É o final da estreia de Plácido Domingo como Rigoletto.
Não sei bem o que dizer em relação a este último acto. Senti-me menos impressionado no geral.
O ambiente cénico estava lá mas parece que faltou algo a todos os intervenientes.
Vittorio Grigolo pareceu-me excessivamente exuberante teatralmente falando e senti, por duas vezes, um “arranhar” discreto na voz durante a ária “La donna è mobile” que cheguei a temer o pior.
Ruggero Raimondi fez o seu papel, até melhor do que estava à espera depois de o ver no 1º acto. Aquelas duas fugidelas de olhar (possivelmente para um LCD onde Mehta dava a entrada) enquanto fala pela primeira vez com Rigoletto eram desnecessárias e retiraram naturalidade. Mas vocalmente até esteve bem.
Nino Surguladze cumpriu sem se evidenciar.
Plácido Domingo pareceu-me vocal e cenicamente menos transtornado, numa altura de talvez ainda maior dor e revolta. O “Ah, la maledizione!” foi uma sombra do que fez no 1º acto.
Julia Novikova manteve o seu nível mas a cena da morte foi pouco credível cenicamente. Voz belíssima mas parecia tão fresca como se estivesse a acordar de um sonho. Pouco credível.
Resta-nos agora esperar por uma produção onde a gostamos de ver, na sua máxima força: um Teatro de Ópera. A música é a mesma mas o ambiente é diferente, o som é diferente, a paixão é diferente...
Num balanço geral, esta produção foi um marco da Televisão e da Ópera. Esperamos que tenha cativado algumas pessoas para este mundo fantástico. Tudo rodou à volta da estreia de Domingo como Rigoletto mas trouxe-me não só boas referências deste para o papel (à parte das críticas habituais tenor-barítono, e com espaço de manobra para evoluir) mas também uma nova soprano a ter em conta no futuro. Espero que Grigolo se mantenha por muitos anos, não exagerando e se perdendo em exentricidades de canto...
Apesar de não termos assistido à representação num teatro, a experiência foi muito gratificante. A qualidade da imagem foi excelente e houve momentos de grande beleza, como os interiores dos palácios e o barco no rio no início do 3º acto.
ResponderEliminarNão achei este último acto menos conseguido que os anteriores. Vittorio Grigolo esteve ao seu melhor nível, apesar do “arranhar” que também notei, mas no cômputo final, excelente. Julia Novikova manteve a qualidade etérea da sua actuação. Ruggero Raimondi bem melhor que no 1º acto, agora também credível. Nino Surguladze esteve bem, sem arrasar, concordo. Finalmente Placido Domingo também manteve a qualidade da sua representação, com os aspectos relativos à voz que referi ontem e hoje nos outros “posts”.
Concordo em absoluto que, apesar de todas as vantagens do filme, nada chega à representação num teatro de ópera
Zubin Metha – 15 valores
Placido Domingo – 17 valores
Vittorio Grigolo – 17 valores
Julia Novikova – 18 valores
Nino Surguladze – 15 valores
Ruggero Raimondi – 14 valores
Gianfranco Montresor – 17 valores
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Curiosamente, todas as críticas que tenho lido (e a minha própria) são quase unânimes.
ResponderEliminarPrimeiro e segundo actos superiores ao terceiro do ponto de vista cénico. Domingo também soberbo nos primeiro e segundo actos e menos no terceiro.
Julia Novikova a melhor de todas em todos os actos.
Nas notas do FanáticoUm subia um pouco ao maestre Mehta e descia o Grigolo para 16.
Cumprimentos
Também vi que a opinião generalizada foi que o último acto foi inferior aos dois outros, opinião também expressa pelo wagner_fanatic, autor dos "posts" neste blogue. Enfim, admito que não terei julgado bem, pois não achei que tenha havido essa diferença, mas reconheço que a maioria o verificou.
ResponderEliminarQuanto ao maestro Mehta, não posso subir a nota porque achei o primeiro acto lento e um pouco "empastelado". Admito que a missão não tenha sido nada fácil naquelas condições, mas é o que penso.
O Vittorio Grigolo foi uma das revelações para mim este ano. Como o vi ao vivo há poucos meses e tive ocasião de apreciar as suas qualidades cénicas, admito que essa opinião me tenha influenciado favoravelmente mas, ainda assim, considerei que fez um Duque muito credível.
Obrigado pelo comentário.
Cumprimentos musiciais