A Tosca, opera de G. Puccini, esteve em cena na English
National Opera em Dezembro. A encenação de Catherine Malfitano é clássica e muito vistosa. Se no primeiro
acto, passado na igreja de Sant’Andrea
della Valle, e no segundo, nos aposentos de Scarpia no Palazzo Farneze, os cenários são convencionais, no terceiro, no Castel Sant’Angelo o palco é original,
redondo, vendo-se ao fundo o céu, reforçando a sensação de aprisionamento.
A direcção
musical foi excelente e esteve a cargo do maestro Martin Fitzpatrik. Os cantores solistas foram todos de grande
qualidade.
O soprano
americano Keri Alkema foi uma Tosca
de voz potente e sempre bem colocada e afinada. Em palco faltou-lhe um pouco a
demonstração da paixão pelo Cavaradossi.
Craig Colclough, barítono norte-americano, foi um Scarpia com uma
excelente interpretações cénica, malévolo como se espera. O cantor tem uma voz
respeitável embora com um timbre algo nasalado.
O pintor Mário
Cavaradossi foi interpretado pelo tenor galês Gwyn Huges Jones. Foi uma interpretação superior, timbre belíssimo,
voz sempre sobre a orquestra e de grande expressividade. Cenicamente esteve
bem, mas também lhe faltou maior paixão no relacionamento com a Tosca.
Os papéis
secundários foram interpretados por cantores menos impressionantes mas, ainda
assim, bons. Andri Björn Róbertsson
como Cesar Angelotti, Adrian Powter
como o sacristão, Scott Davies como
Spoletta, Graeme Danby como
Sciarrone e Alessandro MacKinnon
como o jovem pastor.
Uma Tosca de
grande qualidade na ENO, que minorou o facto de ter sido cantada em inglês.
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TOSCA, English National Opera, December 2016
Tosca, G.
Puccini's opera, was on stage at the English
National Opera in December. The production of Catherine Malfitano is classic and very showy. If in the first act,
in the church of Sant'Andrea della Valle,
and in the second, in the room of Scarpia in Palazzo Farneze, the scenarios are conventional, but in the third,
in the Castel Sant'Angelo the stage
is original, round, with the sky in the background, reinforcing the feeling of
imprisonment.
The musical
direction by maestro Martin Fitzpatrik
was excellent. The soloist singers were all of great quality.
American
soprano Keri Alkema was a Tosca with
a powerful voice always well heard and tuned. On stage she lacked the
demonstration of passion for Cavaradossi.
Craig Colclough, American baritone, was a Scarpia with an
excellent scenic performance, malevolent as expected. The singer has a
respectable voice although with a somewhat nasal tone.
The painter
Mario Cavaradossi was interpreted by the Welsh tenor Gwyn Huges Jones. It was a superior performance, the voice has a beautiful
timbre, always over the orchestra and of great expressiveness. On stage he was
well, but also lacked more passion by Tosca.
The
supporting roles were played by less impressive but still acceptable singers. Andri Björn Róbertsson as Cesar
Angelotti, Adrian Powter as the sacristan,
Scott Davies as Spoletta, Graeme Danby as Sciarrone and Alessandro MacKinnon as the boy
shepherd.
A Tosca of
great quality in the ENO, that reduced the disadvantage of being sung in
English.
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É raro ler críticas negativas à ENO. Não sendo de primeira linha, costuma apresentar produções no mínimo decentes. Já não é mau. Pena a língua inglesa, mas compreende-se, torna-se mais acessível ao público.
ResponderEliminarJá vi que vai ver a Anna Bolena. Eu vou a seguir, na terça. Uma boa récita, Fanático_Um, que a Mosuc esteja nos melhores dias e não "grite"...