Il Cappello di Paglia di Firenze é uma ópera di Nino
Rota, com libretto de Nino e Ernesto Rota, baseado na peça Le
chapeau de paille d'Italie de Eugène Labiche e Marc Michel.
Vi este espectáculo em Maio de
2011, como comentei aqui.
Com direcção
musical João Paulo Santos,
a Orquestra Sinfónica Portuguesa, o Coro do Teatro Nacional de
São Carlos, encenação de Fernando Gomes, cenografia de João Mendes Ribeiro, figurinos de Rafaela Mapril e desenho de luz de Paulo Sabino, assistimos a uma reposição de uma produção do
Teatro Nacional de São Carlos de qualidade muito acima da média. O espectáculo é
despretensioso, a música de audição agradável, a encenação simples mas eficaz,
o jogo de luzes estupendo, o guarda roupa fantástico e as interpretações boas.
Estamos perante uma ópera que é para ouvir mas
também para ver, porque há múltiplas cenas cómicas, bem interpretadas, eficazes
e de bom gosto. A troca de sapatos e os percalços finais com o chapéu de palha
foram verdadeiramente hilariantes.
Os intérpretes principais foram o tenor Mário
João Alves como Fadinard , o
soprano Dora Rodrigues como Anaide, o barítono José Fardilha como Nonacourt , o barítono Luís
Rodrigues como Beaupertuis ,
o mezzo Maria Luísa de Freitas como
Baronesa de Champigny, o tenor Carlos Guilherme como Vezinet e o soprano Lara
Martins como Elena.
Qualitativamente
houve interpretações vocais diversas mas o espectáculo valeu como um todo. Contudo,
uma nota sobre os barítonos:
José Fardilha, claramente o melhor cantor em palco, ofereceu-nos uma
interpretação cheia e de beleza tímbrica assinalável.
A
récita foi marcada por um episódio pouco habitual. Alguns minutos após o início
do 3º acto, Luís Rodrigues ficou sem
voz! O maestro interrompeu a récita e explicou que este tipo de situações
acontece. Quando retomou, algum tempo depois, a solução encontrada foi João Merino (colocado num lado do
palco) cantar o papel de Luís Rodrigues e este continuar em cena,
representando-o. Não havendo um cantor substituto, a solução encontrada foi
aceitável.
Mas
as contrariedades não acabaram aqui. Também o chapéu de palha, quando
finalmente aparece, não ficou pendurado no candeeiro, como deveria.
Mas
foi uma tarde muito bem passada e foi um consolo ver o São Carlos praticamente
esgotado.
****
IL CAPPELLO PAGLIA DI FIRENZE - São Carlos Opera House,
Lisbon, October 2013
Il Cappello di Paglia di Firenze is an opera by Nino Rota, with libretto by Nino and Ernesto Rota, based on the novel Le chapeau de paille d' Italie by Eugène Labiche and Marc Michel .
I saw this opera in May 2011, as commented here.
Maestro João Paulo Santos directed the Portuguese Symphony Orchestra and the Choir of the Teatro Nacional de São Carlos. The production was by Fernando Gomes and was well above the average. The opera is light, the music pleasant, the costumes excellent and the staging was simple and effective.
Il Cappello di Paglia di Firenze is an opera by Nino Rota, with libretto by Nino and Ernesto Rota, based on the novel Le chapeau de paille d' Italie by Eugène Labiche and Marc Michel .
I saw this opera in May 2011, as commented here.
Maestro João Paulo Santos directed the Portuguese Symphony Orchestra and the Choir of the Teatro Nacional de São Carlos. The production was by Fernando Gomes and was well above the average. The opera is light, the music pleasant, the costumes excellent and the staging was simple and effective.
This is an
opera to hear but also to see, because there are many comic scenes well
interpreted, effective and pleasant. The exchange of shoes and mishaps with the
straw hat were truly hilarious.
The main performers were the tenor Mario João Alves as Fadinard , soprano Dora Rodrigues as Anaide , baritone José Fardilha as Nonacourt , baritone Luis Rodrigues as Beaupertuis , mezzo Maria Luisa de Freitas as Baroness de Champigny , tenor Carlos Guilherme as Vezinet and soprano Lara Martins as Elena .
Vocal interpretations were qualitatively different but the performance was worth as a whole. However, a note on the Baritones:
José Fardilha clearly the best singer on stage, offered us an interpretation full of beauty and remarkable timbre .
The performance was marked by an unusual episode. A few minutes after the start of the 3rd act, Luís Rodrigues lost his voice! The conductor stopped the performance and explained that this type of situation happens. When resumed some time later, the solution was João Merino (placed on one side of the stage) singing the role of Luis Rodrigues and Luis Rodrigues continuing on stage, playing it. As there was no substitute for the singer, the solution found was acceptable.
But the setbacks did not end here. Also the straw hat, when finally appeared, did not hung the lamp, as it should happen.
But it was a nice afternoon, and it was pleasant to see the Teatro deSão
Carlos almost full.
The main performers were the tenor Mario João Alves as Fadinard , soprano Dora Rodrigues as Anaide , baritone José Fardilha as Nonacourt , baritone Luis Rodrigues as Beaupertuis , mezzo Maria Luisa de Freitas as Baroness de Champigny , tenor Carlos Guilherme as Vezinet and soprano Lara Martins as Elena .
Vocal interpretations were qualitatively different but the performance was worth as a whole. However, a note on the Baritones:
José Fardilha clearly the best singer on stage, offered us an interpretation full of beauty and remarkable timbre .
The performance was marked by an unusual episode. A few minutes after the start of the 3rd act, Luís Rodrigues lost his voice! The conductor stopped the performance and explained that this type of situation happens. When resumed some time later, the solution was João Merino (placed on one side of the stage) singing the role of Luis Rodrigues and Luis Rodrigues continuing on stage, playing it. As there was no substitute for the singer, the solution found was acceptable.
But the setbacks did not end here. Also the straw hat, when finally appeared, did not hung the lamp, as it should happen.
But it was a nice afternoon, and it was pleasant to see the Teatro de
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Caro Fanático_Um:
ResponderEliminarNão obstante as vicissitudes que descreve, é bom saber que se tratou de um espectáculo digno e que proporcionou bons momentos de fruição musical. Dada a actual situação do TNSC e o passado recente, isso já constitui, por si só, motivo de regozijo.
Infelizmente, por indisponibilidade nas datas, não tive oportunidade de assistir a nenhuma das récitas. Espero que a ópera que se segue (e que termina a temporada de inverno), “La Fille du Régiment”, embora muitíssimo exigente para tenor e soprano, tenha idêntico sucesso.
Cumprimentos,
J. Baptista
Caro João Baptista,
EliminarObrigado pelo comentário. Foi um bom começo de temporada (? só estão anunciadas 2 óperas) e teria gostado seguramente.
Também conto ir ver "La Fille du Regiment" e aí a música é outra. Tenho visto esta ópera algumas vezes, nos últimos anos, interpretada pelo Florez e pela Dessay, Ciofi e outras desse calibre. Sei que a exigência em São Carlos não é essa, é outro patamar mas, ainda assim, espero ter uma agradável surpresa. Depois aqui contarei.