(review in English below)
Fidelio de Beethoven esteve em cena na Metropolitan Opera de Nova Iorque numa
encenação vistosa de Jürgen Flimm. A
acção passa-se algures numa cadeia do Sec. XX.
No primeiro acto à direita do
palco estão 3 andares de cárceres, à esquerda os aposentos de Rocco e
Marzelline e no centro decorre grande parte da acção, por entre mesas, caixas
de armas e vários outros objectos. O ambiente sombrio é bem conseguido desde o
início. Os presos estão todos vestidos de branco o que faz um belo contraste
visual com tudo o resto, sobretudo nos momentos corais em que saem das celas.
No segundo acto
uma escada metálica central dá acesso às catacumbas ainda mais sombrias onde
agoniza o Florestain. No final, depois da libertação dos prisioneiros, aparece
uma estrutura no exterior, com um cavalo ao centro, à volta da qual todos se
agrupam e festejam a liberdade.
A superior
direcção musical foi do maestro Sebastian
Weigle e, mais uma vez, ouvimos soberbas interpretações da Orquestra e do Coro da Metropolitan Opera.
O tenor David Portillo fez um Jaquino
dinâmico de voz bonita e sempre bem colocada.
Também a
Marzelline da soprano Hanna-Elisabeth
Müller foi muito credível na interpretação. Excelente presença em palco e
voz poderosa e melodiosa, sobre a orquestra.
Outro grande
intérprete foi o baixo barítono Falk Struckmann como Rocco.
O Don Pizarro do baixo barítono Greer Grimsley foi malévolo em palco mas vocalmente, apesar de uma
boa interpretação, deixou-se afogar pela orquestra aqui e acolá.
O baixo barítono James Morris
foi um Don Fernando aceitável.
Klaus Florian Vogt como Florestain foi o melhor da noite. Tem uma
voz magnífica que associa um timbre muito claro e límpido a uma superior
capacidade de projecção, tendo oferecido uma interpretação emotiva e muito
bela.
A Leonore da
soprano Adrianne Pieczonka foi
impressionante. Boa presença cénica e voz poderosíssima, sempre sobre a
orquestra mas, ocasionalmente, rude.
****
FIDELIO,
METropolitan Opera, March 2017
Beethoven's Fidelio
was on stage at the Metropolitan Opera
in New York in a showy staging of Jürgen
Flimm. The action happens somewhere in a prision of Sec. XX. In the first
act to the right of the stage are three floors of cells, to the left the rooms
of Rocco and Marzelline and in the center much of the action takes place,
between tables, boxes of arms and several other objects. The dark environment
is well achieved from the start. The prisoners are all dressed in white, which
makes a beautiful visual contrast to everything else, especially in the choral
moments when they leave the cells.
In the
second act a central metallic staircase gives access to the still darker
catacombs where Florestain lies. In the end, after the release of the
prisoners, a structure appears on the outside, with a horse in the center,
around which all group and celebrate freedom.
The
superior musical direction was by maestro Sebastian
Weigle and, once again, we heard superb interpretations of the Orchestra and the Choir of the Metropolitan
Opera.
Tenor David Portillo was a dynamic Jaquino of
beautiful voice and always well tuned.
Also Marzelline
by soprano Hanna-Elisabeth Müller
was very credible in the interpretation. Excellent presence on stage and
powerful and melodious voice, always over the orchestra.
Another
great performer was bass baritone Falk
Struckmann as Rocco.
Don Pizarro
of bass baritone Greer Grimsley was
malevolent on stage but vocally, despite a good performance, he was drowned by
the orchestra here and there.
Bass
baritone James Morris was an
acceptable Don Fernando.
Klaus Florian Vogt as Florestain was the best of the night. He
has a magnificent voice that associates a very clear tone to a superior
capacity of projection, having offered an emotional and very beautiful interpretation.
Leonore by
soprano Adrianne Pieczonka was
impressive. Good stage presence and powerful voice, always over the orchestra
but occasionally slightly rude.
A good performance.
****
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