(Text in English below)
O concerto não me
decepcionou porque foi o que temi, um
espectáculo superficial e ligeiro, para principiantes musicais, com partes para
o público acompanhar com palmas ritmadas, etc. O público era na sua grande
maioria oriental e indisciplinado, muitas pessoas passaram todo o concerto a
mexer nos telemóveis, desobedecendo aos pedidos insistentes do pessoal para o
não fazerem, o que perturbou muito a atenção.
A sala - Wiener Grosser Musikvereinssaal - de onde se transmitem anualmente
os concertos de Ano Novo, é maravilhosa e foi por ser lá que optei por este
concerto em vez da ópera Orfeu nos infernos na Volksoper. Má escolha!! Teria
sido melhor ir à ópera, mesmo sendo uma que não aprecio. Mas a sala é
impressionante!
Foi um espectáculo muito caro e curto, durou pouco mais de 1 hora. Tudo
textos musicais curtos, bem conhecidos e populares, de Mozart: final da
Sinfonia Nº 35, Eine kleine Nachtmusik, Alla turca (rondo), 1º
andamento da Sinfonia Nº 40 e, de óperas, do Don Giovanni as árias Deh,
vieni alla finestra e Finch’han dal vino e o dueto com a Zerlina Là
ci darem la mano, do Idomeneo a ária da Elettra D’Oreste, d’Ajace,
das Bodas de Figaro a ária Non piu andrai, do Rapto do Serralho a ária
da Constanze Martern aller Arten e da Flauta Mágica a ária do Papageno Der
Vogelfänger bin ich ja e o dueto do Papageno com a Papagena Pa - pa.
Os músicos da Wiener Mozart
Orchester estavam mascarados, com trajos garridos e cabeleiras da época. Dirigiu
o maestro Vinicius Kattah.
Ouvimos dois solistas vocais, o barítono Sokolin Asllani, com uma prestação banal, timbre agradável mas nada
empolgante, e a soprano Sera Gösch
que gritou a plenos pulmões. Tem uma voz nasalada e feia e foi o exemplo que o
canto lírico requer muito muito mais do que gritar alto. Nunca esteve bem, mas
a ária da Constanze foi tenebrosa.
Contudo, houve um momento de qualidade superior - a abertura das Bodas de
Fígaro! Mas foi pouco.
Como encores tivemos da família
Strauss o Danúbio Azul e a Marcha Radetzky, não estivéssemos nós em Viena e no
Musikverein.
Uma experiência a não repetir!
*
WIENER
MOZART KONZERTE, Musikverein, Vienna, October 2019
The concert
did not disappoint me because it was what I feared, a light cursory concert for
beginners, with parts for the audience to participate with rhythmic clapping,
etc. The audience was mostly eastern, and many people spent the entire concert
fiddling with their cell phones, disobeying the insistent requests from staff
not to do so, which greatly disturbed our attention.
The hall -
Wiener Grosser Musikvereinssaal - from which the New Year's concerts are
broadcast annually is wonderful and it was because of this that I opted for
this concert instead of the opera Orpheus in the underworld at Volksoper. Bad
choice!! It would have been better to go to the opera, even though I don't like
this one.
It was a
very expensive and short concert, it lasted just over 1 hour. All musical texts
were Mozart's short, well-known and popular musics: Symphony No. 35 finale, Eine kleine Nachtmusik, Alla turca (rondo), Symphony No. 40 Molto Allegro and, from operas, from Don
Giovanni the arias Deh, vieni alla
finestra and Finch'han dal vino
and the duet with Zerlina Là ci darem la mano. From Idomeneo the aria of Elettra D'Oreste, d'Ajace, from the Marriage of
Figaro the aria Non piu andrai, from
the Abduction of the Seraglio the aria of Constanze Martern aller Arten and from the Magic Flute the aria of Papageno Der Vogelfänger bin ich ja and the
Papageno duet with Papagena Pa - pa.
Wiener Mozart Orchester musicians were masked, with gaudy
costumes and wigs of the time. Directed the conductor Vinicius Kattah.
We heard
two vocal soloists, baritone Sokolin
Asllani, with a banal performance, pleasant but not very exciting tone, and
soprano Sera Gösch who screamed at
the top of her lungs. She has an ugly voice, and she was the example that lyric
singing requires much more than shouting loud. She has never been well, but
Constanze's aria was a torment.
However,
there was a moment of superior quality - the overture of the Figaro’s Marriage!
But it was little. As encores we had
from the Strauss family the Blue Danube and the Radetzky March, after all we
were in Vienna in the Musikverein.
An
experience not to be repeated!
*
Há uns anos também embarquei nessa visita turística, porque não havia nenhum concerto de jeito na sala. Concordo totalmente: programa fraco (acho que foi o mesmo), orquestra sub-mediana, folclórica, a grande estrela é a sala. Na bilheteira uns asiáticos quase se matavam no atropelo dos últimos bilhetes, mas lá dentro embora houvesse selfies não fizeram ruído nem flashes. Quem me dera ter visitado a sala sem ninguém, só para ver. Enfim, tapando os ouvidos tentei ter a sensação visual de um bom concerto... e no intervalo, já noite escura, o ambiente na rua frente à fachada era agradavelmente festivo. Deve ser quase impossível reviver o que era há décadas o Musikverein; talvez o fecho pela pandemia permita uma abertura em novos moldes ? E entretanto, nada, não é, Fanático_Um? Alguma Ópera antes do Verão?
ResponderEliminarNenhuma ópera antes do Verão (tudo cancelado!) e depois, para já, não me aventuro a marcar nada!
EliminarEsta pandemia fez-me perder duas dezenas de espectáculos, pois tinha um final de temporada empolgante: uma ida à Metropolitan Opera (5 óperas), um Anel em Düsseldorf, várias óperas fantásticas em Londres e 6 óperas em Bayreuth (incluindo um Anel) que consegui após 7 anos de espera (!), para além dos espectáculos domésticos (São Carlos e Gulbenkian).
Não marquei nem marco nada para a próxima temporada porque não sei como vai evoluir a situação em Portugal e no mundo, mas a notícia de hoje que o Reino Unido vai impor quarentena de 15 dias a quem chega penso que é a machadada final nas hipóteses que teria de lá ir ainda este ano. A Royal Opera é o meu teatro de ópera favorito no mundo e Londres é uma cidade onde me desloco (ou deslocava) frequentemente por razões profissionais.
Enfim, acho que esta pandemia também deu uma machadada final no blogue "Fanáticos da Ópera"!
Estou desolado, Fanático_Um. Gosto de pensar que em Janeiro está tudo normal, e as temporadas vão estar em pleno, mas já não sei. Mantenha o blog vivo p.f. nem que seja com imagens de arquivo, partilhas de links, alguma perspectiva nova... nunca foi a Glyndebourne pois não? (ão me lembro de aqui ter lido nada). Bom fim de semana, ânimo e saúde.
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