sábado, 25 de fevereiro de 2017

ACIS AND GALATEA – Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Fevereiro de 2017


Acis and Galatea é a primeira obra musical de Georg Friedrich Händel com texto em inglês. Baseada na mitologia clássica grega, conta a história de um pastor, Acis (tenor), que se apaixona e é correspondido pela ninfa Galatea (soprano), também pretendida por um monstro de um só olho, Polyphemus (barítono). Este mata Acis mas Galatea transforma-o em água que corre na planície para a eternidade, assim celebrando a vitória do amor. Não conhecia a obra e socorri-me do magnífico texto de Susana Duarte, no programa de sala, para dar este apontamento.



Foi um espectáculo muito bom, com alguns componentes que merecem ser destacados pela qualidade excelente.

A ópera foi apresentada em versão semi-encenada por Marie Mignot, com luzes de Luís Fradique e Marie Mignot, adereços de guarda-roupa de Bárbara Magalhães e máscaras de Tiago Serpa. A orquestra esteve colocada à frente do palco, atrás um espaço para o coro. Os solistas circularam por todo o palco. Durante o espectáculo ergueram-se painéis laterais com desenhos de árvores que simulavam o enquadramento campestre e, no final, revelou-se o jardim da Gulbenkian que proporcionou um enquadramento real perfeito. Uma abordagem cénica simples, de muito bom gosto e grande eficácia. O primeiro componente de excelência que quero assinalar.


Dirigiu o coro e orquestra da Gulbenkian o maestro Leonardo García Alarcon. Todos muito bem, mas não posso deixar de realçar a interpretação do Coro Gulbenkian, sempre perfeita, mas sublime após a morte de Acis! Mais um componente de excelência. Jorge Matta, maestro do Coro Gulbenkian, deve estar muito orgulhoso do seu trabalho.


Quanto aos solistas, o tenor Marco Alves dos Santos interpretou o Acis com grande elevação, o soprano Ana Quintans, com voz bonita e sempre afinada, foi excelente como Galatea (outro destaque) e o barítono André Henriques esteve ao mais alto nível como Polyphemus, excelente tanto cénica como vocalmente (o último destaque). Em papéis secundários e também com boas prestações, embora num patamar inferior, estiveram os tenores João Miguel Rodrigues e João Terleira.


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2 comentários:

  1. Que prazer, Fanático_Um, saber como se fazem assim coisas bem feitas, só recorrendo a bons executantes. Tenho pena de não ter estado desta vez em Lisboa...

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  2. Tenho pena por não ter podido ir. Estas semi-encenações da FCG têm sido, em geral, espectáculos de grande qualidade e surgem como alternativas bastante viáveis à ópera no São Carlos.

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