(in english below)
A Royal Opera House é a grande Catedral dos Fanáticos. Quase nunca desilude nas produções levadas a palco e a sua Temporada é a mais antecipada de todas cada ano que passa.
Esta temporada, elaborada essencialmente com base em produções antigas talvez por cortes orçamentais, não deixa de antever grandes momentos operáticos.
A temporada inicia-se, este mês, com Il Trittico de Puccini, pela primeira vez levada ao palco da Royal Opera na sua forma completa, desde há várias dezenas de anos (Setembro). Nomes como Aleksandrs Antonenko, Lucio Gallo, Francesco Demuro, Eva-Maria Westbroek, Anja Harteros, Anna Larsson, Marie McLaughin prometem um trio de óperas em elevada escala de qualidade, a comprovar num futuro próximo, com a crítica do FanaticoUm.
O Fausto de Gounod (Setembro e Outubro) com elenco de luxo composto por Angela Gheorghiu (que regressa ao papel de Marguerite nesta produção já levada ao palco anteriormente na companhia de Roberto Alagna, Bryn Terfel, Simon Keenlyside e Sophie Koch), Vittorio Grigolo, Rene Pape (numa das suas raras mas sempre elevadas presenças na Royal Opera) e Dmitri Hvorostovsky dá vida a uma encenação clássica já imortalizada em DVD da EMI e a qual recomendo vivamente. Espaço para novos cantores nas últimas récitas. Mais uma produção que terá comentário no blog.
La Traviata de Guiseppe Verdi passeia-se ao longo de 4 meses da temporada (Outubro a Janeiro) com diversos elencos de qualidade. Também esta uma produção previamente levada a cena e imortalizada em DVD por duas vezes (Angela Gheorgiu / Renee Fleming). Anna Netrebko faz a sua aparição por duas vezes em Janeiro (17 e 21), repartindo o lugar de Violetta com Marina Poplavskaya, Aylin Perez e Ermonela Jaho. Alfredo será interpretado por Piotr Beczala, James Valenti, Vitorio Grigolo e Stephen Costello. Leo Nucci, Simon Keenlyside e Paolo Gavanelli serão Giorgio Germont. As récitas com Anna Netrebko têm sido as mais procuradas e encontram-se já esgotadas e o elenco de Dezembro parece ser o mais equilibrado de todos. Comentários futuros também…
Wagner está extremamente bem representado na Temporada, com O Holandês Voador (Outubro – Novembro) e Os Mestres Cantores de Nuremberga (Dezembro – Janeiro).
O Holandês regressa com elenco em que Anja Kampe é o único elemento do elenco original de 2009. Falk Strukmann é o Holandês, Stephen Milling é Daland e Erik é interpretado por Endrik Wottrich. Na minha opinião um elenco mais fraco em relação à produção original a que tive o prazer de assistir: na altura com Bryn Terfel como Holandês, Hans-Peter Konig como Daland e Torsten Kerl como Erik. Mas não deixa de ser uma produção a ter em conta, com uma encenação moderna mas sóbria.
Depois de ver os Mestres de Cardiff em Julho de 2010, sempre achei que a Royal Opera adoptaria esta produção e a levaria aos seus palcos quando ouvi boatos de que os Mestres iriam voltar a Covent Garden. Dupla desilusão no sentido de que não é a mesma produção, mas sim uma antiga de Graham Vick (nota que não estou a inferiorizar esta até porque ainda não a conheço), e também pelo facto de não ser Bryn Terfel o Hans Sachs. Mas o elenco é de peso wagneriano – John Tomlinson como Pogner, Simon O’Neill como Walther, Emma Bell como Eva, Peter-Coleman Wright como Beckmesser (depois do seu fantástico Gunther no Crespúsculo de 2006 – 2007) e Wolfgang Koch estreando-se na Royal Opera como Hans Sachs. Batuta de António Pappano, Fanáticos da plateia, a ver vamos…
Sempre, sempre Plácido Domingo, este ano comemora os seus 40 anos na Royal Opera (28 de Outubro) com dois concertos em que serão encenados os últimos actos de Otello, Rigoletto e Simão Boccanegra (27 e 30 de Outubro). Altamente esperado, dois dias para a História da Ópera que esperemos que sejam imortalizados em DVD. Mais uma vez… Fanáticos a assistir e a trazer reacções.
Eu, cada vez mais Mozartiano, não pude deixar de louvar o trio das de Lorenzo da Ponte, levado nesta temporada a palco em Janeiro e Fevereiro. Elencos de classe superior lembram produções já muito vistas em Covent Garden, mas que primam pela sua qualidade cénica.
Don Giovanni com dois elencos, encabeçados por Gerald Finley e Erwin Schrott, e acompanhados por Lorenzo Regazzo, Alex Esposito, Reinhard Hagen, Carmela Remigio, Matthew Polenzani, Pavol Breslik, Kate Lindsey, Matthew Rose, entre outros.
Le Nozze com trio celestial: Ildebrando d’Arcangelo, Alexandra Kurzak, Simon Keenlyside.
Così fan tutte com o veterano Thomas Allen como Don Alfonso.
O único “senão” é não existir uma sequência de 3 dias em que se pudesse ver as 3 óperas de seguida…
De Abril a Junho passeiam-se Rigoletto, sob a batuta do inesperado John Elliot Gardiner, com Vittorio Grigolo como Duque; A Filha do Regimento, na sempre deliciosa encenação de Laurent Pelly mas longe da estrelar dupla Dessay – Florez (produção de 2012 com Colin Lee e Patrícia Ciofi); La Bohème com Anja Harteros, Barbara Fritolli, Joseph Calleja e Roberto Alagna; Falstaff de regresso com Ambrogio Maestri como Sir John; e Salomé com Angela Denoke, Rosalind Plowright, Egil Silins, Will Hartmann, Stig Froh Andersen.
Um Julho mais pobre do que habitual traz-nos apenas 2 produções, apesar de prometedoras: Os Troianos, em nova produção com Jonas Kaufmann, Anna Caterina Antonacci e Eva-Maria Westbroek, e Otello com Anja Harteros, Alexandrs Antonenko e Lucio Gallo.
Ao longo da temporada temos ainda La Sonnambula, Rusalka e a estreia Miss Fortune de Judith Weir.
Os Fanáticos recomendam:
- Fausto
- La Traviata
- Concerto dos 40 anos de Plácido Domingo na Royal Opera House
- Die Meistersinger von Nurnberg
- Don Giovanni
- Le Nozze di Figaro
- Così fan tutte
- Les Troyens
Quase todas as produções adjacentes permitem a sua visualização em dias seguidos, em múltiplas hipóteses. A consultar e escolher no site http://www.roh.org.uk/.
Abre-se desde já o véu para os 4 Ciclos do Anel do Nibelungo em Setembro – Novembro de 2012, dirigidos por Antonio Pappano, abrindo a próxima temporada...
Elenco:
Wotan / Wanderer – Bryn Terfel
Brunnhilde – Susan Bullock
Siegmund – Simon O’Neill
Sieglinde – Eva-Maria Westbroek
Hunding / Hagen – John Tomlinson
Siegfried – Stefan Vinke
Alberich – Wolfgang Koch
Loge – Stig Andersen
Fasolt – Iain Paterson
Fafner – Eric Halfvarson
Mime – Gerhard Siegel
Fricka – Sarah Connolly
Donner – Peter Coleman-Wright
Bilhetes à venda no final do mês de Outubro 2011, apenas para ciclo completo.
Royal Opera House – Season 2011 – 2012
The Royal Opera House is the great Cathedral for the Fanatics. Almost never disappoints in stage productions and its season is always much anticipated.
Anja Kampe is the only element of the original cast of 2009. Falk Strukmann is the Dutchman, Stephen Milling is Daland and Erik is played by Endrik Wottrich. In my opinion this is a weaker cast when compared with the original production which I had the pleasure of attending: at the time with Bryn Terfel as Dutchman, Hans-Peter Konig as Daland and Torsten Kerl as Erik. But it's still one production to take into account, with a modern but sober stage.
After watching the Mastersingers in Cardiff in July 2010, I always thought that the Royal Opera would adopt this production to their stage when I heard a rumor that the Mastersingers would return to Covent Garden. Double disappointment in that it is not the same production, but a former Graham Vick (note that I am not diminishing this because I still do not know it), and also because it is not Bryn Terfel as Hans Sachs. But the cast is of high quality- John Tomlinson as Pogner, Simon O'Neill as Walther, Emma Bell as Eva, Peter Coleman-Wright as Beckmesser (after his fantastic Gunther in 2006 and 2007) and Wolfgang Koch debuting the Royal Opera as Hans Sachs. Antonio Pappano conducting, the Fanatics in the audience, let's us see how it goes...
I have become a truely Mozartian, so I could not help praising the trio of Lorenzo da Ponte, brought to the stage this season in January and February. All revivals they bring stellar casts.
Così fan tutte with the veteran Thomas Allen as Don Alfonso.
- Faust
- La Traviata
- Concert of the 40 years of Placido Domingo at the Royal Opera House
- Die Meistersinger von Nurnberg
- Don Giovanni
- Le Nozze di Figaro
- Così fan tutte
- Les Troyens
Almost all adjacent productions allow viewing on consecutive days, in many cases. You can check it at http://www.roh.org.uk/.
In September – November 2012, the Royal Opera brings the same Ring production from 2007, opening the 2012-2013 season. Four complete cycles, conducted by Antonio Pappano, with a stellar cast:
Wotan / Wanderer – Bryn Terfel
Brunnhilde – Susan Bullock
Siegmund – Simon O’Neill
Sieglinde – Eva-Maria Westbroek
Hunding / Hagen – John Tomlinson
Siegfried – Stefan Vinke
Alberich – Wolfgang Koch
Loge – Stig Andersen
Fasolt – Iain Paterson
Fafner – Eric Halfvarson
Mime – Gerhard Siegel
Fricka – Sarah Connolly
Donner – Peter Coleman-Wright
Tickets for sale at the end of October 2011, only for complete cycle.
Curioso o par Siegfried/Brünnhilde escolhido pela Royal Opera House.
ResponderEliminar@ wagner_fanatic
ResponderEliminarDiz bem, a Royal Opera House é, de facto, também a minha grande Catedral. Vem aí mais uma temporada muito prometedora e, se tudo correr como esperamos, teremos a possibilidade de assistir a várias das óperas em cartaz.
E que bom ser em Londres, uma cidade tantas vezes escolhida para actividades profissionais na nossa área…
Ainda aqui serão comentadas outras temporadas de qualidade excepcional mas, pelo menos para mim, é na Royal Opera que tenho assistido a algumas das óperas que mais me marcaram e é nas ruas de Londres (como se fossem quase desertas!!) que tenho encontrado e falado com alguns dos maiores cantores da actualidade.
Em relação ao seu comentário, permita-me destacar a Salome, que já vi anteriormente e que é Sensacional!!
@ Paulo,
De facto, eu fui um dos que se deixou impressionar muito positivamente com o Anel do São Carlos, como escrevi aqui no blogue.
Vemos anunciado para Londres,um dos mais reputados teatros de ópera mundiais, dois cantores que interpretaram os mesmos papeis em Lisboa. Há quem seja excessivamente crítico por cá (no sentido negativo do termo), não reconhecendo que, algumas vezes, temos também a possibilidade de assistir a grandes interpretações.
Estou certo que a Royal Opera, para o seu Anel e para comemorar Wagner, não escolheria os melhores!
Não vão desiludir de certeza.
ResponderEliminarSusan Bullock chegou a substituir Lisa Gasteen na Die Walkure do 2º ciclo em 2007 e esteve muito bem. Recordo essa récita como o melhor Siegmund que vi Domingo cantar.
Tenho pena que Lisa Gasteen não tenha ainda voltado aos palcos após a sua condição ortopédica. Perdeu-se uma excelente Brunnhilde.
selam Fanatico...I shared on my facebook , this your two posts... ( http://www.facebook.com/profile.php?id=1027252182 )...
ResponderEliminarEstou aguardando ansiosamente as crônicas sobre essas produções!
ResponderEliminarUm grande abraço de todos do atelier
I have been there, and I would love to return.
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