)  que ainda não me convenceu. Em contrapartida, os outros dois protanogistas, Anja Harteros (Violetta) e Simon Keenlyside (Giorgio) são excelentes.


- Madama Butterfly (Puccini) em Fevereiro (18, 21 e 25) e Março (1)..

- Il Barbiere di Siviglia (Rossini) em Março (4, 7, 9 e 13).

- Die Walküre (A Valquíria) (Wagner) estreará em Março (11, 15, 18 e 25) e poderá ser também vista em Julho (4 e 11). A segunda ópera do Anel conta com um elenco fabuloso que inclui Klaus Florian Vogt (Siegmund), Anja Kampe (Sieglinde), Juha Uusitalo (Wotan), Sophie Koch (Fricka) e Katarina Dalayman (Brünhilde). Será, seguramente, um espectáculo inesquecível.



- Macbeth (Verdi) estará em cena em Março (14, 17, 20 e 23).

- Evgeny Onegin (Tchaikowsky) em Março (21, 24 e 28). A ópera é uma belíssima peça do romantismo russo e o elenco é notável e inclui Ekaterina Scherbachenko (Tatjana), Alisa Kolosova (Olga), Simon Keenlyside (Eugene Onegin) e Pavol Breslik (Lenski).


- Otello (Verdi) poderá ver-se em Março (31) e Abril (3, 7, 10). Mais um elenco de luxo que integra Peter Seiffert (Otello), Juha Uusitalo (Jago), Pavol Breslik (Cassio) e Krassimira Stoyanova (Desdemona).


- Parsifal (Wagner) em Abril (5 e 8). Uma produção dirigida por Kent Nagano (o maestro titular) e com grandes intérpretes wagnerianos, incluindo Michael Volle como Amfortas, Stephen Milling como Gurnemanz, Christopher Ventris como Parsifal e Waltraud Meier como Kundry.


- Luisa Miller (Verdi) sobe à cena em Abril (15, 20 e 30) e Maio (5).

- Le Nozze di Figaro - As Bodas de Fígaro (Mozart) em Maio (3, 6, 11 e 13) O elenco tem cantores que aprecio muito, incluindo Simon Keenlyside (Il Conte di Almaviva), Kate Royal (La Contessa di Almaviva) e outros que não conheço.

- I Capuleti e i Montecchi (Bellini) em Maio (12, 16, 19, 23 e 26). Mais uma ópera recheada de árias e duetos que consolam qualquer apreciador do belcanto. Não gosto da encenação. O Maestro Yves Abel dirigirá o duo amoroso e trágico que aqui será interpretado pelo mezzo Vesselina Kasarova (Romeu) e pelo soprano Anna Netrebko (Julieta). A não perder também.


- Siegfried (Wagner) nova estreia em Maio (27 e 31), Junho (3) e Julho ( 6 e 13). A terceira ópera do Anel conta com interpretações de Lance Ryan (Siegfried), Wolfgang Ablinger-Sperrhacke (Mime), Juha Uusitalo (Der Wanderer Wotan) e Catherine Naglestad (Brünnhilde).


- La Cenerentola (Rossini) estará em cena em Maio (29), Junho (2, 7 e 10) e Julho (9 e 12).. Joyce DiDonato, Lawrence Brownlee e Alessandro Corbelli serão, entre outras, razões para pensar que será mais um espectáculo de grande qualidade.


- Wozzeck (Berg) subirá ao palco em Junho (1, 6 e 9) e Julho (22).

- Das Schlaue Füchslein (Janacek), nova produção, poderá ser vista em Junho (11, 13, 18, 29, 21 e 23). Não conheço.

- Götterdämmerung (Wagner), em estreia em Junho (30) e Julho (8 e 15). A derradeira ópera do Anel tem um elenco impressionante, ao nível das anteriores, com Stephen Gould (Siegfried), Iain Paterson (Gunther), Hans-Peter König (Hagen), Wolfgang Koch (Alberich), Erika Wueschner (Gutrune), Nina Stemme (Brünnhilde), Michaela Schuster (Waltraute) e Eri Nakamura (Woglinde). Para encerrar o Anel com chave de ouro!


- Medea in Corinto (Mayr) em Julho (1 e 5), com o soprano Nadja Michael como Medea e o tenor Ramón Vargas como Giasone.

- Mitridate, Rè di Ponto (Mozart) em Julho (20, 23, 25, 27 e 30) encerra esta impressionante lista dae óperas da temporada de Munique.

Sugestões para fins de semana “operáticos” em Munique:

- Dias 4, 5 e 6 de Novembro de 2010: Les Contes D’Hoffmann, Tosca e L’enfant et les Sortilèges.
- Dias 30 e 31 de Dezembro e 1 de Janeiro de 2012:  L’Elisir d’Amore, Die Fledermaus e Die Zauberflöte.
- Dias 24, 25 e 26 de Fevereiro de 2012: Cosi fan Tutte, Madama Butterfly, La Traviata.
- Dias 23, 24 e 25 de Março de 2012 – Macbeth, Evgeny Onegin e Die Walküre.
- Dias 1, 2 e 3 de Junho de 2012: Wozzeck, La Cenerentolla e Siegfried.
- Em Julho de 2012, durante o Festival de Ópera, há varias combinações possíveis.

Veja os pormenores de toda a informação em:
http://www.bayerische.staatsoper.de/
 …e, bons espectáculos!

Confesso que deixei o melhor para o fim. Para mim, esta é a melhor de todas as excelentes temporadas aqui comentadas.



Bayerische Staatsoper, Munich, 2011-2012 Season

 The Bayerische Staatsoper in Munich has always very rich, diverse and high quality performances in every season. The next one is no exception. This is also an opera house where, in a “large” weekend, one can often watch three different operas.

I leave here a summary of the 2011 - 2012 season, highlighting what, in my opinion, could be remarkable performances.

The 2011-2012 season in Munich (which is preceded by a tour to Japan) has 36 operas, as well as recitals and performances for children. It begins on 9th October 2010 and ends in late July 2012. As usual, the last month is dedicated to the Munich Opera Festival (Opernfestspiele), where one can see most of the operas presented during the season.

- Carmen (Bizet) in October (9th, 12th, 15th, 18 and 21th), with Vesselina Kasarova, Brandon Jovanovich and Gerald Finley and others. An excellent opera for beginners, set in Spain, with a woman of strong convictions and personality, loved by two men, that ends in tragedy.

- Der Rosenkavalier (Strauss) in October (23th and 29th), November (1st) and July (28th and 31st). One of the best known operas of Strauss, with Martina Serafin in the leading role.
 

- Tosca (Puccini) in October (30th), November (2nd, 5th and 8th) and July (28th and 31st). Catherine Naglestad and Marco Berti sing in the first performances, Takeshi Kizart Mesh, Massimo Giordano and Bryn Terfel sing in July. A fine cast for one of the best operas of Puccini.

- Les Contes d'Hoffmann (Offenbach), a new production in October (31st), November (4th, 9th, 12th, 17th, 21st, 25th) and July (19th, 23th) with Diana Damrau in a tour de force, singing Olympia / Giulietta / Antonia / Stella, Rolando Villazón (Hoffmann), Angela Brower (Nikolaus) and John Relyea and others. One of the operas of the season that will be unforgettable.

- L'Enfant et les Sortilèges (Ravel) / Der Zwerg (Zemlinsky) in November (6th, 11th, 13th, 18th and 20th).

- Così fan tutte (Mozart) in November (15th and19th) and June (17th and 24th) with Miah Persson, Tara Erraught and Thomas Allen (November) and Maria Bengtsson, Angela Brower and Pietro Spagnoli (June), among others. It's always good to have an opportunity to review one of the best operas of Mozart.

- Fidelio (Beethoven) in November (27th) and December (1st, 4th and 8th). Despite being a poor production (in my opinion), it is one of my favourite operas. With two great singers as the soloists, Anja Kampe and Peter Seiffert, it is always worth remembering the end of the opera, a hymn to freedom and justice, which is one of the most exciting ever written.

- Turandot (Puccini), a new production, can be seen in December (3rd, 7th, 10th, 14th, 17th and 20th), in April (11th, 14th, 18th and 21st), and July (26th and 29th). In production by Carlus Padrissa - La Fura dels Baus (I always have some suspicions ...) it includes Jennifer Wilson (Turandot), Marco Berti (Calaf), Ekaterina Scherbachenko (Liu) and Alexander Tsymbalyuk (Timur). I like this Puccini’s opera, but we have to wait and see what this production will be.

- La Bohème (Puccini) in December (18th, 21th and 26th), and July (17th and 20th), with Maija Kovalevska as Mimi and Wookyung Kim as Rodolfo in December, and Angela Gheorghiu and Joseph Calleja in July. Two great casts for another striking opera by Puccini.

- Hänsel und Gretel (Humperdinck) in December (25th and 26th), as usually for the holiday season.

- Die Zauberflöte - The Magic Flute (Mozart) in December (27th and 29th) and January (1st) also for the holiday season.

- L'Elisir d'Amore (Donizetti) in December (30th) and January (3rd and 7th). A comic opera that shows how a miraculous elixir, sold by the (also) miraculous Doctor Dulcamara can transform Nemorino and his love skills.

- Die Fledermaus (Johann Strauss), as usually, the opera chosen for the last day of the year, December 31st, 2011.

- Der Fliegende Holländer (Wagner) in January (5th, 8th and 11th). A top quality cast, with Alan Held (Holländer), Anja Kampe (Senta), Peter Rose (Daland), Klaus Florian Vogt (Erik) among others. It can not be missed!.

- Die Entführung aus dem Serail - The Abduction from the Seraglio (Mozart) in January (14th, 18th and 21st).

- Don Carlo (Verdi) is one of the highlights of the season. It will be on stage in January (15th, 19th, 22th, 26th and 29th.). The soloists will include René Pape (Philip II), Jonas Kaufmann (Don Carlos), Mariusz Kwiecien (Rodrigo), Eric Halfvarson (The Grand Inquisitor), Anja Harteros (Elisabeth) and Anna Smirnova (Eboli). One of the best operas of Verdi (in which the weaknesses of the plot is entirely supplanted by the superlative quality of the music) is staged with an absolutely outstanding cast. I think better would be impossible. A Must!

- Roberto Devereux (Donizetti) in February (1st, 5th, 9th and 13th). A belcanto opera in which the presence of Edita Gruberova guarantees a memorable interpretation. Roberto Devereux will be the tenor Joseph Calleja, another big name in the current opera scene.

- Das Rheingold, a new production, is the first opera of the Ring that will be seen this season. It will be on stage in February (4th, 8th and 12th) and July (3rd  and 10th). The cast is very good and includes, Johan Reuter (Wotan), Wolfgang Koch (Alberich), Ulrich Ress (Mime), Sophie Koch (Fricka) and Eri Nakamura (Woglinde).
For me, the greatest moment of this season will be the full Ring, directed by Kent Nagano, in a production by Andreas Kriegenburg. A must for those who will be able to get  tickets!

- La Traviata (Verdi) in February (14th, 17th and :26th), and July (27th and 30th). It is always a "classic".. In February the cast is not my favourite choice, with Marina Poplavskaya (Violet), James Valenti (Alfredo), and Leo Nucci (Giorgio, this one a fine singer!). In July, other soloists will sing, but the cast also has, for me, a very weak element - Ramón Vargas (Alfredo). In contrast, the other two soloists, Anja Harteros (Violetta) and Simon Keenlyside (Giorgio) are excellent.

- Madama Butterfly (Puccini) in February (18th, 21th and 25th) and March (1st).

- Il Barbiere di Siviglia (Rossini) in March (4th, 7th, 9th and 13th).

- Die Walküre (Wagner), a new production, will be seen in March (11th, 15th, 18th and 25th) and in July (4th and 11th).
The second opera of the Ring has a fabulous cast that includes Klaus Florian Vogt (Siegmund), Anja Kampe (Sieglinde), Juha Uusitalo (Wotan), Sophie Koch (Fricka) and Katarina Dalayman (Brunhilde). I am sure it will be an unforgettable experience.

- Macbeth (Verdi) will be on stage in March (14th, 17th, 20th and 23th).

- Evgeny Onegin (Tchaikovsky) in  March (21th, 24th and 28th). The opera is a beautiful piece of Russian Romanticism and the cast is remarkable, including Ekaterina Scherbachenko (Tatjana), Alisa Kolosova (Olga), Simon Keenlyside (Eugene Onegin) and Pavol Breslik (Lenski).

- Otello (Verdi) can be seen in March (31st) and April (3rd, 7th and 10th).
Another all-star cast that includes Peter Seiffert (Otello), Juha Uusitalo (Jago), Pavol Breslik (Cassio) and Krassimira Stoyanova (Desdemona).

- Parsifal (Wagner) in April (5th and 8th). A production directed by Kent Nagano and with great Wagnerian singers including Michael Volle as Amfortas, Stephen Milling as Gurnemanz, Christopher Ventris as Parsifal and Waltraud Meier as Kundry.

- Luisa Miller (Verdi) will be seen in April (15th, 20th and 30th) and May (5th).

- Le Nozze di Figaro in May (3rd, 6th, 11th and13th) The cast includes excellent singers such as Simon Keenlyside (Il Conte di Almaviva) and Kate Royal (La Contessa di Almaviva).

- I Capuleti e i Montecchi (Bellini) in May (12th, 16th, 19th, 23th and 26th). Another opera full of arias and duets for the pleasure of belcanto lovers.
I do not like the staging. Conductor Yves Abel will direct the romantic and tragic pair of lovers that will be interpreted this time by mezzo Vesselina Kasarova (Romeo) and soprano Anna Netrebko (Juliette). A must!

- Siegfried (Wagner), another new production, in May (27th and 31st), June (3rd) and July (6th and 13th). The third opera of the Ring will have as soloists Lance Ryan (Siegfried), Wolfgang-Ablinger Sperrhacke (Mime), Juha Uusitalo (Wotan, Der Wanderer) and Catherine Naglestad (Brünnhilde).

- La Cenerentola (Rossini) will be on stage in May (29th) June (2nd, 7th and 10th) and July (9th and 12th). Joyce DiDonato, Lawrence Brownlee and Alessandro Corbelli will be, among others, reasons to guarantee this will be a performance of great quality.

- Wozzeck (Berg) will be staged in June (1st, 6th and 9th) and July (22th).

- Das Schlaue Füchslein (Janacek), a new production, will be seen in June (11th, 13th, 18th, 29th, 21th and 23th).

- Götterdämmerung (Wagner), will be premiered in June (30th) and July (8th and 15th). The last opera of the Ring has an impressive cast, with Stephen Gould (Siegfried), Iain Paterson (Gunther), Hans-Peter König (Hagen), Wolfgang Koch (Alberich), Erika Wueschner (Gutrune), Nina Stemme (Brünnhilde), Michaela Schuster (Waltraute) and Eri Nakamura (Woglinde). A golden finish of the Ring!

- Medea in Corinto (Mayr) in July (1st and 5th), with soprano Nadja Michael as Medea and the tenor Ramón Vargas as Giasone.

- Mitridate, Re di Ponto (Mozart) in July (20th, 23th, 25th, 27th and 30th) will end this impressive Munich’s opera season.

Suggestionss for "operatic" weekends in Munich:
 - Days 4, 5 and 6 November 2010: Les Contes d'Hoffmann, Tosca and L'enfant et les Sortilèges.
- Days 30 and 31 December and 1 January 2012: L'Elisir d'Amore, Die Fledermaus and Die Zauberflöte.
- Days 24, 25 and 26 February 2012: Cosi fan tutte, Madama Butterfly and La Traviata.
- Days 23, 24 and 25March, 2012 - Macbeth, Evgeny Onegin and Die Walküre.
- Days 1, 2 and 3 June 2012: Wozzeck, La Cenerentolla and Siegfried.
- In July 2012, during the Opera Festival, there are several possible combinations.

See details of all the information on:
http://www.bayerische.staatsoper.de/

... and have good performances!

I confess I left the best for last. To me, this is the best of all seasons here commented.