ROUXINOL ENCANTADO NO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO.
CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
Stravinsky é um compositor revolucionário, compôs três
grandes balés no início do século XX e sua obra A Sagração da Primavera deixou
seus colegas de queixo caído, com a cara no chão. Eclética e diversificada, sua
obra tem de tudo. Contempla a dança, música sinfônica, ópera e oratórios.
Stravinsky teve a sorte de viver na Europa ocidental e nos Estados Unidos, não
se submeteu aos caprichos do regime comunista soviético e pôde usar toda sua
criatividade em prol da música. Dizem as más línguas e as fofoqueiras de
plantão que Stravinsky deu uns pegas na famosa estilista Coco Chanel, pegada
com grife, perfumada com o número 5, com garbo e elegância.
Igor Stravinsky, Foto Internet
A ópera O Rouxinol,
de Stravinsky apresentada pelo Theatro Municipal de São Paulo na
primeira semana de Dezembro mostra música com a riqueza melódica de seus
grandes balés. A composição ficou paralisada alguns anos para a composição dos
mesmos. Percebe-se a diferença na escrita entre o primeiro ato, escrito
primeiro e os demais atos. A música é moderna e avançada para o tempo de sua
composição. Utilizar temas fantásticos na ópera faz parte da tradição russa,
temos o Galo de Ouro de Rimsky-Korsakov e Ruslan e Ludmila de Glinka entre
outros.
Quando se juntam o maestro Jamil Maluf, a diretora cênica Livia
Sabag e o diretor de arte, cenários e figurinos Fernando Anhê sabemos que vem coisa boa por aí. Anos passado esse
trio nos proporcionou a premiada O Menino e os Sortilégios de Ravel. Montagem
encantadora e cheia de criatividade, eleita por esse blog como a melhor ópera
de 2011. Em 2012 o trio se reúne novamente.
A produção abusa da bela criatividade, transporta ao
fantástico mundo do irreal com cores vivas e ideais inteligentes. Fernando Anhê
mostra cenários belíssimos e figurinos adequados. Lívia Sabag dirige com
competência, movimenta os cantores com precisão e mostra clareza ao desenvolver
o libreto. Jamil Maluf rege mais uma
vez, com grande competência a Orquestra Experimental de Repertório. Mostrou
musicalidade precisa, com a alma da música russa nas cordas e madeiras.
Os solistas estiveram à beira da perfeição, esse crítico
chato que aqui escreve se encantou com as vozes. Vou ficar careca de elogiar o
soprano Caroline de Comi, a bela
moça está cada vez melhor, fez um Rouxinol com coloraturas imperdíveis. A russa
Olga Trifonova tem linda voz de
soprano e soube dar bela vivacidade ao seu Rouxinol. Saulo Javan fez um Bonzo com louvor, sua voz encanta pelos belos
graves. Destaques ainda para os competentes Leonardo Pacce, Eric Herrero
e Daniella Carvalho.
Gosto de crônicas sobre os teatros brasileiros e suas apresentações. A crônica leve e bem redigida agrada e esclarece, enriquece.
ResponderEliminarParabéns ao blog e toda a sua equipe pelo alto nível e colaboração com a cultura!
Um grande abraço