terça-feira, 10 de janeiro de 2017

LA CENERENTOLA, Wiener Staatsoper, Novembro / November 2016

(review in English below)

La Cenerentola, de G. Rossini, esteve em cena na Ópera Estatal de Viena em Novembro de 2016, numa produção de Sven-Eric Bechtolf.

A encenação é vistosa e colorida. A acção foi trazida para meados da década passada, para um país imaginário mas próximo da Itália. A bandeira tem as cores italianas mas também uma foice e um escorpião. O início passa-se na casa de Don Magnifico e suas 3 filhas, que mais parece um cabeleireiro da época. Don Ramiro aparece como o motorista do Dandini, um cantor pop. A acção passa depois para um stand de automóveis de luxo da época, com o escritório no primeiro andar, onde está uma fotografia do defunto rei. Tudo decorre entre estes dois cenários e, no final, quando Don Ramiro casa com Angelina, a fotografia de ambos é colocada em substituição da outra. Não sendo uma encenação particularmente cómica, vê-se com agrado.



A direcção musical, sem grande espectacularidade, foi da maestrina  Speranza Scappucci. A Orquestra e Coro da ópera de Viena estiveram ao mais alto nível.



Don Ramiro foi interpretado pelo tenor russo Maxim Mironov. Tem um timbre bonito mas a voz é pequena e, por vezes, foi abafada pela orquestra. O cantor é novo, alto, magro e muito ágil, o que ajudou a sua prestação cénica.



Elena Maximova, mezzo russo, fez uma Angelina de voz muito escura, potente, e sempre bem colocada. Na coloratura poderia ter sido melhor mas ainda assim esteve muito bem, ajudada pela sua figura jovem, ágil e muito elegante.



Don Magnifico foi muito bem interpretado pelo barítono italiano Renato Girolami.



Também outro barítono italiano, Alessio Arduini, esteve em grande forma na interpretação do Dandini. O cantor é jovem, tem uma voz bonita e bem audível e em cena esteve sempre bem.



A melhor interpretação vocal da noite foi, para mim, do baixo italiano Michele Pertusi, como Alidoro. Alia um belo timbre a uma potência e afinação irrepreensíveis, o que tornou todas as suas intervenções excelentes.



Também bem estiveram os sopranos Eri Nakamura como Clorinda  e Catherine Trottmann como Tisbe.







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LA CENERENTOLA, Wiener Staatsoper, November 2016

La Cenerentola by G. Rossini was on stage at the Vienna State Opera in November 2016 in a production by Sven-Eric Bechtolf.

The staging is colorful and pleasant. The action was brought into the middle of the last century, to an imaginary country close to Italy. The flag has the Italian colors but also a scythe and a scorpion. The beginning happens in the house of Don Magnifico and his 3 daughters, that more looks like a hairdresser of the time. Don Ramiro appears as the driver of Dandini, a pop singer. The action then moves to a luxury car booth, with the office on the first floor, where is a photograph of the deceased king. Everything happens between these two scenarios and, at the end, when Don Ramiro marries Angelina, the photograph of both is placed instead of the other. Not being a particularly comic staging, it was pleasant.

The musical direction, without being spectacular, was of Speranza Scappucci. The Vienna Opera Orchestra and Choir were at the highest level.

Don Ramiro was sung by the Russian tenor Maxim Mironov. He has a nice timbre but the voice is small and sometimes it was muffled by the orchestra. The singer is young, tall, slim and very agile, which helped his scenic performance.

Elena Maximova, Russian mezzo, was an Angelina of very dark, powerful, and always well tuned voice. In the coloratura she could have been better but still she was very well, helped by her young, agile and very elegant figure.

Don Magnifico was very well interpreted by the Italian baritone Renato Girolami.

Also another Italian baritone, Alessio Arduini, offered a great interpretation of Dandini. The singer is young, has a beautiful voice and is well audible and on stage was always good.

The best vocal interpretation of the night was, for me, Italian bass Michele Pertusi, as Alidoro. He combines a beautiful tone with impeccable power and tuning, which made all his interventions excellent.

Also well were Sopranos Eri Nakamura as Clorinda and Catherine Trottmann as Tisbe.


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