(review in English below)
O
que se passou hoje aqui na Royal Opera House, Covent Garden, é indescritível
(!!!) mas eu vou tentar: esta foi decididamente a MAIOR noite wagneriana da
minha vida em Covent Garden e em qualquer outro lugar até ao momento! E acho
que não peco se a considerar a melhor noite de Ópera da minha vida! A
perfeição operática é rara mas existe e aflora-se em grande plano na nossa casa
mãe, a ROH!
Tenho
de realçar fortissimamente a jovem que substituiu a Opolais - Jennifer Davis - porque é a que de
todos ainda não tem estatuto - é “um anjo na terra”, é a Elsa perfeita! Todos
os outros estiveram acima do estatuto wagneriano que já tem!
A
direção de Andris Nelsons é
absolutamente genial - tudo o que saiu deste fosso foi estratosfericamente
brutal - o prelúdio: celestial, a alteração de pace que faz nas áreas de maior importância dramática e para
realçar a beleza da linha melódica, por exemplo, no 2º acto, no final do dueto
da Elsa e Ortrud! Mas não só... o final do 2º acto foi avassalador. E quando a
orquestra se cala em “unisilêncio” e se houve só o órgão, sem um único pio do
público, foi de arrepiar!!! É incomparável o sentido dramático que este homem
tem! Surreal! E de pensar que deixou a produção do Parsifal em Bayreuth porque
o Thielemann não o deixava fazer as coisas como ele queria...
Na
encenação está lá tudo, embora deslocada temporalmente. Na sua fidelidade ao
texto e concepção, cor e dinâmica, reside a sua perfeição!
O Klaus Florian Vogt, o melhor
papel que faz e que se adapta à sua maneira de cantar “menino de coro” é o
Lohengrin. Gostei muito dele. Já o tinha ouvido no papel mas hoje, neste
conjunto global perfeito, foi ainda mais fantástico.
O Thomas J. Mayer teve um ataque
de tosse alérgica durante um dos períodos que estava em palco mas sempre que
cantou esteve genial. Antes do 2º acto veio um da ROH pedir desculpas em nome
dele mas que ia continuar em palco. E esteve perfeito! “Desculpas” só por ter
cantado e interpretado tão bem que quase me dava um enfarte :)
A Christine Goerke foi uma Ortrud cínica e também com excelente desempenho vocal.
Isto
é um Lohengrin que vai ficar na História da Royal Opera House e na
História da Ópera para sempre! E cravado nas minhas memórias e no meu coração
além da vida!
Texto de wagner_fanatic
LOHENGRIN,
Royal Opera House, London, June 2018
What
happened today at the Royal Opera House,
Covent Garden, is indescribable (!!!) but I'll try to describe: this was
decidedly the GREATEST Wagnerian night of my life in Covent Garden and anywhere
else so far! And I think I do not fail if I consider it the best opera night of
my life! The operatic perfection is rare but it exists and comes out in great
detail in our mother house, the ROH!
I must
emphasize very strongly the young lady who replaced Opolais - Jennifer Davis - because she is the one
that does not yet have status – she is "an angel on earth", the
perfect Elsa! All others were above the Wagnerian status they already have!
The musical
direction of Andris Nelsons is
absolutely brilliant - everything that came out of this pit was brutal - the
celestial prelude, the alteration of pace that makes in the areas of greater
dramatic importance and to enhance the beauty of the melodic line, for example,
in the 2nd act, at the end of the duet of Elsa and Ortrud! But not only ... the
end of the 2nd act was overwhelming. And when the orchestra is silent and if
there was only the organ, without a single sound from the audience, it was a
shiver!!! It is incomparable the dramatic sense that this man has! Surreal! And
to think that he left the production of Parsifal in Bayreuth because Thielemann
would not let him do things as he wanted...
In the
staging is everything there, although temporarily displaced. In its fidelity to
the text and conception, color and dynamics, lies its perfection!
Klaus Florian Vogt, the best role he plays is Lohengrin that
adapts to his way of singing as a "chorus boy". I really liked him. I
had heard him on the role but today, in this perfect global set, he was even
more fantastic.
Thomas J. Mayer had an attack of allergic cough during one of
the periods he was on stage but every time he sang he was great. Before the 2nd
act came someone from ROH to apologize in his name but he was going to continue
on stage. And he was perfect! "Excuses" just for having sung and
interpreted so well that I almost had a heart attack :)
Christine Goerke was a cynical Ortrud and also with excellent
vocal performance.
This is a Lohengrin that will stay in the History
of the Royal Opera House and in the History of the Opera forever! And stuck in
my memories and in my heart beyond life!
Text by wagner_fanatic
Tive a oportunidade de ver a recita do Lohengrin a 17 de Junho e concordo em absoluto com a sua critica. Principalmente no aspecto musical , a direcção de Andris Nelsons ( Wagneriano de primeira linha, que deslumbrou Bayreuth ) e as forças orquestrais e coro da ROH. Memorável. Imperdível.
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