(review in English below)
Iolanta de P.I. Tchaikovsky abriu a temporada do Teatro de São Carlos. Dirigiu o Coro do Teatro de São Carlos e a Orquestra Sinfónica Portuguesa o maestro Graeme Jenkins.
A ópera conta a história da princesa cega Iolanta, filha do Rei René, que se apaixona por quem lhe explica as cores e recupera a visão.
Em versão concerto (ópera amputada!), apenas podemos apreciar a música e os desempenhos vocais. E foi um espectáculo muito bom!
Os solistas incluíram 4 cantores russos, um ucraniano e um português que marcaram qualitativamente o espectáculo.
O soprano russo Zarina Abaeva tem uma voz cheia, bem timbrada e agudos bonitos. Gosto muito desta cantora. Hoje, como Iolanta, foi por vezes pouco emotiva.
O tenor russo Misha Didyk impôs-se como Vaudémont, uma voz poderisíssima, com um registo agudo impressionante, grande agilidade, sempre afinado.
O baixo russo Evgeny Stavinsky como Rei René foi para mim o melhor da noite. A voz é de invulgar beleza, poderosa, versátil e o cantor interpretou o papel com uma emotividade assinalável.
O barítono russo Gruiy Guryev foi um Robert correcto, a voz é também grande mas não particularmente bonita e o cantor fez-se aos aplausos no final da sua intervenção principal, o que já não se usa.
O baixo ucraniano Alexander Milev tem uma voz tão forte quanto bela, impôs-se como Bertrand, outro dos cantores que mais apreciei, apesar de o papel ser curto.
O barítono Luís Rodrigues foi o médico Ibn-Hakia. Esteve bem vocalmente mas não descolou os olhos da partitura.
Completaram os solistas o mezzo Maria Luísa de Freitas (Martha), o mezzo Patrícia Quinta (Laura), o soprano Carla Caramujo (Brigitta) e o tenor Marco Alves dos Santos (Alméric).
Apesar de em versão concerto, começou muito bem a temporada do São Carlos.
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IOLANTA, National Theater of São Carlos, Lisbon, September 2021
Iolanta by P.I. Tchaikovsky opened the season at the Teatro de São Carlos. Graeme Jenkins conducted the Choir of the São Carlos Theater and the Portuguese Symphony Orchestra. The opera tells the story of the blind princess Iolanta, daughter of King René, who falls in love with someone who explains the colors to her and regains her sight.
In a concert version (amputated opera), we can only enjoy the music and vocal performances. And it was a very good performance!
The soloists included 4 Russian singers, a Ukrainian and a Portuguese who marked the performance qualitatively.
Russian soprano Zarina Abaeva has a full, high-pitched voice and beautiful top notes. I really like this singer. Today, as Iolanta, she was sometimes unemotional.
Russian tenor Misha Didyk imposed himself as Vaudémont, a very powerful voice, with an impressive top register, great agility, always in tune.
Russian bass Evgeny Stavinsky as King René was for me the best of the night. The voice is of unusual beauty, powerful, versatile and the singer interpreted the role with remarkable emotion.
Russian baritone Gruiy Guryev was a correct Robert, the voice is also big but not particularly pretty and the singer cheers at the end of his main intervention, which is no longer accepted.
Ukrainian bass Alexander Milev has a voice as strong as it is beautiful, he imposed himself as Bertrand, another of the singers I most appreciated, despite the role being short.
Baritone Luís Rodrigues was the doctor Ibn-Hakia. He did well vocally but didn't take his eyes off the score.
The soloists were completed by mezzo Maria Luísa de Freitas (Martha), mezzo Patrícia Quinta (Laura), soprano Carla Caramujo (Brigitta) and tenor Marco Alves dos Santos (Alméric).
Despite being in a concert version, the Teatro de São Carlos season started very well.
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