Acis and Galatea é a primeira obra musical de Georg Friedrich Händel com texto em inglês. Baseada na mitologia
clássica grega, conta a história de um pastor, Acis (tenor), que se apaixona e
é correspondido pela ninfa Galatea (soprano), também pretendida por um monstro
de um só olho, Polyphemus (barítono). Este mata Acis mas Galatea transforma-o
em água que corre na planície para a eternidade, assim celebrando a vitória do
amor. Não conhecia a obra e socorri-me do magnífico texto de Susana Duarte, no
programa de sala, para dar este apontamento.
Foi um
espectáculo muito bom, com alguns componentes que merecem ser destacados pela qualidade
excelente.
A ópera foi apresentada
em versão semi-encenada por Marie Mignot,
com luzes de Luís Fradique e Marie
Mignot, adereços de guarda-roupa de Bárbara
Magalhães e máscaras de Tiago Serpa.
A orquestra esteve colocada à frente do palco, atrás um espaço para o coro. Os
solistas circularam por todo o palco. Durante o espectáculo ergueram-se painéis
laterais com desenhos de árvores que simulavam o enquadramento campestre e, no
final, revelou-se o jardim da Gulbenkian que proporcionou um enquadramento real
perfeito. Uma abordagem cénica simples, de muito bom gosto e grande eficácia. O
primeiro componente de excelência que quero assinalar.
Dirigiu o coro e
orquestra da Gulbenkian o maestro Leonardo
García Alarcon. Todos muito bem, mas não posso deixar de realçar a
interpretação do Coro Gulbenkian, sempre
perfeita, mas sublime após a morte de Acis! Mais um componente de excelência. Jorge Matta, maestro do Coro
Gulbenkian, deve estar muito orgulhoso do seu trabalho.
Quanto aos
solistas, o tenor Marco Alves dos Santos
interpretou o Acis com grande elevação, o soprano Ana Quintans, com voz bonita e sempre afinada, foi excelente como
Galatea (outro destaque) e o barítono André
Henriques esteve ao mais alto nível como Polyphemus, excelente tanto cénica
como vocalmente (o último destaque). Em papéis secundários e também com boas
prestações, embora num patamar inferior, estiveram os tenores João Miguel Rodrigues e João Terleira.
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Que prazer, Fanático_Um, saber como se fazem assim coisas bem feitas, só recorrendo a bons executantes. Tenho pena de não ter estado desta vez em Lisboa...
ResponderEliminarTenho pena por não ter podido ir. Estas semi-encenações da FCG têm sido, em geral, espectáculos de grande qualidade e surgem como alternativas bastante viáveis à ópera no São Carlos.
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