sexta-feira, 24 de abril de 2020

MADAMA BUTTERFLY, English National Opera, Março / March 2020




(review in English below)

A encenação da Madama Butterfly de Anthony Minghella é, para mim, uma das mais belas encenações de opera a que assisti. Por isso, sempre que tenho oportunidade, não perco a oportunidade de a rever. Foi o caso desta vez na English National Opera no Coliseu de Londres.

Aqui a encenação é ainda mais bonita não só porque o palco é mais pequeno como também por incluir pormenores que, por exemplo, não são contemplados na encenação de Nova Iorque.

O maestro Martyn Brabbins teve uma boa direcção da orquestra. O Coro esteve ao mais alto nível, sobretudo na abertura da terceira parte, quando canta fora do palco.



Cio-Cio-San (Madama Butterfly) foi superiormente cantada pela soprano galesa Natalya Romaniw. É um papel de grande exigência cénica e vocal e a cantora este à altura de ambas. Tem uma voz versátil, de grande volume e agudos seguros, muito adequada à personagem.




Também excelente foi a Suzuki da mezzo Stéphanie Windsor-Lewis, com um registo grave bonito e imponente.



O tenor Adam Smith fez um Pinkerton muito aceitável, o timbre não é bonito mas não desafinou, embora por vezes tenha cantado em esforço.



Os menos impressionantes foram o barítono Roderick Williams que fez um Sharpless (Consul Americano) desinteressante. A voz é pequena e deixou-se afogar frequentemente pela orquestra. 



Tanbém o Goro de Alisdair Elliott não impressionou.



Mas, graças à dupla Puccini – Minghella, desde que a soprano e a orquestra estejam à altura, assistimos a um espectáculo verdadeiramente deslumbrante.







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MADAMA BUTTERFLY, English National Opera, March 2020

Anthony Minghella's production of Puccini’s Madama Butterfly is, for me, one of the most beautiful opera productions I have ever seen. So whenever I can, I don't miss the opportunity to review. It was the case this time at the English National Opera in London's Coliseum.

Here the staging is even more beautiful, because the stage is smaller, as it also includes details that, for example, are not included in the New York staging.

Conductor Martyn Brabbins had a good direction of the orchestra. The choir was at the highest level, especially at the opening of the third part, when they sing offstage.

Cio-Cio-San (Madama Butterfly) was superiorly sung by the Welsh soprano Natalya Romaniw. It is a role of great musical and vocal demand and the singer performs at this level. She has a versatile voice, great volume and good top register, very suitable for character.

Also excellent was Suzuki, interpreted by mezzo Stéphanie Windsor-Lewis, with a low impressive register.

Tenor Adam Smith was very acceptable as Pinkerton. His timbre is not beautiful, but he sang in tune, although sometimes with effort.

The least impressive were baritone Roderick Williams who was an uninteresting Sharpless (American Consul). The voice is small and is often drowned by the orchestra. Alisdair Elliott's Goro did not impress as well.

But, thanks to the duo Puccini - Minghella, whenever the soprano and the orchestra are good, we watch a gorgeous show.

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