terça-feira, 6 de agosto de 2013

LA TRAVIATA, Deutsche Oper, Berlim, Abril de 2013

(review in english below)

La Traviata, ópera de G. Verdi e uma das minhas favoritas, foi já muitas vezes comentada neste blogue.


 A encenação de Götz Friedrich é interessante, agradável, mas tem alguns aspectos peculiares. Na abertura, Violeta, vestida de branco, está deitada no seu leito de morte. Ao lado da cama apenas uma pequena mesa. Todo o cenário envolvente é rodeado por portas negras encimadas por janelas com percianas de madeira, também negras. A cama e a mesa estarão sempre presentes até ao final da ópera quando, com algumas portas derrubadas, se repete a cena da abertura.
Com o início do primeiro acto Violeta veste um vestido vermelho e entram em palco diversos adereços para a festa, com os convidados vestidos a rigor.
Já no 2º acto, Alfredo trás um ramo de flores que espalha pelo chão. Na récita de hoje, pisou-as várias vezes no decorrer da acção porque esteve sobretudo preocupado com o canto e não com a representação. As cenas seguintes, até ao final, foram muito convencionais, sem nada de particular a destacar, mas foi uma encenação conseguida, apesar de não trazer nada de novo.

O jovem maestro Ivan Repusic ofereceu-nos uma sonoridade bem equilibrada e agradável, o que muito contribuiu para a qualidade do espectáculo.


 O soprano russo Diana Alieva foi uma Violeta de voz forte, dura no início, mas melhorou ao longo da récita e esteve muito bem no último acto. Não descurou a parte cénica, o que ajudou.


Alfredo foi o jovem tenor russo Khachatur Badalyan. O cantor tem uma boa figura e mostrou grande agilidade em palco. A interpretação vocal foi decente, embora sem a emotividade requerida. Também cenicamente poderia ter sido melhor dado que esteve sobretudo preocupado com o canto.


 O barítono alemão Markus Brück foi um Giorgio Germont excelente. Figura impositiva, castigadora e altiva no início, transmitiu arrependimento e compaixão no último acto. A qualidade vocal foi de topo e expressou de forma muito clara os diferentes estados emotivos da personagem.


 Também merece uma palavra elogiosa Annie Rosen que fez uma Annina perfeita. Os outros cantores secundários estiveram ao nível dos solistas.


 Uma récita muito equilibrada, de qualidade apreciável, mas sem o toque de magia que sempre se espera.





****




LA TRAVIATA, Deutsche Oper, Berlin, April 2013

La Traviata, opera by G. Verdi and one of my favorites, has been often commented on this blog.

The staging of Götz Friedrich is interesting, enjoyable, but it has some peculiar aspects. At the opening, Violet, dressed in white, is lying on her deathbed.
Beside the bed only a small table. All the surrounding scenery is surrounded by black doors surmounted by windows with wooden shutters, also black. The bed and the table will always be present until the end of the opera when, with a few doors knocked down,  the opening scene repeats.
With the starting of first act Violet wears a red dress and come in various stage props for the party, with guests dressed up.
In the beginning of 2nd act, Alfredo brings a bouquet of flowers that spreads on the floor. In today´s performance, he stepped them several times in the course of action because he was particularly concerned about the singing and not the acting. The following scenes, by the end, were very conventional, with nothing particular to highlight, but it was an achieved successful act, despite not bringing anything new.

Young conductor Ivan Repusic offered a well-balanced and pleasant sound, which greatly contributed to the quality of the performance.

Russian soprano Diana Alieva was a strong voice Violet. She was hard at first, but improved throughout the performance and did very well in the last act. She did not
neglect the artistic part, which helped.

Alfredo was the young Russian tenor Khachatur Badalyan. The singer has a good figure and showed great agility. The voice was decent, although without the required emotion. He could have been better on stage given that he was mainly concerned with the singing.

German baritone Markus Brück was a great Giorgio Germont. His figure was imposing, punishing and haughty at first, but he conveyed regret and compassion in the last act. His voice quality was top and he expressed very clearly the different emotional states of the character.

Annie Rosen made a perfect Annina and the other singers were at the level of the soloists.

A very balanced performance, of significant quality, but without the touch of magic we always expected.

****

Sem comentários:

Enviar um comentário