quinta-feira, 7 de abril de 2011
PARSIFAL – Metropolitan Opera, NY – 10 anos após uma récita memorável – 7 Abril 2001
(review in english below)
Temos falado muito sobre o Parsifal no blog nestes últimos meses, felizmente a propósito de produções excelentes.
Passam hoje 10 anos sobre uma récita que infelizmente não tive a oportunidade de assistir ao vivo. Escutei através da Antena 2, com o velhinho sistema de gravação em cassete pronto e que me permitiu retornar à mesma por várias vezes até surgir no Metplayer em melhores condições.
Se fosse possível voltar atrás no tempo e assistir a uma única récita, esta era a que eu escolheria.
O elenco era de luxo:
Parsifal - Plácido Domingo
Kundry - Violeta Urmana
Gurnemanz - John Tomlinson
Amfortas – Hans-Joachim Ketelsen
Klingsor – Ekkehard Wlaschiha
Titurel – Jan-Hendrik Rootering
E a direcção também: James Levine. Um dos melhores maestros Wagnerianos de todos os tempos.
Habituado como estava à interpretação cristalina e suave de René Kollo da gravação de Solti, o primeiro embate com Placido Domingo não foi agradável nem consensual. Mas após escutar várias vezes, e conhecer progressivamente melhor a obra, compreendi como Domingo trouxe uma dinâmica expressiva inigualável ao papel, à parte de todas as críticas que lhe possam fazer no que diz respeito à pronuncia alemã e à ausência de voz de um verdadeiro Heldentenor. O dueto com Kundry no segundo acto é simplesmente e na minha opinião, do melhor que se pode fazer e, até hoje, não consegui ouvir nada que se aproxime a não ser no seu último Parsifal, em Berlim, a 9 de Março de 2009, com Waltraud Meier como Kundry. Apesar da idade, ainda teve a magia que eu esperava.
Violeta Urmana é perfeita.
John Tomlinson ainda no auge, oferece um Gurnemanz sábio e de uma beleza vocal e interpretativa sublime.
Hans-Joachim Ketelsen transmite vocalemente todo o sofrimento de Amfortas de forma sentida e não exagerada ou artificial.
Ekkehard Wlaschiha foi um Klingsor com timbre espectacular.
Só Jan-Hendrik Rootering peca pelo afastamento do palco, prejudicando a profundidade da voz e levando a alguma dissincronia com a Orquestra.
James Levine compreende muito bem toda a magia da obra e foi capaz de acentuar toda a sua beleza. Acredito que desta vez, no final da ópera, tenha sido mesmo difícil para o público do Met se conter com aplausos...
Se puderem ouvir no MetPlayer, recomendo vivamente.
PARSIFAL - Metropolitan Opera, NY - 10 years after a memorable performance - April 7, 2001
We have talked a lot about Parsifal in the past months, fortunately because of excellent productions.
Today 10 years pass on a performance which unfortunately I did not have the opportunity to watch live. I heard it through our national classical music radio station Antenna 2, with the old tape recording system on, allowing me to return to it several times until the Metplayer coming along with a better sound quality.
If I could go back in time and watch a single performance, this would be the one I choose.
The cast was superb:
Parsifal - Placido Domingo
Kundry - Violet Urmana
Gurnemanz - John Tomlinson
Amfortas - Hans-Joachim Ketelsen
Klingsor - Ekkehard Wlaschiha
Titurel - Jan-Hendrik Rootering
With Maestro James Levine on the pit, one of the best Wagnerian conductors of all time.
I was used to the crystal clear and smooth voice of René Kollo in the Solti’s recording. Hearing Placido Domingo for the first time on rhe role of Parsifal was not pleasant nor consensual. But after listening to it several times, and knowing the work better, I understood the unequally expressive dinamic that Domingo brought to this role, apart from all the criticism that you can find with regard to his less good German accent or the lack of true Heldentenor voice. The duet with Kundry in Act II is simply and in my opinion, the best you can want, and until these days I have not found anyone who comes close to his interpretation. Gladly I had a glimpse of this magic in its last Parsifal in Berlin on March 9, 2009, with Waltraud Meier as Kundry. Despite his age, he still had the magic I imagined.
Violeta Urmana is perfect.
John Tomlinson still at his peak, offers a wise Gurnemanz,being vocally beautiful and dramatically sublime.
Hans-Joachim Ketelsen transmits vocally all the suffering of Amfortas in touching heartfelt way.
Ekkehard Wlaschiha was a Klingsor with a superb dramatic tone.
Only Jan-Hendrik Rootering errs on his presence outside the stage, damaging the depth of the voice and leading to some disincronia with the Orchestra.
James Levine understands very well the magic of the work and was able to enhance its beauty.
I understand (only this time...) why the Met public could not refrain from applause before the ending of the 3rd act...
If you can hear it in the MetPlayer, I strongly recommend.
Olá, fanáticos!
ResponderEliminarNão tenho tido tempinho nenhum, nenhum mesmo para acompanhar as vossas últimas novidades, mas é claro que as vou lendo, tanto mais que se referem ao querido mestre!
Obrigada por partilharem esta efeméride fabulosa!Também gostei muito do PArsifal de Domingo, apesar das diferenças em relação ao que se fazia anteriormente, e das críticas menos favoráveis...
A continuação de boas audições!
Olá Elsa,
ResponderEliminarObrigado pelo seu comentário wagneriano.
Continuação de boa música.
Cumprimentos musicais.
Eu assisti a esse Parsifal! Na semana anterior, em Paris (onde vivia, à época), vi a Urmana como Judith (Bartók), soberanamente dirigida por Boulez... Que tempos :)))
ResponderEliminarCaro Il Dissoluto Punito,
ResponderEliminarFantástico!!! Tem recordações específicas? Domingo transpareceu completamente a forma como cantou? Como gostava de ter assistido também...
O Domingo - com 60 anos, na época - parecia um anjo... Envergando vestes brancas... Le chaste fou absoluto! Magnânimo ! Há uma edição dvd, desta mesma mise-en-scène, também no met, com Jerusalem e Meier como protagonistas, bastante interessante: http://www.deutschegrammophon.com/cat/single?sort=newest_rec&PRODUCT_NR=0730329&SearchString=parsifal&UNBUYABLE=1&per_page=50&ADD_OTHER=1&flow_per_page=50&presentation=flow
ResponderEliminarConheço essa gravação. Acho o Jerusalem asqueroso nessa mesma, para quem fez o papel com tanta mestria no passado. Muito pouco credível, mau momento de forma vocal. Meier fantástica. Tinham ganho mais em fazer um update com esta de 2001...
ResponderEliminarhello my dear friends...very thanks for this beautiful expression...regards...
ResponderEliminarThank you, sonsprinter.
ResponderEliminarCaro Fanático, minha admiração por Plácido Domingo
ResponderEliminar- segundo sua crítica - procede.
É sempre um prazer visitar o seu blog.
Um forte abraço!
Plácido Domingo nunca será esquecido :)
ResponderEliminarAbraço e boa música!