Ariadne auf Naxos de Richard Strauss é “uma ópera dentro de uma ópera” que está longe de ser das minhas favoritas. A encenação, de Elijah Moshinsky, foi bastante aceitável, atendendo à história bizarra do argumento.
A direcção musical, de Kirill Petrenko, foi intensa e contribuiu de forma significativa para a boa prestação dos cantores.
Na primeira parte quem brilhou foi, sobretudo, Sarah Connolly, no papel do Compositor. Uma voz bonita, extensa e cheia, aliada a um excelente sentido teatral.
Zerbinetta foi interpretada pela coreana Kathleen Kim e foi uma agradável surpresa. Detentora de um soprano ligeiro de timbre agradável, alcançando as notas mais agudas com aparente facilidade e sem quebra de qualidade interpretativa, esteve bem ao longo de todo o espectáculo.
Nina Stemme foi Ariadne e a “Prima Donna”. Bem na primeira parte, foi arrasadora na segunda. Uma enorme voz de soprano, segura e marcante tanto no registo médio como no agudo, encheu o palco, a sala e a alma de quem lá estava. Sensacional!
Lance Ryan foi Bacchus e O Tenor. Claramente o elo mais fraco da noite, não esteve à altura das suas parceiras femininas. Uma voz banal e pequena, e uma presença em palco estática e desinteressante.
No cômputo geral, um espectáculo que acabou por ser bastante agradável.
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