Uma nova produção
da monumental opera Guillaume Tell,
última obra de G. Rossini, esteve em
cena na Metropolitan Opera de Nova
Iorque.
A encenação de Pierre Audi, originária da Dutch
National Opera, é vazia e abstracta. A ópera retrata a guerra
entre suíços (oprimidos) e austríacos (opressores) na idade média até à
libertação da Suiça, encabeçada pelo arqueiro Guilherme Tell. Tudo se passa
entre grandes pedras e rochas, que vão mudando de posição ao longo da récita.
Os dois grupos rivais são facilmente identificados, os suíços sempre vestidos
de cinzento claro (o que os faz confundir com o fundo do cenário, espelhado e
também dessa cor), e os austríacos de negro.
Fabio Luisi dirigiu o espectáculo e, mais uma vez, houve uma
excelente interpretação da Orquestra e também do Coro, omnipresente em toda a
ópera. Os solistas foram de grande qualidade.
O baixo-barítono
canadiano Gerald Finley foi o
protagonista Guilherme Tell e cantou e interpretou o papel ao mais alto nível. A
voz é cheia de matizes coloridas e o cantor usou-a com elegância e emotividade.
O papel mais
exigente é o de Arnold, interpretado pelo tenor norte americano Bryan Hymel. A personagem requer um
tenor lírico e heróico, o que Hymel cumpre na perfeição. A voz é clara e algo
nasalada mas é poderosa e afinada em todos os registos. Foi particularmente
impressionante na ária Asile héreditaire
do 4º acto.
O baixo-barítono
canadiano John Relyea foi o vilão
Gesler de voz grave, potente e autoritária, bem adequada à personagem.
Outro baixo de
grande qualidade foi a sul coreano Kwanchul
Youn que interpretou o Melcthal, pai assassinado de Arnold.
As senhoras também
estiveram em grande destaque. A jovem soprano norte americana Janai Brugger foi um Jemmy, filho de
Tell, de excelente qualidade, tanto cénica como vocal.
Hedwige foi
interpretada com correcção pela mezzo norte americana Maria Zifchak.
Deixei para o fim
a soprano letã Marina Rebeka que foi
a pricesa austríaca Mathilde. Cantou ao mais alto nível, a voz é bem timbrada e
sempre perfeitamente audível, com um fraseado impecável. Transmitiu dramatismo
e vulnerabilidade à interpretação da personagem, entre a paixão por um inimigo
e a fidelidade ao seu povo. A ária principal do 3º acto Pour notre amour, plus d’espérance foi impressionante.
Um excelente
espectáculo na Met Opera
*****
GUILLAUME
TELL, Metropolitan Opera, October 2016
A new
production of the monumental opera Guillaume
Tell, last work of G. Rossini,
was on stage at the Metropolitan Opera
in New York.
The production
of Pierre Audi, originally from the
Dutch National Opera, is empty and abstract. The opera
depicts the war between Swiss (oppressed) and Austrian (oppressors) in the
Middle Ages until the liberation of Switzerland, headed by archer William Tell.
Everything takes place between large stones and rocks that change position
along the performance. The two rival groups are easily identified, the Swiss
always on light grey dresses (which makes them confused with the background
scenery, mirrored and also grey), and the Austrians in black.
Fabio Luisi directed and, again, there was an excellent
performance of the Orchestra and the omnipresent Choir, throughout the opera.
The soloists were of great quality.
Canadian
bass-baritone Gerald Finley was
William Tell and sang and played the role at the highest level. The voice is
full of colorful hues and the singer used it with elegance and emotion.
The most
demanding role is that of Arnold, interpreted by North American tenor Bryan Hymel. The character requires a
lyrical and heroic tenor, which Hymel meets perfectly. The voice is clear and
somewhat nasal but powerful and tuned in all registers. He was particularly
impressive in the aria Asile héréditaire
the 4th act.
Canadian bass-baritone
John Relyea was Gesler the villain,
powerful and authoritative voice, well-suited to the character.
Another
high quality bass was the South Korean Kwanchul
Youn who played Melcthal the murdered father Arnold.
Finally
Walter was another class interpretation, by Italian bass Marco Spotti.
The ladies
were also in great prominence. The young American soprano Janai Brugger was Jemmy, son of Tell, of excellent quality, both on
stage and vocal.
Hedwige was
interpreted with correction by North American mezzo Maria Zifchak.
I left for
the end of the Latvian soprano Marina
Rebeka who was that the Austrian pricess Mathilde. She sang at the highest
level, the voice is always perfectly audible, with impeccable phrasing. She transmitted
drama and vulnerability to the interpretation of the character, between the
passion for an enemy and fidelity to his people. The main aria of the 3rd act Pour notre amour, plus d'espérance was
impressive.
An
excellent performance at the Met Opera
*****
Fico com alguma invejazita, Fanático_Um, é uma das minhas óperas favoritas, junto com a Cenenterola. para mais assim bem cantada... Vi no São Carlos com Chris Merritt, numa encenação que não era minimalista nem modernaça. Saudades. Obrigado pela reportagem.
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