domingo, 19 de janeiro de 2020

SIEGFRIED, Royal Opera House, Outubro / October 2018



(review in English below)

A encenação de Keith Warner continua a ser pobre e sem interesse. No 1º acto está um avião caído no Nibelheim mas, apesar da profundidade do local, está quase inteiro, só a hélice está separada. É nesse cenário que se passa toda a acção, nomeadamente o forjar das espadas.


No 2º acto o palco tem um enorme buraco a meio, a entrada da gruta do Fafner que, contudo, aparece fora dela, incluindo quando assume a forma de dragão. O pássaro é inicialmente um boneco mas, quando o Siegfried o percebe, passa a ser a cantora (Heather EngeBretson) que desce suspensa por umas cordas.


No 3º acto há uma placa giratória que ocupa todo o palco na horizontal, onde está o Wotan. Esta passa a vertical, como aconteceu na Valquíria e é à roda dela que se desenvolve as acção, acabando a Brünhilde e o Siegfried a lançarem-se sobre um colchão velho, que tinha servido para recolher os heróis mortos na ópera anterior, uma opção cénica que resulta ridícula.




Esta foi a menos interessante das 3 óperas do Anel até agora. O maestro Antonio Pappano foi, mais uma vez, brilhante, mas a Orquestra voltou a não estar perfeita, com algumas falhas nos metais.



O Stefan Vinke (Siegfried) começou menos bem, a voz não é atraente nem bonita e a emissão algo irregular. Mas foi em crescendo e no 3º acto até se aguentou muito bem ao contrário do que pensei.



O melhor da noite foi o Gerhard Siegel como Mime, fantástico quer na prestação vocal como cénica. Foi o anão malandro e oportunista perfeito.


O John Lundgren (Viajante, Wotan) repetiu uma grande interpretação, como tinha feito na ópera anterior.



O Alberich de Johannes Martin Kränzle também voltou a oferecer-nos uma representação de elevado nível, como tinha acontecido no Ouro do Reno.



Brindley Sherratt (Fafner) e Wiebke Lehmkuhl (Erda), estiveram ao mais alto nível nos seus papéis pequenos.



A Brünhilde da Nina Stemme foi marcante, mas a cantora emitiu algumas notas mais gritadas que cantadas.








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SIEGFRIED, Royal Opera House, October 2018

The production of Keith Warner remains uninteresting. In the 1st act is a plane crashed in the Nibelheim but, despite the depth of the place, is almost whole, only the propeller is separated. It is in this scenario that all the action happens, namely the forging of swords.
In the second act the stage has a huge hole in the middle, the entrance of the cave of Fafner. However, he appears outside of it, including when he takes the form of a dragon. The bird is initially a toy but, when Siegfried understands it, it is the singer (Heather EngeBretsonwho descends suspended by some ropes.
In the 3rd act there is a large horizontal revolving wall, Wotan walking on it. The wall passes to vertical, as it happened in Valkyrie and it is with it that the action unfolds, finishing Brünhilde and Siegfried to throw themselves on an old mattress, that had served to collect the heroes dead in the previous opera.
This was the least interesting of the three operas of the Ring until now.

Maestro Antonio Pappano was, once again, brilliant, but the Orchestra was not perfect, with some failures in the metals.

Stefan Vinke (Siegfried) started less well, his voice is neither attractive nor beautiful and the emission irregular. But he was growing and in the 3rd act he was very well, contrary to what I expected.

The best of the night was Gerhard Siegel as Mime, fantastic either on vocal performance and on stage. He was the trickster and perfect opportunist dwarf.

John Lundgren (Wanderer, Wotan) repeated a great interpretation, as he had made in the previous opera.

Johannes Martin Kränzle’s Alberich also offered us again a performance of high level, as had happened in the Das Rheingold.

Brindley Sherratt (Fafner) and Wiebke Lehmkuhl (Erda), were at the top level in their small roles.

Nina Stemme's Brünhilde was remarkable, but the singer issued some more shouted notes than sung.

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