(review in English below)
Mais uma vez tive
oportunidade de assistir a esta encenação de Laurent Pelly da ópera La
Fille du Régiment de Donizetti.
É um espectáculo muito agradável, bem concebido e divertido, sobre o qual já se
escreveu neste blogue aqui, aqui e aqui.
Desta vez a
direcção musical, aceitável, foi do maestro Giuseppe Finzi que, quando subiu ao palco para agradecer os
aplausos, tropeçou num dos adereços do solo e estatelou-se no chão, o que
raramente se vê.
Aliás, este não
foi o único incidente cénico. No primeiro acto, uma das botas do Tonio
desapertou-se e os longos cordões arrastavam-se pelo chão o que, nas cenas com
vários intervenientes (coro) também provocou vários tropeções mas, felizmente,
sem quedas.
A Marie foi
interpretada pela espanhola Sabina
Puértolas. Foi uma boa interpretação, o papel de soprano lírico é muito
exigente e esteve quase sempre em grande nível. Apenas no registo mais agudo
por vezes o som era algo nasalado e perdia qualidade. Em palco foi a melhor. A
figura ajuda muito e a encenação também.
O tenor mexicano Javier Camarena foi um Tonio estupendo.
Tem um timbre vocal muito bonito, a voz é extensa e intensa e ouve-se sempre
sobre a orquestra. Na mais famosa ária da ópera Pour mon ame foi excelente e recebeu uma ovação de quase 10
minutos. Repetiu a ária e, na repetição, foi ainda melhor. Foi, de longe, o
melhor cantor da noite.
A Marquesa de Berkenfield
foi interpretada pela contralto polaca Ewa
Podles. A senhora tem uma voz com um registo grave impressionante e cumpriu
o papel com correcção.
O baixo barítono
italiano Simone Alberghini foi um
Sulpice de voz muito agradável e muito boa presença cénica.
O Hortensius do barítono
espanhol Isaac Galán tem um papel
pequeno mas esteve ao nível dos restantes.
Foi um
espectáculo muito agradável, mas não a obra prima que presenciei quando assisti
à mesma produção cantada pela Natalie Dessay e pelo Juan Diego Florez.
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LA FILLE DU
RÉGIMENT, Liceu, Barcelona, May 2017
Once again
I had the opportunity to see the opera La
Fille du Régiment by Donizetti
in the staging/direction by Laurent
Pelly of. It's a very nice production, well designed and entertaining,
which has already been commented on this blog here. here and here.
In this
performance the musical direction was ok, by maestro Giuseppe Finzi who, when appeared on stage to thank the applause,
stumbled on one of the props of the ground and fell on the ground, which is
rarely seen.
Incidentally,
this was not the only stage incident. In the first act, one of Tonio's boots
loosened and the long strings dragged on the floor which, in the scenes with
several players (choir) also caused several stumbles but, fortunately, without
any falls.
Marie was
interpreted by Spanish singer Sabina
Puértolas. She was a good performer, the role of lyric soprano is very
demanding and she was almost always at her best. Only in the top notes was the
sound sometimes nasal and lost quality. On stage she was the best. The figure
helps a lot and the staging also.
Mexican
tenor Javier Camarena was a great
Tonio. He has a very beautiful vocal tone, the voice is extensive and intense
and is always heard over the orchestra. In the most famous aria of the opera Pour mon ame he was excellent and
received an ovation of almost 10 minutes. He repeated the aria and, in the
second time, he was even better. He was by far the best singer of the night.
Marquise of
Berkenfield was Polish contralto Ewa
Podles. She has a voice with an impressive low register and interpreted the
role with correction.
Italian
bass baritone Simone Alberghini was
a Sulpice with a very pleasant voice and very good stage presence.
Hortensius by
the Spanish baritone Isaac Galán plays
a small role but was at the quality level of the other soloists.
It was a
very good performance, but not the masterpiece I witnessed when I saw the same
production sung by Natalie Dessay and Juan Diego Florez.
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