(review in English below)
Foi um espectáculo muito interessante, que ainda pode ser visto durante mais um dia no site da San Francisco Opera (https://sfopera.com/).
A encenação de Francesca Zambello, que disse ter sido inspirada no ambiente e no movimento #MeToo e ser essencialmente Americana, é interessante e vistosa. O primeiro acto é muito convencional, cenicamente bem conseguido, numa casa rural com muitos troféus de caça. A Sieglinde é vítima de violência domestica pelo marido Hunding.
A primeira cena do 2º acto passa-se no alto de um arranha-céus, sala de Wotan. Pai, filha e depois a Fricka, todos partilham um whisky.
A segunda cena passa-se debaixo de um viaduto, num emaranhado de auto-estradas. Sieglinde e Sigmund são “sem abrigos”. A terceira cena acontece no mesmo cenário mas, num dos viadutos, a Fricka assiste, de cima, a tudo.
No início do 3º acto, passado numa estrutura com muitas escadas e andaimes metálicos, as valquírias chegam de pára-quedas e trazem retratos dos heróis.
Tudo acontece neste cenário, o menos conseguido de toda a ópera.
Sob a direcção do maestro Donald Runnicles a orquestra teve uma interpretação de qualidade. Nos solistas há grandes cantores: Karita Mattila foi uma Sieglinde cenicamente interessante mas vocalmente banal,
Brandon Jovanovich fez um Siegmund estático e pouco emotivo, sobretudo no 1º acto,
Raymond Aceto foi um bom Hunding,
Iréne Theorin esteve muito bem como Brünhilde,
Greer Grimsley foi um Wotan respeitável e
Jamie Barton foi excepcional como Fricka, a melhor da récita.
A Valquíria é sempre um espectáculo excelente!
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DIE WALKÜRE, San Francisco Opera, Streaming 13-14 March 2021
It was a very interesting show, which can still be seen for another day on the San Francisco Opera website (https://sfopera.com/).
The production by Francesca Zambello, who said she was inspired by the environment, the #MeToo movement and a production essentially American, is interesting and showy. The first act is very conventional, scenically well accomplished, in a rural house with many hunting trophies. Sieglinde is a victim of domestic violence by her husband Hunding. The first scene of the 2nd act takes place on top of a skyscraper, Wotan's room. Wotan, daughter and then Fricka, they all share a whiskey. The second scene takes place under an overpass, in a tangle of highways. Sieglinde and Sigmund are "homeless". The third scene takes place in the same scenario, but in one of the viaducts, Fricka watches everything from above. At the beginning of the 3rd act, carried out in a structure with many stairs and metallic scaffolding, the valkyries arrive by parachute and bring portraits of the heroes. Everything happens in this scenario, the least accomplished of the entire opera.
Under the direction of conductor Donald Runnicles, the orchestra had a quality interpretation.
In the soloists there are great singers: Karita Mattila was a Sieglinde that was scenically interesting but vocally banal, Brandon Jovanovich was a static and little emotional Siegmund, especially in the 1st act, Raymond Aceto was a good Hunding, Iréne Theorin was very well as Brünhilde, Greer Grimsley was a respectable Wotan and Jamie Barton was exceptional as Fricka, the best of the performance.
Die Walküre is always an excellent show!
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