(review in english below)
A opera La Bohème de G. Puccini na encenação de Franco
Zeffirelli é ciclicamente reposta em cena na Metropolitan Opera.
É uma
produção muito clássica mas de muito bom gosto e grande impacto visual. O
primeiro e último actos decorrem num sótão pobre no Quartier latin que está muito bem retratado no centro do palco. O
Segundo acto é de uma exuberância invulgar, com ocupação completa de dois
níveis do palco. O colorido é impressionante, há dezenas de pessoas em palco e
até um burro e um cavalo aparecem. O Café Momus domina o andar inferior. No
terceiro acto, o contraste é total. A Barreira do Inferno, na periferia de
Paris, é um local inóspito, frio, despido e coberto de neve.
É sempre um regalo para os olhos assistir a esta produção.
É sempre um regalo para os olhos assistir a esta produção.
Dirigiu a
orquestra o maestro Riccardo Frizza.
A Mimì do
soprano sul-coreano Hei-Kyung Hong
foi uma grande surpresa. A cantora já não é nova e esteve parada alguns anos.
Mas nesta noite surgiu em grande forma, voz muito bonita e afinada, agudos
excelentes e interpretação de alto nível, cénico e vocal, ao longo de toda a
récita. Recebeu vários ramos de flores no final, bem merecidos.
O tenor
norte americano Bryan Hymel foi o
Rodolfo da noite. Também ele teve uma interpretação de alto nível. Voz sempre
bem audível, com um registo agudo muito agradável e óptima presença em palco.
Quinn Kelsey, barítono norte americano, foi um Marcello de
boa qualidade vocal e esteve particularmente bem nas interacções com a Musetta.
O soprano
grego Myrtò Papatanasiu, que
desconhecia, fez uma Musetta alegre e exuberante no início, e triste e recatada
no final, como o papel exige. No registo mais agudo tem alguma tendência para a
estridência, mas a voz é firme, expressiva e sempre bem audível.
David Soar como Colline, Donald Maxwell como Benoit e Alexey
Lavrov como Schaunard estiveram bem, sem deslumbrar, nos papeis
secundários.
Mas, mais
uma fez, um excelente espectáculo, para ouvir de olhos bem abertos!
*****
La Boheme,
Metropolitan Opera, October 2014
The opera La Bohème by G. Puccini in Franco
Zeffirelli's staging of cyclically revived at the Metropolitan Opera.
It is a very classic but very good production of great visual impact. The first and last acts are in a poor attic in the Quartier latin which is very well depicted in the center of the stage. The second act is of an unusual exuberance, with full occupancy of two levels of the stage. The colors are stunning, there are dozens of people on stage and even a donkey and a horse show up. Café Momus dominates the lower floor. In the third act, the contrast is total. The Barrière d’Enfer on the outskirts of Paris, is an inhospitable place, cold, empty and covered in snow. It's always an enormous pleasure watching this production.
Riccardo Frizza conducted the orchestra.
South
Korean soprano Hei-Kyung Hong was a
big surprise to me as Mimì. The singer is not young and has stopped singing for
a few years. But tonight she was in excellent condition, very beautiful and
refined voice, excellent top notes, and with a high-level performance vocal and
on stage throughout the opera. She received several bouquets of flowers at the
end, well deserved.
North
American tenor Bryan Hymel was
Rodolfo. He also had a high-level performance. His voice was always very
audible, with a very nice high register and great stage presence.
Quinn Kelsey, North American Baritone, was a Marcello of good
vocal quality and he was particularly well in the interactions with Musetta.
Greek
soprano Myrto Papatanasiu was a
lively and exuberant Musetta at the beginning, and sad and worried at the end,
as the role requires. In the upper register she had occasionally a tendency to
stridency, but the voice is strong, expressive and always very audible.
David Soar as Colline, Donald Maxwell as Benoit and Alexey
Lavrov as Schaunard were well without dazzle in supporting roles.
But, once
again, a great performance to listen wide-eyed!
*****
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