(review in English below)
A Manon de J. Massenet esteve em cena na Staatsoper
de Viena em Novembro de 2016. A
encenação de Andrei Serban é
convencional e está bem conseguida. O primeiro quadro passa-se numa estação de
comboios, o segundo nas águas furtadas do apartamento de Paris onde o casal
Manon, Des Grieux vive, o terceiro, muito vistoso, no Moulin Rouge. O quarto,
em Saint Sulpice é talvez o menos conseguido, dominado por uns sofás. No quinto
a sala de jogo está ampliada por um enorme espelho atrás e o último decorre com
o palco totalmente desprovido de qualquer elemento cénico.
A maestro Frédéric Chaslin foi responsável por
uma excelente direcção da Orquestra e Coro da Ópera de Viena.
A Manon Lescaut
foi interpretada pela soprano alemã Marlis
Petersen. Começou de forma agreste e muito pouco harmoniosa, mas foi
melhorando e, na cena final, esteve muito bem. No início não conseguiu transmitir
a ingenuidade que o papel exige, mas a ambição e exuberância nos quadros
seguintes foram conseguidas. Ouviu-se sempre bem e teve uma óptima presença em
palco.
O tenor francês Jean-François Borras foi um Chevalier
Des Grieux vocalmente muito expressivo. A voz tem um timbre muito bonito e o
cantou usa-a na perfeição, fazendo-se sempre ouvir sobre a orquestra. Em palco
esteve bem. Justamente, foi o mais aplaudido pelo conhecedor público vienense.
O Conde Des
Grieux foi interpretado pelo baixo romeno Dan
Paul Dumitrescu que também teve uma notável prestação vocal, firme e
autoritária. Adrian Eröd, barítono
austríaco, foi um Lescaut discreto tanto na forma como cantou como na
representação cénica. Guillot de Morfontaine foi o tenor austríaco Alexander Kaimbacher que também nos
ofereceu uma interpretação correcta mas sem relevo.
Já o Brétigny do
barítono austríaco Clemens Unterreiner
foi um intérprete de grande qualidade, com voz
poderosa, bem projectada e sempre afinada. As meninas Lydia Rathkolb (Poussette), Arina Holecek (Javotte) e Zoraya Kushpler (Rosette) completaram o
elenco de cantores solistas com uma qualidade acima da média.
No final, mais
uma vez, os cantores vieram agradecer à frente da cortina vermelha, o que
impede a obtenção de fotografias capazes.
Confesso que,
apesar de ter sido um espectáculo de grande qualidade, nunca consegui deixar de
me lembrar da récita que vi com Anna Netebko e Vittorio Grigolo, a minha
referencia na interpretação desta ópera.
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MANON,
Wiener Staatsoper, November 2016
Manon by J.
Massenet was on stage at the Vienna
Staatsoper in November 2016. Andrei
Serban's production is conventional and correct. The first scene is in a
train station, the second in the Paris apartment where the couple Manon and Des
Grieux live, the third, very showy, in the Moulin Rouge. The scene in Saint
Sulpice is perhaps the least interesting, dominated by two sofas. In the fifth scene
the game room is enlarged by a huge mirror behind, and the last scene runs with
the stage totally devoid of any scenic element.
Maestro Frédéric Chaslin was responsible for an
excellent direction of the Vienna Opera Orchestra and Choir.
Manon
Lescaut was performed by the German soprano Marlis Petersen. She started out wildly and very little harmonious,
but she improved and, in the final scene, she was very well. At first she
failed to convey the naivety the role demands, but the ambition and exuberance
in the following scenes were achieved. Shee could always be well heard and had
a great stage presence.
French
tenor Jean-François Borras was a
vocally expressive Chevalier Des Grieux. The voice has a very beautiful timbre
and the singer used it to perfection, being always heard above the orchestra.
On stage he was ok. He was the most applauded by the connoisseur Viennese
public.
Count Des
Grieux was interpreted by Romanian bass Dan
Paul Dumitrescu who also had a remarkable vocal performance, firm and
authoritarian. Adrian Eröd, an
Austrian baritone, was a discreet Lescaut both in the form he sang and in the
scenic representation. Guillot de Morfontaine was Austrian tenor Alexander Kaimbacher who also offered
us a correct interpretation but without exciting.
Brétigny of
the Austrian baritone Clemens
Unterreiner was an interpretation of great quality, with powerful voice,
well projected and always in tune. The girls Lydia Rathkolb (Poussette), Arina
Holecek (Javotte) and Zoraya
Kushpler (Rosette) completed the cast of solo singers with above-average
quality.
In the end,
again, the singers came to thank in front of the red curtain, which prevents
the obtention of capable photographs.
I confess
that, despite being a great performance, I have been always remembering the
performance I saw with Anna Netebko and Vittorio Grigolo, my reference for the
this opera.
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