A opera - oratória de Igor
Stravinski com libretto de Jean
Cocteau / Abade Jean Daniélou esteve em cena no Teatro de São Carlos numa encenação de Ricardo Pais, com Cenografia e Figurinos de António Lagarto e Desenho
de Luz de Rui Pedro Simão.
Transcrevo o texto introdutório publicado pelo Teatro de São Carlos:
“Stravinski compôs a
ópera-oratória Oedipus Rex para celebrar os
20 anos de atividade artística de Diaghilev. O texto, escreveu-o Jean Cocteau,
confiando-o posteriormente ao seu amigo e abade Jean Daniélou, que o reverteu
para latim. Estreada em 1927 no Teatro Sarah Bernhardt, e não sendo uma das
obras mais conhecidas de Stravinski, contudo uma das mais importantes, Oedipus Rex alicerça-se numa simplicidade sonora
onde os intervenientes da tragédia de Sófocles se movem quase hipnoticamente,
dando a impressão de estátuas vivas tal como pretendido pelo compositor. A
natureza ritualística do drama é enunciada pelo speaker, assumindo-se
o coro como um dos atores que comenta segundo os cânones da tragédia grega as
contrariedades do jovem Édipo que, ao desvendar o enigma da temível esfinge às
portas de Tebas, viria a transformar-se no mais humano e pungente dos mitos”.
Confesso que não conhecia a obra e não fiz o “trabalho de casa”, pelo que
fui confrontado com o espectáculo sem me ter preparado previamente. E foi uma
agradável surpresa. A produção apresentada no São Carlos é visualmente muito
interessante. A simplicidade reinou e o resultado final foi bom.
A direcção musical de Leo Hussain teve alguns desacertos, sobretudo
no início. Os solistas estiveram muito bem, ao nível do que seria
desejável ouvir-se sempre no nosso teatro nacional de ópera.
Um bom espectáculo em São Carlos.
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