quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

L’ORFEU, Monteverdi, Gulbenkian, Fevereiro de 2013 / February 2013


(review in english below)

L’Orfeu de Claudio Monteverdi, com libretto de Alessandro Striggio, segundo Euridice de Ottavio Rinuccini, é uma das mais antigas obras musicais no género ópera. Foi estreada em Fevereiro de 1607 no Palácio Ducal dos Gonzaga, em Mântua.

É composta por um prólogo e 5 actos e baseia-se no mito de Orfeu que tenta resgatar a sua amada Euridice do mundo dos mortos.


A obra inicia-se com uma toccata para trompete e é uniformizada por um ritornello. No prólogo La Musica celebra o poder da música e apresenta Orfeo. No 1º acto celebra-se a união de Orfeo com Euridice. No 2º acto um mensageiro informa que Euridice morreu, picada por uma cobra. Orfeo decide ir resgatá-la. No 3º acto Speranza conduz Orfeo ao limiar do inferno, onde entra depois de adormecer Caronte e atravessar o rio Styx. No 4º acto Prosperina convence o marido Plutone a deixar Euridice voltar a viver. Ele acede, com a condição de Orfeo não olhar para ela. Ao regressar ao mundo dos vivos, Orfeo não cumpre a condição e vê Euridice desaparecer. No 5º acto, Orfeo é resgatado pelo pai, Apollo, e sobem ao céu.

Numa apresentação semi-encenada, o espectáculo oferecido pela Gulbenkian começou de forma sui generis. As portas abriram muito tarde e a primeira tocatta foi ouvida quando a maioria dos espectadores ainda não tinha entrado na sala. O jardim estava visível no início mas, quando Orfeu desceu ao inferno, subiu a protecção. Só quando regressou ao mundo dos vivos se voltou a ver o jardim. Uma excelente ideia.

(programa de sala)

O agrupamento Divino Sospiro e o Coro Gulbenkian (em versão reduzida) foram dirigidos por Enrico Onofri. Tiveram uma interpretação excelente.

Quanto aos solistas, houve uma presença portuguesa assinalável, o que é sempre bom. Mas a noite foi das Senhoras.

O barítono Fulvio Bettini não brilhou no papel de Orfeo porque estava doente, mas ainda assim foi estóico em ter aguentado até final.

Tiveram interpretações dignas o tenor Fernando Guimarães como Apollo, o baixo António Abete como Caronte e, sobretudo, o barítono Hugo Oliveira como Plutone.

O mezzo Romina Basso impressionou como Speranza e Prosperina.

Sensacionais foram o mezzo Luciana Mancini como Messagera e o soprano Ana Quintans como La Musica e Euridice

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L'Orfeu, Monteverdi, Gulbenkian, February 2013

L'Orfeo by Claudio Monteverdi, with libretto by Alessandro Striggio, according to Euridice of Ottavio Rinuccini, is one of the oldest musical works in opera. It was premiered in February of 1607 in the Ducal Palace of Gonzaga in Mantua.

It consists of a prologue and five acts and is based on the myth of Orpheus trying to rescue his beloved Eurydice from the dead.

The work begins with a toccata for trumpet and is unified by a ritornello. In the prologue La Musica celebrates the power of music and presents Orfeo. In the 1st act the union of Orfeo and Euridice is celebrated. In the 2nd act a messenger informs that Euridice died, bitten by a snake. Orfeo decides to rescue her. In the 3rd act Speranza leads Orfeo the hell, where he enters after putting Caronte into sleep and crossing the river Styx. In the 4th act Prosperina convinces her husband Plutone to put Euridice back to life. He accedds, on condition that Orpheus does not look at her. Returning to the living, Orfeo does not meet the condition and sees Euridice disappear. On the 5th act, Orfeo is rescued by his father, Apollo, and both ascend to heaven.

In a semi-staged presentation, the show offered by the Gulbenkian Foundation had a sui generis strart. The doors opened too late and the first tocatta was heard when most of the public had not yet entered the room. The garden was visible at first but when Orpheus descended into hell, the wall protection rose. Only when he returned to the living world we could see the garden again. An excellent idea.

Divino Sospiro and the Gulbenkian Choir (in a shorter version) were directed by Enrico Onofri. They had an excellent performance.

As for the soloists, there was a remarkable Portuguese presence, which is always good.
But the night was of the ladies.

Baritone Fulvio Bettini did not impress in the role of Orfeo because he was sick, but still he was stoic about having sung until the end.

Tenor Fernando Guimarães as Apollo, bass Antonio Abete as Caronte, and especially baritone Hugo Oliveira as Plutone. all had decent performancesa.

Mezzo Romina Basso impressed as Speranza and Prosperina.

Mezzo Luciana Mancini as Messagera and soprano Ana Quintans as La Musica and Euridice were sensational 


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1 comentário:

  1. Caro Fanático,
    a criatividade é sempre bemvinda na arte em geral.
    E como você assinalou texto foi uma encenação 'sui generis'
    Um grande abraço

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