(review in English below)
L’Elisir d’Amore não é uma das óperas de Donizetti que conto entre as minhas favoritas, longe disso. Mas,
quando bem encenada e bem cantada, pode ser um espectáculo excelente. A
encenação de Otto Schenk é a mais
clássica e datada possível. Cenário bonito mas estático, guarda roupa muito
convencional, como tudo o resto. Uma paisagem campestre com uma casa em grande
plano.
Mais uma vez
tivemos uma maestrina, Speranza Scappuci,
que fez um bom trabalho.
Nunca tinha ouvido
ao vivo nenhum dos cantores.
A Aida Garifullina é uma das muitas
sopranos russas que fazem sucesso internacional nos últimos tempos. É uma
mulher bonita, nova, magra e bem parecida, excelente para o papel de Adina. A
voz é interessante, bem audível e afinada, mas no registo mais agudo resvalou
por vezes para a estridência, ma non
troppo. Na coloratura não foi brilhante.
O Nemorino do
tenor francês Benjamin Bernheim foi,
de longe, o melhor da noite. Tem uma voz muito bonita, grande, nunca falhou e
interpretou de forma emotiva algumas das principais intervenções. O público
aqui, conhecedor, rendeu-lhe o maior aplauso da noite, bem merecido.
O Belcore do
barítono turco Orhan Yildiz é outro
cantor alto, magro e novo, também óptimo para o papel. Até tem uma voz muito
agradável, mas foi pequena e mal projectada, ouvindo-se mal. Foi pena.
O Doutor
Dulcamara foi interpretado pelo italiano, Paolo
Rumetz que, tendo estado bem, não foi empolgante. Limitou-se a cumprir sem
deslumbrar (cénica ou vocalmente).
A Giannetta foi
uma jovem etíope, Mariam Battistelli,
de voz muito fresca e jovial.
No computo final,
foi mais um bom espectáculo, mas a milhas de distância da verdadeira obra prima
que foi a produção de Londres que vi recentemente e que, com aquela encenação
genial, com a Pretty Yende e o Liparit Avetisyan, foi um dos melhores
espectáculos de ópera que me lembro de ter visto.
***
L'ELISIR
D'AMORE, Wiener Staatsoper, November 2018
L'Elisir d'Amore is not one of Donizetti's operas that I count among my favorites, far from it.
But, when well staged and well sung, it can be an excellent show. Otto Schenk's production is as classic
and dated as possible. Scenery beautiful but static, very conventional colthes,
like everything else. A country setting with a house in detail.
Once again
we had a female conductor, Speranza
Scappuci, who did a good job.
I had never
heard any of the soloist singers live.
Aida Garifullina is one of the many Russian sopranos that have
been internationally successful in recent times. She is a beautiful, young, lean,
beautiful woman, excellent for the role of Adina. The voice is interesting,
well audible and in tune, but in the top register it sometimes slips into
stridency, ma non troppo. The
coloratura was not brilliant.
Nemorino of
French tenor Benjamin Bernheim was,
by far, the best of the night. He has a very beautiful voice, big, never failed
and emotionally interpreted some of the main interventions. The audience here,
knowledgeable, gave him the strongest applause of the night, well deserved.
Belcore of
the Turkish baritone Orhan Yildiz
was another tall, lean and young singer, also great for the role. he even has a
nice voice, but it was small and badly projected, frequently it was not heard.
It was a pity.
Doctor
Dulcamara was interpreted by Paolo
Rumetz who, having been ok, was not exciting. He simply complied without
dazzling (scenic and vocal).
Giannetta
was a young Ethiopian, Mariam
Battistelli, with a very fresh and jovial voice.
In the end,
it was another good performance, but miles away from the real masterpiece that
was the London production I saw recently and that, with that production, with Pretty Yende and Liparit Avetisyan, was one of the best opera performances that I
remember seeing.
***
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