(Review in English below)
Direcção musical
– Placido Domingo
Encenação – Frank
Castorf
Siegmund – Stephen
Gould
Hunding – Tobias
Kehrer
Wotan – John Lundgren
Sieglinde – Anja
Kampe
Brünhilde – Catherine
Foster
Fricka – Marina Prudenskaya
O Plácido Domingo a dirigir a Valquíria
é um “empata” de todo o tamanho!!!
O 1º acto foi globalmente muito lento o que prejudicou a 100% o drama; mesmo nas passagens que devem ser mais lentas, são lentas de mais; as entradas da orquestra onde devem ser incisivas, são pastelosas; frequentemente a orquestra transmitiu a sensação de receio ao tocar; os cantores foram excelentes mas perderam-se neste ritmo, encontrando dificuldade no transmitir convincentemente as emoções - a Anja Kampe, na passagem onde descreve o casamento, o aparecer de Wotan e o colocar da espada no tronco, desencontrou-se com a orquestra, tal era a pasmaceira orquestral...
O 1º acto foi globalmente muito lento o que prejudicou a 100% o drama; mesmo nas passagens que devem ser mais lentas, são lentas de mais; as entradas da orquestra onde devem ser incisivas, são pastelosas; frequentemente a orquestra transmitiu a sensação de receio ao tocar; os cantores foram excelentes mas perderam-se neste ritmo, encontrando dificuldade no transmitir convincentemente as emoções - a Anja Kampe, na passagem onde descreve o casamento, o aparecer de Wotan e o colocar da espada no tronco, desencontrou-se com a orquestra, tal era a pasmaceira orquestral...
A encenação tem 2 perus
numa jaula (num cenário que parece um estábulo numa quinta americana mas pelo
que li acho que isto se passa na zona de poços de petróleo do Azerbeijão).
Estes “cantaram” 4 vezes! Eu acho que em “perulês” estavam a dizer ao Domingo -
“acorda meu, e acelera isto!” Este homem não aprendeu nada com maestros
wagnerianos de jeito tantas as vezes que cantou este papel?! O andamento é
“singer-friendly”, permitindo tempo para uma melhor articulação mas... não dá!
Não é eficaz! Percebo que ele tenha optado por este andamento pelas
características acústicas da sala, com o eco da mesma, etc. mas... não dá! Em
2000 cantou aqui com o Sinopoli a dirigir e não tem comparação a dinâmica do
italiano (que memórias dessa transmissão em diferido pela Antena 2 gravada por
mim nas velhinhas cassetes).
Gould tem uma grande voz
mas, por vezes, foi um bocado histérico, o que fez com que em determinadas
alturas a voz saísse quase gritada. Mas eu gostei porque foi em alturas chave
de emoção e ficou bem. Agora os Wälse muito bem vocalmente mas não se sentiu a
emoção de ele estar a apelar a um pai que já não existe, que não está presente,
e o Notung, Notung, também pouco sentido... mas com o andamento imposto também
é difícil.... aqui, nestas passagens, e no agudo final do 1o acto não conheço
ninguém que tenha transmitido a emoção de forma tão apaixonante como... Placido
Domingo... é a realidade. Agora, 18 anos depois, no pódio, o Maestro desilude.
No 2o acto, ou trocaram
Placido Domingo por outro ou então este acordou da sesta e bebeu um café! Este
acto foi brutalíssimo!!! Contrastes perfeitos no monólogo do Wotan, dueto
Siegmund-Brünnhilde idem, final intenso, drama do início ao fim no seu maior
expoente!!O Lundgren domina o papel do ponto de vista vocal e, acima de tudo,
interpretativamente de modo quase perfeito! Catherine Foster estupenda como
Brünnhilde - força e beleza de timbre numa interpretação exemplar! Gould, Kampe
e o estreante Tobias Kehrer (Hunding fabuloso nos 1º e 2o actos) fenomenais! E
a Fricka, Marina Prudenskaya... do melhor que se pode ter - voz de mezzo
excelente, incisiva e autoritária sem desfazer timbre ou afinação - se ela me
dissesse para fazer “assim ou assado”, eu era levado a fazê-lo de certeza (como
acontece com Wotan...). Foi o dia ao pé da noite para o 1º acto!
O 3º acto foi mais ou
menos... a encenação ridicularizou completamente o momento, para mim, mais
significativo de todo o Anel ao colocar Wotan a dançar com uma pele de lobo a
gozar Brünnhilde enquanto esta diz que o amor pelo Wälsung foi por ele incutido
nela e honrando este amor ao tentar ajudá-lo em batalha, mesmo indo contra o
que Wotan lhe ordenou, ela fez o que, no íntimo dele, ele desejava. A encenação
também distanciou muito Wotan e Brünnhilde o que não ajudou a sentir-se a
tensão entre ambos neste acto. Lundgren desiludiu no final, pouco emotivo,
muito estático, voz cansada... Domingo? Enfim... mais ou menos: alguns
contrastes mal elaborados, retardados no final de algumas frases para acentuar
o que vem a seguir mas depois o que vem a seguir não sai bem... Muita
indefinição. Por muita experiência que se possa ter como cantor, não é um
estudo de 4 ou 5 meses da partitura, e algumas sessões de ensaio, que criam um
Maestro wagneriano...
Esta Valquíria valeu
essencialmente pelo 2º acto e apenas por este acto! E fica a dúvida se foi
planeado ou um golpe de sorte... No final houve apupos no início dos aplausos,
mas os restantes tentaram abafar… ainda há quem perceba de ópera e de Wagner em
Bayreuth!
Texto de
wagner_fanatic
DIE
WALKÜRE, Bayreuth, August 2018
Musical
direction - Placido Domingo
Role
Playing - Frank Castorf
Siegmund - Stephen Gould
Hunding - Tobias Kehrer
Wotan - John Lundgren
Sieglinde -
Anja Kampe
Brünhilde -
Catherine Foster
Fricka - Marina Prudenskaya
Plácido Domingo
conducting the Valkyrie is a big "tie"!!! The first act was globally
very slow what damaged 100% the drama. Even in the parts that must be slower,
they were too slow. The parts of the orchestra that should be sharp were too
slow and sluggish. Often the orchestra transmitted the feeling of fear when
playing. The singers were excellent but lost themselves in this rhythm, finding
it difficult to transmit convincingly the emotions - Anja Kampe, in the part where she describes her marriage, the
appearance of Wotan and the putting of the sword in the trunk, disconnected
with the orchestra, such were the tempi dull…
The staging
has 2 turkeys in a cage (in a scenario that looks like a stable in an American
farm but from what I read I think this is in the Azerbaijan oil well zone) that
"sang" 4 times! I think in "Peruvian lsnguage" they were
saying to Domingo - "wake up and accelerate it!" This man did not
learn anything with Wagnerian maestros so many times that he sang this role?!
The tempi are "singer-friendly", allowing better articulation of the
language but does work ... is not effective; I notice that he has chosen this
course for the acoustic characteristics of the room, with the echo of it, etc.
but ... it does not work. In 2000 he sang here with Sinopoli to conduct and
there is no comparison to the dynamics of the Italian. And I confess that Gould
is very good but no one has yet managed to convey the excitement of Siegmund's
keen finale like Domingo ...
In the 1st
Act the couple was good, yes. Gould
has a great voice but sometimes it's a bit hysterical, which made his voice
almost screamed at certain times. But I liked it because it was at key heights
of excitement and it was just fine. But the Wälse
were very well vocally but did not feel the thrill of him being to appeal to a
father who no longer exists / is there, and the Notung, Notung, also with little emotion but with the tempi imposed
is also difficult .... Here, in these parts, I do not know anyone who has
transmitted the correct emotion as ... Placido Domingo ...it is the reality.
2nd Act: Well
... they exchanged Domingo for another one or the grandfather woke up from his
nap and had a coffee! This act was brutal! Perfect contrasts in the monologue
of Wotan, duet Siegmund-Brünnhilde also, intense end, drama from beginning to
end in its greatest exponent !!
Lundgren dominates the role from the vocal point of
view and, above all, interpretatively almost perfect! Catherine Foster stupendous as Brünnhilde - strength and beauty of
timbre in an exemplary interpretation! Gould,
Kampe and debutant Tobias Kehrer
(fabulous Hunding 1st and 2nd stints) phenomenal! And Fricka, Marina Prudenskaya ... the best one can
have - excellent mezzo voice, incisive and authoritative without undoing timbre
or tuning - if she told me something too, I did for sure (as it happens with
Wotan ☺) It is the day contrasting with the night (the 1st ac)t! I do not know
what to expect from the last act?!?!
3rd Act not
exciting ... the production completely ridiculed the most significant moment of
the whole Ring by placing Wotan dancing with a wolf skin to enjoy Brünnhilde,
while she says that the love for the Wälsung was by him instilled in her, and
honoring this love while trying to help him in battle, even going against what
Wotan ordered her, she did what in her heart she wanted. The production also
distanced much Wotan and Brünnhilde which did not help to feel the tension
between both in this act. Lundgren disappointed at the end, unemotional, very
static, tired voice ... Domingo ... more or less, some contrasts poorly elaborated,
delayed at the end of some sentences to accentuate what comes next but then
what comes next does not go well.
This
Valkyrie was worth essentially and only by the 2nd act! At the end there were
some booos at the beginning of the applause, but the rest tried to stifle ...
there are still people who know about opera in Bayreuth!
Text by wagner_fanatic
Not only looks this montage paralytically dreadful, but catastrophically mediocre as well in every musical, dramatic and theatrical level. Wagner would be disgusted.
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