Texto de Francisco Casegas, colaborador do blogue
Tive oportunidade no passado dia 4 de Novembro de assistir a uma das minhas óperas favoritas, Rigoletto de Verdi na Ópera da Bastilha em Paris.
A orquestra da Opera Nacional de Paris foi dirigida por Giacomo Sagripanti de forma consistente, sempre em sintonia com os cantores.
Embora o número de intervenções do coro não seja muito elevado nesta ópera, o coro da Ópera Nacional de Paris esteve em muito bom nível nas suas intervenções.
Relativamente à produção confesso que não fiquei grande fã. O cenário consiste numa grande caixa de cartão cujas faces se vão abrindo e fechando conforme o desenvolvimento das cenas. No geral, tendeu para o aborrecido na minha opinião.
No papel de Rigolleto esteve o barítono Ludovic Tézier. É um cantor que que aprecio bastante e que nesta récita esteve ao mais alto nível. Dotado de um potente aparelho vocal, esteve irrepreensível, vocal e cenicamente sempre em sintonia com a sua Gilda.
No papel de Gilda esteve o soprano Nadine Sierra. Como já foi referido neste blog não é uma cantora com um enorme volume, mas tecnicamente é extraordinária e nesta récita foi também irrepreensível.
No papel de Duque de Mantova esteve o tenor Dmitry Korchak. Começou com um “Questa O’ Quella” algo apagado, mas depois arrancou para uma interpretação bastante sólida durante o resto da récita.
Nos restantes papéis os cantores também estiveram em bom nível. Destacaria talvez Justina Gringyté como Maddalena que tem um timbre de elevada beleza.
No geral foi uma récita de elevado nível de onde saí extremamente satisfeito assim como o restante público que aplaudiu fortemente os artistas, após ter saído desiludido das minhas 2 últimas récitas “fora de portas” (Tosca em Zurique e Faust em Londres).
Uma palavra de apreço também às assistentes de sala que nos momentos anteriores ao início da récita tiveram o cuidado de se dirigir às pessoas que tinham bilhete nas laterais na zona mais recuada da plateia (como era o meu caso) para avançarem para lugares mais à frente que estivessem livres se assim o desejassem. Aproveitei o convite e acabei por assistir à recita em lugares fantásticos da plateia.
RIGOLETTO, Opera Bastille, Paris, November 2021
Review by Francisco Casegas
I had the opportunity on the 4th of November to watch one of my favorite operas, Rigoletto by Verdi at the Opéra Bastille in Paris.
The orchestra of the Opera National de Paris was conducted by Giacomo Sagripanti consistently, always in tune with the singers.
Although the number of interventions by the choir is not very high in this opera, the choir of the Opéra National de Paris was at a very good level in its interventions.
Regarding the production, I confess that I wasn't a big fan. The setting consists of a large cardboard box whose faces open and close as the scenes develop. Overall it tended to be boring in my opinion.
In the role of Rigolleto was the baritone Ludovic Tézier. He is a singer that I really appreciate and that in this recital he was at the highest level. Endowed with a powerful vocal apparatus, he was impeccable, vocally and scenically, always in tune with his Gilda.
In the role of Gilda was soprano Nadine Sierra. As mentioned in this blog, she is not a singer with a huge volume, but technically she is extraordinary and in this recital she was also impeccable.
In the role of Duke of Mantova was tenor Dmitry Korchak. He started with a “Questa O’ Quella” somewhat faded, but then it took off for a very solid performance during the rest of the recital.
In the remaining roles the singers were also at a good level. I would perhaps highlight Justina Gringyté as Maddalena, who has a highly beautiful timbre.
In general, it was a high level performance from which I left extremely satisfied as well as the rest of the audience who strongly applauded the artists, after leaving my last 2 performances “outside the country” disappointed (Tosca in Zurich and Faust in London).
A word of appreciation also to the room attendants who, in the moments prior to the beginning of the recital, were careful to address the people who had tickets on the sides in the back of the audience (as was my case) to advance to seats in the front that were free if they so wished. I took advantage of the invitation and ended up watching the performance in a fantastic seat in the audience.