terça-feira, 31 de janeiro de 2017

MANON, Wiener Staatsoper, Novembro / November 2016

(review in English below)

A Manon de J. Massenet esteve em cena na Staatsoper de Viena em Novembro de 2016. A encenação de Andrei Serban é convencional e está bem conseguida. O primeiro quadro passa-se numa estação de comboios, o segundo nas águas furtadas do apartamento de Paris onde o casal Manon, Des Grieux vive, o terceiro, muito vistoso, no Moulin Rouge. O quarto, em Saint Sulpice é talvez o menos conseguido, dominado por uns sofás. No quinto a sala de jogo está ampliada por um enorme espelho atrás e o último decorre com o palco totalmente desprovido de qualquer elemento cénico.

A maestro Frédéric Chaslin foi responsável por uma excelente direcção da Orquestra e Coro da Ópera de Viena.

A Manon Lescaut foi interpretada pela soprano alemã Marlis Petersen. Começou de forma agreste e muito pouco harmoniosa, mas foi melhorando e, na cena final, esteve muito bem. No início não conseguiu transmitir a ingenuidade que o papel exige, mas a ambição e exuberância nos quadros seguintes foram conseguidas. Ouviu-se sempre bem e teve uma óptima presença em palco.



O tenor francês Jean-François Borras foi um Chevalier Des Grieux vocalmente muito expressivo. A voz tem um timbre muito bonito e o cantou usa-a na perfeição, fazendo-se sempre ouvir sobre a orquestra. Em palco esteve bem. Justamente, foi o mais aplaudido pelo conhecedor público vienense.





O Conde Des Grieux foi interpretado pelo baixo romeno Dan Paul Dumitrescu que também teve uma notável prestação vocal, firme e autoritária. Adrian Eröd, barítono austríaco, foi um Lescaut discreto tanto na forma como cantou como na representação cénica. Guillot de Morfontaine foi o tenor austríaco Alexander Kaimbacher que também nos ofereceu uma interpretação correcta mas sem relevo.

Já o Brétigny do barítono austríaco Clemens Unterreiner foi um intérprete de grande qualidade, com voz  poderosa, bem projectada e sempre afinada. As meninas Lydia Rathkolb (Poussette), Arina Holecek (Javotte) e Zoraya Kushpler (Rosette) completaram o elenco de cantores solistas com uma qualidade acima da média.

No final, mais uma vez, os cantores vieram agradecer à frente da cortina vermelha, o que impede a obtenção de fotografias capazes.

Confesso que, apesar de ter sido um espectáculo de grande qualidade, nunca consegui deixar de me lembrar da récita que vi com Anna Netebko e Vittorio Grigolo, a minha referencia na interpretação desta ópera.




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MANON, Wiener Staatsoper, November 2016

Manon by J. Massenet was on stage at the Vienna Staatsoper in November 2016. Andrei Serban's production is conventional and correct. The first scene is in a train station, the second in the Paris apartment where the couple Manon and Des Grieux live, the third, very showy, in the Moulin Rouge. The scene in Saint Sulpice is perhaps the least interesting, dominated by two sofas. In the fifth scene the game room is enlarged by a huge mirror behind, and the last scene runs with the stage totally devoid of any scenic element.

Maestro Frédéric Chaslin was responsible for an excellent direction of the Vienna Opera Orchestra and Choir.

Manon Lescaut was performed by the German soprano Marlis Petersen. She started out wildly and very little harmonious, but she improved and, in the final scene, she was very well. At first she failed to convey the naivety the role demands, but the ambition and exuberance in the following scenes were achieved. Shee could always be well heard and had a great stage presence.

French tenor Jean-François Borras was a vocally expressive Chevalier Des Grieux. The voice has a very beautiful timbre and the singer used it to perfection, being always heard above the orchestra. On stage he was ok. He was the most applauded by the connoisseur Viennese public.

Count Des Grieux was interpreted by Romanian bass Dan Paul Dumitrescu who also had a remarkable vocal performance, firm and authoritarian. Adrian Eröd, an Austrian baritone, was a discreet Lescaut both in the form he sang and in the scenic representation. Guillot de Morfontaine was Austrian tenor Alexander Kaimbacher who also offered us a correct interpretation but without exciting.

Brétigny of the Austrian baritone Clemens Unterreiner was an interpretation of great quality, with powerful voice, well projected and always in tune. The girls Lydia Rathkolb (Poussette), Arina Holecek (Javotte) and Zoraya Kushpler (Rosette) completed the cast of solo singers with above-average quality.

In the end, again, the singers came to thank in front of the red curtain, which prevents the obtention of capable photographs.

I confess that, despite being a great performance, I have been always remembering the performance I saw with Anna Netebko and Vittorio Grigolo, my reference for the this opera.


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