(review in English below)
A opera de Jaques Offenbach Os Contos de Hoffmann esteve em cena na Ópera de Viena, numa
encenação fantástica de Andrei Serban.
Foi criado um
ambiente surrealista. No primeiro acto, a oficina do inventor Spalanzani tem
várias estruturas verticais transparentes, uma com um grande esqueleto com
óculos, outra com diversas cabeças e, na central, está a boneca Olympia. Há
vários olhos em diversos locais do palco e muitas máquinas estranhas. Os
efeitos visuais são magníficos. O que não gostei foi do desempenho físico da
Peretyatco como Olympia porque é muito mais humana nos movimentos que faz do
que o boneco que representa.
No 2º acto, a
casa de Antonia é dominada por um enorme piano em toda a profundidade do palco,
onde se perde o final da cauda. No 3º acto é criado um ambiente nocturno cheio
de estrelas e com lua cheia, de belo efeito visual, e as gôndolas são
sofisticadas e longas, forradas de almofadas vermelhas a condizer com as
cortesãs. Uma encenação fabulosa, de grande impacto visual e muito apropriada à
história da ópera.
A superior
direcção musical foi do maestro Frédéric
Chaslin. Orquestra muito bem e Coro fantástico.
Os cantores
solistas foram todos óptimos. O tenor Dmitry
Korchak fez um Hoffmann correcto. Tem uma voz bem audível e de timbre
agradável.
A mezzo Gaëlle Arquez foi a melhor da noite. A
voz é magnífica na forma, emissão e expressão. Interpretou a Musa / Nicklausse.
O experiente barítono Luca Pisaroni
interpretou com classe e de forma convincente as personagens malvadas da ópera,
Lindorf, Coppélius, Miracle e Dapertutto. O tenor Michael Laurenz também deixou boa impressão na interpretação
correcta de Andrès, Cochenille, Frantz e Pitichinaccio.
Deixei para o fim
a soprano Olga Peretyatko, que nunca
gostei de ouvir anteriormente. Pois hoje foi diferente. A voz esteve sempre
afinada, bem colocada, bem audível e, como Antonia, foi emotiva. Só não gostei
nada da forma como interpretou a Olympia, porque pouco se pareceu com um
autómato.
Os restantes
cantores secundários foram todos de qualidade adequada ao espectáculo, excepto
Igor Onishchenko que mal se ouviu como Spalanzani.
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LES CONTES
D'HOFFMANN, Wiener Staatsoper, September 2019
Jaques Offenbach's opera Les
Contes D’Hoffmann was on the scene at the Vienna State Opera, in a fantastic production by Andrei Serban.
A
surrealist atmosphere has been created. In the first act, the inventor
Spalanzani's workshop has several transparent vertical structures, one with a
large skeleton with glasses, another with several heads, and in the center is one
with the doll Olympia. There are lots of eyes in various places on the stage
and several weird machines. The visual effects are magnificent. What I didn't
like was Peretyatco's performance as Olympia because she's so much more human
in the movements she makes than the doll she represents.
In the
second act, Antonia's house is dominated by a huge piano across the depth of
the stage, where the tail end is lost. Act 3 creates a star-studded, full-moon
night environment of beautiful visual effect, and the gondolas are
sophisticated and long, lined with red cushions to match the courtesans. A
fabulous production, of great visual impact and very appropriate to the history
of opera.
The
superior musical direction was by conductor Frédéric Chaslin. The orchestra was very good and the choir fantastic.
The soloist singers were all great. Tenor Dmitry
Korchak made a correct Hoffmann. He has a very audible voice and a pleasant
tone.
Mezzo Gaëlle Arquez was the best of the
night. The voice is magnificent in form, emission and expression. She
interpreted the Muse / Nicklausse. The experienced baritone Luca Pisaroni has classically and
convincingly interpreted the wicked opera characters Lindorf, Coppélius,
Miracle and Dapertutto. Tenor Michael
Laurenz also made a good impression on the correct interpretation of
Andrès, Cochenille, Frantz and Pitichinaccio.
Finally
soprano Olga Peretyatko, which I never
liked to hear before. But today was different. The voice was always tuned, well
projected, very audible and, as Antonia, was emotional. I just didn't like the
way she played Olympia at all, because she hardly looked like an automaton.
The rest of
the supporting singers were all of a quality suitable for the performance,
except Igor Onishchenko who was barely heard as Spalanzani.
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