BARBA, CABELO E BIGODE NO BARBEIRO DE SEVILHA DE PAISIELLO.
CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
Óperas que caíram no esquecimento porque foram suplantadas
por títulos homônimos superiores existem aos montes. Uma delas é O Barbeiro de Sevilha, existem diversas
versões musicadas desse título, mas somente a do Rossini permanece no
repertório. Por que isso acontece? A resposta é simples, a versão do Rossini é
superior as demais.
Outra versão interessante é a de Giovanni Paisiello, hoje desconhecido, mas em seu tempo um
compositor afamado. Paisiello compôs seu Barbeiro de Sevilha bem antes que a
versão de Rossini, mas não adiantou nada, Rossini ganhou de goleada.
A idéia da direção do Theatro São Pedro/SP de montar um
título raro é mais que interessante, faz com que conheçamos óperas que
raramente veríamos por aqui. Nesse caso conhecemos outra visão de uma ópera
afamada, já que o libreto segue as mesmas linhas de ambas.
A montagem apresentada mostra cenários simples e práticos,
figurinos adequados e luz correta. A direção de Enzo Dara explora diversas possibilidades da ópera cômica.
Movimenta com agilidade os cantores e faz a narrativa ficar engraçada.
Distribuir bigodinhos na entrada do teatro ajuda o público a entrar no clima,
bela sacada, eu coloquei o meu.
A regência esteve a cargo do italiano Sergio Monterisi, o homem entende de ópera. Fez a Orquestra do
Theatro São Pedro soar com bela sonoridade, volume correto e uma bela
interpretação da obra.
Os solistas estiveram a contento, Artemisa Repa é um soprano com a voz pequena, seu timbre exala
belas melodias, seus agudos são claros. Com esse tamanho de voz, o soprano
teria dificuldades em um grande teatro, a moça consegue se virar no São Pedro.
Sua Rosina é arteira e ousada, bela interpretação cênica. O barítono Manuel Alvarez tem bela agilidade
vocal, voz afinada e boa presença cênica. Falta um ou outro grave mais
encorpado, mas fez um Fígaro esperto e ousado.
Luciano Botelho
se saiu bem como Conde Almaviva, mostrou uma voz limpa e belos agudos.
Interpretou o personagem com maestria e distinção. Seu fraseado tem um colorido
especial, bela atuação. Destaque para Alessio
Petestio, baixo-barítono e Carlos
Eduardo Marcos, baixo. Seus Bartolo e Basílio estiveram impecáveis.
A presença do público quase lotou as dependências do Theatro
São Pedro, a presença do secretário de cultura do Estado de São Paulo, Marcelo
Mattos Araujo é interessante. Visitas de antecessores seus a eventos e
espetáculos eram raras. Um Secretário que se preocupa com a cultura e acompanha
de perto o trabalho de sua secretaria.
This opera is on my wish list. I am very excited about it.
ResponderEliminarThanks a lot for the comments!
ResponderEliminarLate summer greetings from Gent,Willy