sábado, 12 de julho de 2014

DON GIOVANNI, Deutsche Oper, Berlin, Abril de 2014

(Fotografias de Marcus Lieberenz / Photos by Marcus Lieberenz)
(review in english below)

Don Giovanni, de W A Mozart, na encenação de Roland Schwab, esteve em cena na Deutsche Oper de Berlim. A direcção musical esteve a cargo de Friedemann Layer. O wagner_fanatic assistiu e descreve assim:

Acho que nunca vi encenação mais peculiar do Don Giovanni (a mais ridícula que tinha visto foi a de Zurique no ano passado mas acho que esta a bate).

Nem consigo bem descrever tudo mas no geral temos uma encenação altamente preenchida com metáforas que sinceramente não compreendi todas e quando vemos alguma coisa que até parece inteligente (ex mimetizar a ultima ceia na ultima cena da opera, dado que até assim o é para o Don), rapidamente aparecem coisas que ridiculas é ser amigo. Há muitas alusões ao golfe, o comendador é morto à paulada por homens com tacos de golfe, existem várias alusões sexuais que é melhor não entrar em pormenores..., na festa do final da primeira parte surge Cristo a andar de bicicleta de manutenção (?!), na cena do cemitério aparecem uns ratos que quando o comendador diz que vai jantar, começam a dançar aquela coreografia em que se passa as mãos em frente aos joelhos dando a aparência que estes se trocam em movimento, enfim... São tantas coisas que merece ser visto mas ir preparado para muita coisa deste género. Eu já sabia que a encenação era meio marada mas não esperava tanto :)



Os cantores: Adam Plachetka (Don Giovanni) é um Mozartiano para os próximos anos. Tem uma naturalidade intrínseca que faz com que tudo o que faça em palco seja credível. Literalmente todas as expressões, toda a linguagem corporal tem ligação com o que está a recitar ou cantar. A sensação que passa é que está simplesmente a ser ele próprio mas, em cada papel que faz. Já há muito que um cantor não me surpreendia tanto. E a voz é perfeita!

Matthew Rose fez um Leporello cómico e foi em crescendo ganhando a minha aceitação. Mas não me apaixonou completamente. Joel Prieto foi Don Ottavio e Steh Carico o Masetto.

As mulheres bem mas com a Dona Elvira (Jana Kurucová) a gritar nos agudos da primeira área, redimindo-se no restante; a Zerlina (Martina Welschenbach) a faltar-lhe mais doçura no timbre e no batti batti o bel Masetto a descoordenar-se com o pace da orquestra; a Donna Anna (Burcu Uyar) bem mas sem grande expressão facial. O comendador (Albert Pesendorfer) como se espera em voz cavernosa.
A Orquestra cumpriu mas às vezes senti faltar a melosidade mozartiana e nos primeiros acordes não prologou o graves, algo que ajuda a dar o sentido de medo.









DON GIOVANNI, Deutsche Oper, Berlin, April 2014

Don Giovanni by WA Mozart in the staging of Roland Schwab was on the scene at the Deutsche Oper Berlin. The musical direction was by Friedemann Layer. Wagner_fanatic saw it and reported as follows:

I have never seen a more peculiar staging of Don Giovanni (the most ridiculous I had seen before was the Zurich production last year but I think this hits it) .
I can not describe everything well but overall we have a scenario highly filled with metaphors that frankly I did not understand all and when we see something that even looks smart (ex mimic the Last Supper in the last scene of the opera, as until it is so to the Don Giovanni), quickly all appear ridiculous, to say the least. There are many allusions to golf, the Comendatore is killed with sticks by men with golf clubs, there are several allusions to sex (it is better not to go into details)... on the party of the final of the first part Christ appears cycling for maintenance ( ! ), in the cemetery scene, when the comendatore says he will go dinner, rats start to dance a tricky choreography, anyway ... there are so many things worth seeing but one has to go prepared for a lot of this kind of things. I knew that the staging was mad, but did not expect so much :)

Concerning the singers: Adam Plachetka ( Don Giovanni ) is a Mozartian singer for years to come. He has an intrinsic naturalness that makes everything on stage credible. Literally all the keywords, the whole body language, are connected with what he is singing. The feeling is that he is simply being himself but he is like that in every role he does. Since long ago that a singer did not surprise me that much. And the voice is perfect !

Matthew Rose was a humorous Leporello and was growing in his performance,  gaining my acceptance. But he did not impressed me completely. Joel Prieto was Don Ottavio and Steh Carico was Masetto.

The women were well but with the Dona Elvira (Jana Kurucová) screaming in top register in the first area, yhough redeeming afterwords; Zerlina (Martina Welschenbach) missed more sweetness in timbre and in batti batti bel Masetto and loosing the pace of the orchestra ; Donna Anna (Burcu Uyar) was well but without much facial expression. The Commendatore (Albert Pesendorfer) had a hollow voice, as expected.


The orchestra was ok but sometimes missed Mozartian sweetness and in the first notes did not prolongued the bottom notes, something that helps to give a sense of fear.

Sem comentários:

Enviar um comentário