Juan Diego Florez foi Tonio, como em Londres. Imediatamente antes do início do espectáculo, foi anunciado que, apesar de constipado, iria cantar, o que desencadeou a primeira grande ovação da noite. Mesmo constipado, foi um intérprete à altura das exigências da personagem. Como tenor ligeiro penso que não tem rival nos tempos que correm. Os agudos são luminosos e mantidos com segurança e o timbre é lindíssimo. Apesar de não ser um bom actor em palco, mantém uma figura excelente para o papel que desempenha. O público, sobretudo aqui no Met, já aplaude efusivamente qualquer intervenção. Contudo, na aria “Pour mon àme”, falhou um dos dós de peito, que disfarçou bem, mas foi a primeira vez que o vi falhar. Mesmo com este pequeno percalço, devo confessar que é um dos tenores que mais gosto de ouvir na actualidade.
Marie foi interpretada por Diana Damrau. Cantou bem e revelou uma boa presença em palco, mas não posso esquecer a interpretação de Natalie Dessay neste papel. Depois dela, penso que ninguém a conseguirá igualar.
(As fotografias apresentadas são de Mary Altaffer)
Maurizio Murano foi um Sulpice credível e Meredith Arwady também esteve bem no papel da Marquesa de Berkenfield, mas nenhum deles nos brindou com uma interpretação memorável.Kiri te Kanawa na Duquesa de Krakenthorp foi muito aplaudida, mais pelo seu passado do que pela prestação nesta ópera. Se no início trauteou com qualidade as frases musicais, nas partes faladas quase não se ouviu.
Um espectáculo sempre muito agradável para rever embora, no presente caso, aquém da representação em Londres.
****
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar