De Gaetanno Donizetti, o Elixir do Amor é uma ópera cómica bem conhecida apesar de, em minha opinião, não ser uma ópera de referência. Contudo, se bem encenada e se interpretada por bons cantores, poderá proporcionar um espectáculo inesquecível.
Aqui em Viena a encenação de Otto Schenk foi aceitável e alegre, retratando uma cena campestre, mas sem sofrer qualquer alteração ao longo do espectáculo, o que foi pena.
A orquestra, dirigida por Daniele Callegari, teve uma prestação excelente, tal como o coro.
Adina foi interpretada por Alexandra Reinprecht, um soprano decente que foi melhorando ao longo do espectáculo. No início foi pouco expressiva e algo agressiva nos agudos, mas a situação melhorou ao longo da récita, proporcionando-nos alguns momentos interpretativos de qualidade.
Nemorino foi José Brós, um tenor que, em minha opinião, não tem estofo para o papel. Possuidor de uma voz pequena, esteve irregular ao longo da récita, com muitas passagens em que se ouvia mal (e nas que se ouvia bem, gritava mais que cantava) e cantou una furtiva lagrima muito aquém do desejável (e esta aria é a referência para apreciar as qualidades vocais e cénicas do Nemorino). Depois de se ter ouvido, há pouco, Juan Diego Florez ou Rolando Villazon a cantar este papel, todos os outros parecem de outro “campeonato”!
Mariusz Kwiecien foi uma surpresa em Belcore, esteve vocalmente irrepreensível, a figura é excelente e foi o melhor em cena.
Também Ambrogio Maestri, um desconhecido para mim, esteve muitíssimo bem no papel do doutor Dulcamara. Possuidor de um barítono potentíssimo e de qualidade, fez um papelão e também esteve muito bem cenicamente.
Dos restantes, nada a dizer, para além de mencionar o timbre particularmente irritante de Elisabeta Marin, no felizmente curto papel de Gisanetta.
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