terça-feira, 20 de dezembro de 2016

GUILLAUME TELL, METropolitan Opera, Outubro / October 2016


 (review in English below)
Uma nova produção da monumental opera Guillaume Tell, última obra de G. Rossini, esteve em cena na Metropolitan Opera de Nova Iorque.



A encenação de Pierre Audi, originária da Dutch National Opera, é vazia e abstracta. A ópera retrata a guerra entre suíços (oprimidos) e austríacos (opressores) na idade média até à libertação da Suiça, encabeçada pelo arqueiro Guilherme Tell. Tudo se passa entre grandes pedras e rochas, que vão mudando de posição ao longo da récita. Os dois grupos rivais são facilmente identificados, os suíços sempre vestidos de cinzento claro (o que os faz confundir com o fundo do cenário, espelhado e também dessa cor), e os austríacos de negro.



Fabio Luisi dirigiu o espectáculo e, mais uma vez, houve uma excelente interpretação da Orquestra e também do Coro, omnipresente em toda a ópera. Os solistas foram de grande qualidade.



O baixo-barítono canadiano Gerald Finley foi o protagonista Guilherme Tell e cantou e interpretou o papel ao mais alto nível. A voz é cheia de matizes coloridas e o cantor usou-a com elegância e emotividade.



O papel mais exigente é o de Arnold, interpretado pelo tenor norte americano Bryan Hymel. A personagem requer um tenor lírico e heróico, o que Hymel cumpre na perfeição. A voz é clara e algo nasalada mas é poderosa e afinada em todos os registos. Foi particularmente impressionante na ária Asile héreditaire do 4º acto.



O baixo-barítono canadiano John Relyea foi o vilão Gesler de voz grave, potente e autoritária, bem adequada à personagem.



Outro baixo de grande qualidade foi a sul coreano Kwanchul Youn que interpretou o Melcthal, pai assassinado de Arnold.
 Finalmente Walter teve outra interpretação de classe, do baixo italiano Marco Spotti.



As senhoras também estiveram em grande destaque. A jovem soprano norte americana Janai Brugger foi um Jemmy, filho de Tell, de excelente qualidade, tanto cénica como vocal.



Hedwige foi interpretada com correcção pela mezzo norte americana Maria Zifchak.



Deixei para o fim a soprano letã Marina Rebeka que foi a pricesa austríaca Mathilde. Cantou ao mais alto nível, a voz é bem timbrada e sempre perfeitamente audível, com um fraseado impecável. Transmitiu dramatismo e vulnerabilidade à interpretação da personagem, entre a paixão por um inimigo e a fidelidade ao seu povo. A ária principal do 3º acto Pour notre amour, plus d’espérance foi impressionante.



Um excelente espectáculo na Met Opera





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GUILLAUME TELL, Metropolitan Opera, October 2016

A new production of the monumental opera Guillaume Tell, last work of G. Rossini, was on stage at the Metropolitan Opera in New York.

The production of Pierre Audi, originally from the Dutch National Opera, is empty and abstract. The opera depicts the war between Swiss (oppressed) and Austrian (oppressors) in the Middle Ages until the liberation of Switzerland, headed by archer William Tell. Everything takes place between large stones and rocks that change position along the performance. The two rival groups are easily identified, the Swiss always on light grey dresses (which makes them confused with the background scenery, mirrored and also grey), and the Austrians in black.

Fabio Luisi directed and, again, there was an excellent performance of the Orchestra and the omnipresent Choir, throughout the opera. The soloists were of great quality.

Canadian bass-baritone Gerald Finley was William Tell and sang and played the role at the highest level. The voice is full of colorful hues and the singer used it with elegance and emotion.

The most demanding role is that of Arnold, interpreted by North American tenor Bryan Hymel. The character requires a lyrical and heroic tenor, which Hymel meets perfectly. The voice is clear and somewhat nasal but powerful and tuned in all registers. He was particularly impressive in the aria Asile héréditaire the 4th act.

Canadian bass-baritone John Relyea was Gesler the villain, powerful and authoritative voice, well-suited to the character.

Another high quality bass was the South Korean Kwanchul Youn who played Melcthal the murdered father Arnold.

Finally Walter was another class interpretation, by Italian bass Marco Spotti.

The ladies were also in great prominence. The young American soprano Janai Brugger was Jemmy, son of Tell, of excellent quality, both on stage and vocal.

Hedwige was interpreted with correction by North American mezzo Maria Zifchak.

I left for the end of the Latvian soprano Marina Rebeka who was that the Austrian pricess Mathilde. She sang at the highest level, the voice is always perfectly audible, with impeccable phrasing. She transmitted drama and vulnerability to the interpretation of the character, between the passion for an enemy and fidelity to his people. The main aria of the 3rd act Pour notre amour, plus d'espérance was impressive.

An excellent performance at the Met Opera


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1 comentário:

  1. Fico com alguma invejazita, Fanático_Um, é uma das minhas óperas favoritas, junto com a Cenenterola. para mais assim bem cantada... Vi no São Carlos com Chris Merritt, numa encenação que não era minimalista nem modernaça. Saudades. Obrigado pela reportagem.

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