terça-feira, 2 de dezembro de 2014

LA BOHÈME, METropolitan OPERA, Outubro de 2014 / October 2014

(review in english below)



A opera La Bohème de G. Puccini na encenação de Franco Zeffirelli é ciclicamente reposta em cena na Metropolitan Opera.

É uma produção muito clássica mas de muito bom gosto e grande impacto visual. O primeiro e último actos decorrem num sótão pobre no Quartier latin que está muito bem retratado no centro do palco. O Segundo acto é de uma exuberância invulgar, com ocupação completa de dois níveis do palco. O colorido é impressionante, há dezenas de pessoas em palco e até um burro e um cavalo aparecem. O Café Momus domina o andar inferior. No terceiro acto, o contraste é total. A Barreira do Inferno, na periferia de Paris, é um local inóspito, frio, despido e coberto de neve. 
É sempre um regalo para os olhos assistir a esta produção.


Dirigiu a orquestra o maestro Riccardo Frizza.


A Mimì do soprano sul-coreano Hei-Kyung Hong foi uma grande surpresa. A cantora já não é nova e esteve parada alguns anos. Mas nesta noite surgiu em grande forma, voz muito bonita e afinada, agudos excelentes e interpretação de alto nível, cénico e vocal, ao longo de toda a récita. Recebeu vários ramos de flores no final, bem merecidos.



O tenor norte americano Bryan Hymel foi o Rodolfo da noite. Também ele teve uma interpretação de alto nível. Voz sempre bem audível, com um registo agudo muito agradável e óptima presença em palco.


Quinn Kelsey, barítono norte americano, foi um Marcello de boa qualidade vocal e esteve particularmente bem nas interacções com a Musetta.


O soprano grego Myrtò Papatanasiu, que desconhecia, fez uma Musetta alegre e exuberante no início, e triste e recatada no final, como o papel exige. No registo mais agudo tem alguma tendência para a estridência, mas a voz é firme, expressiva e sempre bem audível.



David Soar como Colline, Donald Maxwell como Benoit e Alexey Lavrov como Schaunard estiveram bem, sem deslumbrar, nos papeis secundários.








Mas, mais uma fez, um excelente espectáculo, para ouvir de olhos bem abertos!

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La Boheme, Metropolitan Opera, October 2014

The opera La Bohème by G. Puccini in Franco Zeffirelli's staging of cyclically revived at the Metropolitan Opera.

It is a very classic but very good production of great visual impact. The first and last acts are in a poor attic in the Quartier latin which is very well depicted in the center of the stage. The second act is of an unusual exuberance, with full occupancy of two levels of the stage. The colors are stunning, there are dozens of people on stage and even a donkey and a horse show up. Café Momus dominates the lower floor. In the third act, the contrast is total. The Barrière d’Enfer on the outskirts of Paris, is an inhospitable place, cold, empty and covered in snow. It's always an enormous pleasure watching this production.

Riccardo Frizza conducted the orchestra.

South Korean soprano Hei-Kyung Hong was a big surprise to me as Mimì. The singer is not young and has stopped singing for a few years. But tonight she was in excellent condition, very beautiful and refined voice, excellent top notes, and with a high-level performance vocal and on stage throughout the opera. She received several bouquets of flowers at the end, well deserved.

North American tenor Bryan Hymel was Rodolfo. He also had a high-level performance. His voice was always very audible, with a very nice high register and great stage presence.

Quinn Kelsey, North American Baritone, was a Marcello of good vocal quality and he was particularly well in the interactions with Musetta.

Greek soprano Myrto Papatanasiu was a ​​lively and exuberant Musetta at the beginning, and sad and worried at the end, as the role requires. In the upper register she had occasionally a tendency to stridency, but the voice is strong, expressive and always very audible.

David Soar as Colline, Donald Maxwell as Benoit and Alexey Lavrov as Schaunard were well without dazzle in supporting roles.

But, once again, a great performance to listen wide-eyed!


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