(review in English below)
La Cenerentola, de G.
Rossini, esteve em cena na Ópera
Estatal de Viena em Novembro de 2016, numa produção de Sven-Eric Bechtolf.
A encenação é
vistosa e colorida. A acção foi trazida para meados da década passada, para um
país imaginário mas próximo da Itália. A bandeira tem as cores italianas mas
também uma foice e um escorpião. O início passa-se na casa de Don Magnifico e
suas 3 filhas, que mais parece um cabeleireiro da época. Don Ramiro aparece
como o motorista do Dandini, um cantor pop. A acção passa depois para um stand
de automóveis de luxo da época, com o escritório no primeiro andar, onde está
uma fotografia do defunto rei. Tudo decorre entre estes dois cenários e, no
final, quando Don Ramiro casa com Angelina, a fotografia de ambos é colocada em
substituição da outra. Não sendo uma encenação particularmente cómica, vê-se
com agrado.
A direcção
musical, sem grande espectacularidade, foi da maestrina Speranza
Scappucci. A Orquestra e Coro da ópera de Viena estiveram ao mais alto
nível.
Don Ramiro foi
interpretado pelo tenor russo Maxim
Mironov. Tem um timbre bonito mas a voz é pequena e, por vezes, foi abafada
pela orquestra. O cantor é novo, alto, magro e muito ágil, o que ajudou a sua
prestação cénica.
Elena Maximova, mezzo russo, fez uma Angelina de voz muito
escura, potente, e sempre bem colocada. Na coloratura poderia ter sido melhor
mas ainda assim esteve muito bem, ajudada pela sua figura jovem, ágil e muito
elegante.
Don Magnifico foi
muito bem interpretado pelo barítono italiano Renato Girolami.
Também outro
barítono italiano, Alessio Arduini,
esteve em grande forma na interpretação do Dandini. O cantor é jovem, tem uma
voz bonita e bem audível e em cena esteve sempre bem.
A melhor
interpretação vocal da noite foi, para mim, do baixo italiano Michele Pertusi, como Alidoro. Alia um
belo timbre a uma potência e afinação irrepreensíveis, o que tornou todas as
suas intervenções excelentes.
Também bem
estiveram os sopranos Eri Nakamura
como Clorinda e Catherine Trottmann como Tisbe.
****
LA
CENERENTOLA, Wiener Staatsoper, November 2016
La Cenerentola by G.
Rossini was on stage at the Vienna
State Opera in November 2016 in a production by Sven-Eric Bechtolf.
The staging
is colorful and pleasant. The action was brought into the middle of the last
century, to an imaginary country close to Italy. The flag has the Italian
colors but also a scythe and a scorpion. The beginning happens in the house of
Don Magnifico and his 3 daughters, that more looks like a hairdresser of the
time. Don Ramiro appears as the driver of Dandini, a pop singer. The action
then moves to a luxury car booth, with the office on the first floor, where is
a photograph of the deceased king. Everything happens between these two
scenarios and, at the end, when Don Ramiro marries Angelina, the photograph of
both is placed instead of the other. Not being a particularly comic staging, it
was pleasant.
The musical
direction, without being spectacular, was of Speranza Scappucci. The Vienna Opera Orchestra and Choir were at
the highest level.
Don Ramiro
was sung by the Russian tenor Maxim
Mironov. He has a nice timbre but the voice is small and sometimes it was
muffled by the orchestra. The singer is young, tall, slim and very agile, which
helped his scenic performance.
Elena Maximova, Russian mezzo, was an Angelina of very dark, powerful,
and always well tuned voice. In the coloratura she could have been better but
still she was very well, helped by her young, agile and very elegant figure.
Don
Magnifico was very well interpreted by the Italian baritone Renato Girolami.
Also
another Italian baritone, Alessio
Arduini, offered a great interpretation of Dandini. The singer is young,
has a beautiful voice and is well audible and on stage was always good.
The best
vocal interpretation of the night was, for me, Italian bass Michele Pertusi, as Alidoro. He
combines a beautiful tone with impeccable power and tuning, which made all his
interventions excellent.
Also well
were Sopranos Eri Nakamura as
Clorinda and Catherine Trottmann as
Tisbe.
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