Macbeth, de G.
Verdi, está em cena na METropolitan Opera. Será transmitida para todo o mundo
no MetLive dentro de dias. Escreverei novamente sobre toda a produção em breve
mas não quero deixar esta nota desde já.
O papel mais
relevante na opera é o da Lady Macbeth.
Provocadora, sensual, pérfida e dominadora do seu atormentado marido, Anna Netrebko encarna a personagem de
forma notável! A não perder.
Fotografia / Photo Marty Sohl (Met Opera)
Fotografia / Photo Marty Sohl (Met Opera)
Com a acção
transportada para o Séc XX no pós guerra, a cantora oferece-nos uma Lady
Macbeth loira e descalça, mas é a sua interpretação vocal que mais impressiona.
Se não tem todos os graves, nos outros registos é fabulosa e enche
completamente o gigantesco teatro com a sua belíssima voz quente, sem nunca
gritar e alcançando notas agudas estratosféricas com uma qualidade marcante! Apesar
de cantar agora os papéis de soprano dramático, a voz ainda é muito lírica e de
uma qualidade ímpar. Os outros solistas
são de primeira água, mas ela supera-os todos!
Grande Netrebko!
Lady (Macbeth) Netrebko at the Met - do not miss!
Macbeth by G. Verdi, is on stage at the Metropolitan Opera. It
will soon be broadcast around the world in MetLive. I will write again about
the whole production soon but I do want to leave this note now.
The most important role in the opera is the one of Lady Macbeth. Provocative, perfidious
and dominating her tormented husband, Anna
Netrebko embodies the character remarkably well! Not to be missed.
With the action moved to the postwar twentieth century, the
singer offers us a blonde and barefoot Lady Macbeth, but the most impressive is
her vocal performance. If she does not have all low notes, in all other registers
she is fabulous and completely fills the gigantic theater with her beautiful warm
voice, never screaming and reaching stratospheric high notes with an
outstanding quality! She moved recently to dramatic soprano roles, but her
voice still sounds very lyric. The other soloists are top quality, but she
overcomes them all!
Great Netrebko!
Ontem vi uma Macbeth mais fraquita em termos vocais, mas com uma encenação potentíssima do grande McVicar. Há 20 anos, no mesmo teatro, havia uma jovem estudante que tinha como tarefa limpar o chão do foyer o mais rapidamente possível para assistir às récitas assim que estivesse tudo pronto. Mais tarde, ela própria tornar-se-ia a diva promissora do teatro (Mariinsky) e, mais rápido que se pudesse imaginar, foi catapultada para os píncaros do cenário operático. Trata-se, de facto, da Netrebko. Que pena não ter sido ela a cantar a Macbeth ontem aqui também!
ResponderEliminarA Netrebko é um caso único nos dias de hoje. Mas, na cidade onde ela começou, espero que tenha ouvido uma boa cantora no papel de Lady Macbeth, como a ópera o exige.
EliminarParabéns por mais uma excelente critica que me faz crescer agua na boca em relação à Anna Netrebko já que vou ter oportunidade de a ver e ouvir ao vivo na MET em fevereiro em Iolanta.
ResponderEliminarQueria também fazer uma pergunta. Vao fazer critica ao War Requiem da gulbenkian da semana passada? É que eu fui mas gostava de ouvir a vossa opinião também.
Continuação de bom trabalho
Caro Francisco,
EliminarNenhum de nós esteve presente, pelo que não teremos nenhum crítica ao War Requiem. Mas se quiser partilhar a sua opinião esteja à vontade, mesmo aqui nos comentários.
Saudações
Eu gostava muito e tive a oportunidade de escrever um texto. Gostaria de saber se estão dispostos a lê-lo e a partilharem no vosso blog se quiserem. Se sim como preferem que envie?
EliminarCaro Francisco,
EliminarPode enviar para o mail fanaticoum@gmail.com. Se tiver fotografias ou algumas ilustrações, melhor. Poderemos publicá-lo na próxima semana. Obrigado e cumprimentos
En efecto Anna Netrebko esta bien, pero el que llena el escenario de verdad es Lucic, el único y me temo que el último gran barítono verdiano.
ResponderEliminarSaludos
Lucic fantástico, sim!
EliminarObrigado pela excelente critica que muito apreciei. Estive hoje na Gulbenkian e concordo com a classificação e comentarios. Netrebko arrasou, como aconteceu em Salzburg numa Leonora de excepção do Trovador de Verdi. A transmissão em HD afectou pelo exagero dos grandes planos e uma " aparente " maior intensidade vocal.
ResponderEliminarConcordo em absoluto com as críticas que apresenta às transmissões em HD. Desta vez não tive oportunidade de ver, mas em situações anteriores, também fiquei com a sensação da "falta de veracidade" de alguns desempenhos nas transmissões em HD. Contudo, a Netrebko, ao vivo, foi absolutamente fabulosa. Se em HD também o foi, corresponde à veracidade da actuação!
EliminarCaro demoura, Também estive ontem na FCG, mas infelizmente a minha opinião é um pouco diferente. Já a enviei sob a forma de comentário ao post de 9/10 acerca dos espectáculos no MET. Espero que consiga lê-la.
ResponderEliminarJAM
Caro Jose Antonio Miranda,
EliminarSe a opinião que refere foi enviada para este blogue, não foi recebida. Se a quiser reenviar, teremos todo o gosto em publicá-la.
Muito grato Fanático_Um, efectivamente verifico que devo ter-me enganado nos procedimentos de envio.
EliminarVou tratar de reenviar a minha opinião, mas aproveito este lugar para fazer uma ressalva que me parece importante quando, como é o caso, iremos falar de espectáculos de ópera vistos na tela.
Com efeito, ver ópera em cinema, na televisão ou na internet, e depois relatar o resultado final da experiência, é como sabe uma tarefa ingrata por natureza. Estamos a falar de um espectáculo que nos é fornecido em segunda mão: o realizador da transmissão audiovisual determina aquilo que
vemos, e de que modo o fazemos.
Para além disso, tudo é passado pelo filtro da amplificação sonora: impossível por exemplo apercebermo-nos claramente da extensão das vozes, das subtilezas tímbricas dos instrumentos (o vocal incluído), das dinâmicas imprimidas pela direcção musical ao conjunto.
Finalmente lidamos com emoções que podemos designar por secundárias: as primárias ficaram na sala onde se desenrola o espectáculo.
Para culminar este conjunto de limitações, a qualidade da transmissão a distância é variável e aleatória, a fidelidade da reprodução sonora é imprevisível, o volume do som pode alterar-se inesperadamente, por vezes a própria imagem é por momentos distorcida ou apagada.
Pode ser mais e menos do que ouvir um CD audio, é em princípio pior do que ver um DVD…
Sem perder de vista estas questões, estamos à vontade para trocar opiniões sobre o espectáculo.
JAM