(text in English below)
A bonita
encenação de Franco Zeffirelli de La Bohème de G. Puccini, embora já um pouco datada, continua em cena na
Metropolitan Opera e é sempre aplaudida pelo público. Já foi várias vezes comentada
neste blogue, pelo que não o vou fazer de novo.
O Maestro Marco Armiliato dirigiu a magnífica Orquestra da Metropolitan Opera sem se
preocupar com os cantores, o que vem sendo um (mau) hábito nas suas
participações.
A soprano búlgara
Sonya Yoncheva fez uma Mimi
vocalmente irrepreensível. É um soprano lírico impressionante, de timbre
bonito, não grita e interpreta com igual qualidade todos os registos vocais.
Esteve particularmente bem no primeiro e terceiro actos, onde tem maiores
intervenções. Cenicamente esteve um pouco aquém do desejável, sobretudo no último
acto.
O Rodolfo foi
interpretado pelo tenor norte-americano Michael
Fabiano. A voz é volumosa, lírica e bem colocada, mas a emissão é
irregular, alternando períodos de excelência com outros de menor qualidade.
Também ele não esteve a nível superior na interpretação cénica, que cumpriu sem
deslumbrar.
O Marcello do
barítono norte-americano Lucas Meachem
foi regular na interpretação cénica e vocal. Esteve bem, mas já assisti a
interpretações muito superiores.
A mezzo
norte-americana Susanna Phillips fez
uma Musetta divertida e muito expressiva. Interpretação cénica agradável e
vocalmente esteve aceitável. A encenação ajuda muito.
Nas
interpretações secundárias o Schaunard do barítono russo Alexey Lavrov cumpriu sem deslumbrar, o Benoit (e o Alcindoro) do
baixo norte-americano Paul Plishka
foi regular e o Colline do baixo inglês Matthew
Rose foi correcto mas não empolgante.
Um bom
espectáculo, sobretudo à custa da encenação e da interpretação da Sonya
Yoncheva.
****
LA BOHÈME,
METropolitan Opera, February 2018
Franco Zeffirelli's fine staging of La Bohème by G. Puccini
remains on stage at the Metropolitan Opera and is always applauded by the
public. It has been commented on this blog several times before, so I will not
do it again.
Maestro Marco Armiliato directed the
magnificent Orchestra of the Metropolitan Opera without worrying about the
singers, which has been a (bad) habit in his recent directions.
Bulgarian
soprano Sonya Yoncheva made a vocally
irreproachable Mimi. She is an impressive lyric soprano, of beautiful timbre,
does not shout and interprets with equal quality all vocal records. She was
particularly well in the first and third acts, where she has major
interventions. On stage she was a little below the desirable, especially in the
last act.
Rodolfo was
played by American tenor Michael Fabiano.
The voice is voluminous, and lyrical, but the emission is irregular,
alternating periods of excellence with others of lower quality. Also he was not
at the higher level in the scenic interpretation, which he fulfilled without
dazzling.
Marcello of
the American baritone Lucas Meachem
was regular in the scenic and vocal interpretation. He was good, but I've seen
much better performances.
American
mezzo Susanna Phillips was a fun and
very expressive Musetta. She was vocally acceptable and the stage performance was
fine. Zeffirelli’s staging helps a lot.
In supporting
roles Schaunard of Russian baritone Alexey
Lavrov was ok, Benoit (and Alcindoro) of Paul Plishka was regular and Colline of English bass Matthew Rose was correct but not
exciting.
A good
performance, especially at the expense of the staging and the performance of
Sonya Yoncheva.
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